segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

TEATRO: A MÁQUINA DE ABRAÇAR

MALU GALLI ESTREIA NA DIREÇÃO COM TEXTO DE SINISTERRA QUE USA O AUTISMO PARA ABORDAR OS LIMITES DA LINGUAGEM
Reestreia 19 de janeiro no teatro do leblon!
CURTA TEMPORADA
de 19 de janeiro a 10 de fevereiro. Terças e quartas às 21 horas.
Rua Conde de Bernadotte, 26. Sala Fernanda Montenegro
Bilheteria 2529-7700



Entrevistas:


RIO - A atriz Malu Galli nunca havia pensado em dirigir, até que, ao ler um texto inédito do autor espanhol José Sanchis Sinisterra, "A máquina de abraçar", cenas surgiram em sua mente, umas atrás das outras. Numa peça em que o autismo é o mote, Malu pensou imediatamente em desestabilizar alguns códigos teatrais em sua montagem, que o público poderá ver a partir desta quinta-feira (24.09) no galpão do Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico.

Para começar, a encenação ocorre em dois palcos: um para a autista, outro para sua terapeuta. As duas contam suas experiências num congresso médico. Mas elas se encontram, circulam pelo corredor entre duas fileiras de cadeiras, que, apesar de presas ao chão, são rotatórias, para que o espectador possa acompanhar as cenas em diferentes espaços. Antes da apresentação, o público entra numa espécie de saguão poético, uma pequena exposição pensada pelo artista plástico Raul Mourão (também responsável pelo cenário), com obras de Nino Cais, Eduardo Coimbra e Chelpa Ferro.



- Sinisterra usa o autismo, que tem uma diferença na forma de apreender o mundo, para falar da arbitrariedade da linguagem, de como ela é insuficiente. Ela nunca dá conta das coisas. Também quis dar ao espectador a experiência de outra organização, outras formas de linguagem, outro modo de assistir à peça - explica Malu, que há dois anos encenou "Diálogos com Molly Bloom", de Sinisterra, dirigida por cinco diretores, incluindo o espanhol.



Interpretada por Mariana Lima, a autista é livremente inspirada na americana Temple Grandin, PhD em biologia que aprendeu a se comunicar com o mundo criando códigos próprios de associação em imagens concretas, já que o autista tem dificuldade com a abstração. O nome da peça parte de uma máquina de fato criada por Temple para "abraçar" o gado antes do abate - uma invenção que usa para si mesma, já que o autista tem dificuldade com o toque.


Leia a íntegra da reportagem na edição digital do GLOBO

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