No mundo dos autistas III
Ainda sobre autismo, recebemos o depoimento da Paula Santos, mãe do João Gabriel de 3 anos. Ela tem um blog sobre o assunto e nos mandou uma série de textos contando algumas experiências de ser mãe de um serzinho tão especial.
“Quando o João Gabriel estava com 2 anos e 1 mês, me foi orientado pelo pediatra da possibilidade do diagnóstico de Autismo, no inicio me revoltei mas ao longo do tempo após a confirmação com o auxilio de uma neurologista pediatra e o inicio do tratamento (hoje ele faz fono, equoterapia, e terapia ocupacional) estamos no caminho para alcançar melhoras .
De maneira geral minha orientação para outros pais seria de que observassem muito bem o seus filhos, pois, hoje analisando o passado percebo que o João já apresentava sinais do Autismo desde muito cedo.
Os sinais são basicamente estes:
**Ausência de fala, ou A perda da fala onde a criança começa a falar como foi com o João que iniciou os primeiros balbucios e parou de falar ao invés de aumentar seu vocabulário.Por isso preste bastante atenção ao seu redor ao escutar as pessoas dizendo : Ele só fala quando quer,ou ele PAROU de falar.
**Movimentos repetitivos (estereotipias), são movimentos considerados estranhos, como girar objetos, bater palmas freqüentemente, ou rodopiar sem parar.
** Pouco sensibilidade a dor, por exemplo, o seu filho cai e não chora, ou ele fica batendo a cabeça e parece não sentir.
**E o principal: O CONTATO VISUAL, este pode ser observado muito cedo, pois, a criança apresenta um olhar distante, e dificilmente atende a um chamado (cuidado O AUTISMO pode ser confundido com SURDEZ).
Quando surgirem algum desses sintomas leve o seu filho ao pediatra, e peça uma opinião e se mesmo assim não se der por satisfeita leve-o ao neuro pediatra e tire a duvida, pois, quanto mais cedo o diagnostico maior a possibilidade de resultados, ou seja, o prognostico pode ser melhor do que seria se não fosse percebido cedo.
Será necessária persistência na busca por respostas, mas o importante é transformá-los em pessoas independentes.
Sobre o nosso dia a dia, o importante é ter uma rotina bem especificada, programar através de conversas o dia a dia deles, assim eles ficam mais organizados, por exemplo, segunda-feira a noite avisar: amanha você terá aula, brincará com os colegas e fará um lanche depois a mãe vai te buscar, etc.
Hoje em função do meu trabalho só tenho tempo com ele no horário das terapias, e aos finais de semana é bem difícil, mas com muito esforço a noite sento para brincar com ele e desenvolver as atividades orientadas pelas profissionais que o atendem.
Outra dica pesquise os valores dos atendimentos.Existem valores absurdos, mas também desconfie de profissionais muito acessíveis, vá atrás dos seus direitos, você tem direitos de ter tratamento adequado.
Sobre a escola regular, só posso dizer q sou a favor quando existe um preparo para atendê-los, pois, ao contrario ela não ajuda no tratamento, no nosso caso o João Gabriel, após algumas tentativas e insucessos não esta freqüentando nenhuma escola, pois, a escola inclusiva aqui de Poa NÃO tem vagas no momento.
A escola precisa ter boa vontade, profissionais preparados e todo um trabalho de integração da escola + a família + os terapeutas, isso sem duvida associado a MUITO AMOR rende resultados.
PARA divulgar um pouco da nossa vivencia com o autismo criei um blog (sonhos do Gabriel), La escrevo sobre situações diversas, como informações, novidades, filmes, enfim.
O blog da Paula é o http://blogsonhosdogabriel.blogspot.com
No mundo dos autistas II
O autismo virou tema de alguns textos que publicamos no blog e na coluna de segunda-feira no jornal Diário de Santa Maria. Abaixo os comentários de pais que tem filhos autistas.
“Boa noite, acabei de ler a matéria do diário, tenho um menino que está autista, grau leve, conheço várias mães e vários autistas, achei que a iniciativa de vocês de abordar o tema ,super, mas fiquei surpresa, pois nunca esperava que o jornal local tivesse essa atitude de falar de um tema novo e ao mesmo tempo tão antigo, PARABÉNS!!!!! O AUTISMO foi e será sempre ligado a mistério, pois até hoje não se sabe a causa exata e nem onde fica fisicamente o dano no cérebro, há varias pesquisas nesta área, graças a Deus, mas ainda estamos engatinhando no assunto. Por favor continuem a falar e publicar matérias sobre o tema, pois precisamos que a mídia nos ajude , para que os nossos pequenos autistas não sofram tanto preconceito, porque a nossa sociedade tem medo do que não conhece. Nossos filhos passam por mal educados, surdos, mimados e tudo mais, por falta de informação das pessoas. A UFSM está com uma equipe de Ed. Especial e autismo, eles estão fazendo um bom trabalho de divulgação e esclarecimento, oportunizando palestras mensais no auditório da universidade e o melhor, gratuitas, com profissionais de renome e especialistas em neuropediatria X autismo -site www.ufsm.br/autismo. Agradeço de coração, obrigada por voces lembrarem que o mundo é uma diversidade, mas no fundo todos somos iguais.” (Silvia Gonçalves)
“Boa tarde, ótima lembrança a reportagem sobre o Autismo, pois ajuda as pessoas a reconhecerem que esta limitação existe e que infelizmente há cada vezes mais crianças com este problema. Espero que o tema seja aprofundado, para que possam entender determinadas atitudes de nossos pequenos e não sejam tachados de mal educados. Na escola Antonio Alves Ramos, está sendo feito um ótimo trabalho de inclusão de nossos autistas desde o ano passado. Parece pouco (uma criança estar na escola é normal) mas peregrinamos por várias escolas e não fomos aceitos.” Paulo Giovani Gonçalves (pai de autista)
No mundo dos autistas
* A criança tem aparência normal. Os pais desconfiam, mas não detectam o problema, nem com o uso de aparelhos nem com exames laboratóriais. O diagnóstico é feito por meio de uma série de sintomas como dificuldades na interação social, problemas de linguagem e de comportamento. Estamos falando do autismo, também conhecido como transtorno global de desenvolvimento. Um distúrbio do desenvolvimento humano que pode ser leve, moderado ou severo (normalmente associado a alguma doença mental). Apesar dos avanços nos estudos, ainda não há uma causa bem definida para o problema.Na semana passada, a coluna reproduziu um depoimento emocionante da nutricionista Silvia Sperling, mãe do Otávio, autista de quatro anos. Seguimos no assunto porque ainda há muito a ser falado.- Eles parecem, às vezes, extraterrestres - relata Ligia Tonetto, tesoureira da Associação dos pais e amigos do autista de Santa Maria, criada em 2008.- A cabeça deles é como se fosse uma mala bagunçada. Eles vão colocando coisas nela e não sabem como usar - comenta a especialista em autismo, Fabiane Biazus, exemplificando que é como se um brasileiro fosse morar no Japão e não entendesse uma palavra de Japonês.A forma como o autista aprende é diferente. Não é que ele não goste, por exemplo, de olhar nos olhos dos outros. Mas um autista normalmente não vê significado nisso.- O simbólico não existe, e ele precisa de estímulos visuais. Para entender o que é uma banana, ele precisa ver uma banana.É comum os pais relatarem que a criança passou por um período de normalidade antes de manifestar os sintomas do autismo. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Formada em educação especial, com especialidade em autismo, Fabiane acredita que ainda falta informação aos pediatras. Compreendendo os sintomas, eles poderiam encaminhar a criança para outros profissionais especializados, como um neuropediatra, psicopedagogo, fonoaudiólogo e educador especial.Desde cedo é preciso estimular a fala, a prática de exercícios físicos e uma série de rotinas para se adaptar melhor nesse mundo dos ditos “normais”. Hoje autistas considerados leves estão inseridos no mercado de trabalho e conseguiram constituir famílias.Segundo Ligia Tonetto, a inserção em escolas regulares é fundamental nesse processo, mas ainda há muito o que avançar. Esse é um dos desafios da Associação que reúne cerca de 40 pais de autistas. O principal objetivo da entidade é criar um centro de excelência de desenvolvimento humano. Seria um centro multidisciplinar com apoio médico e educacional para abrigar os autistas no período oposto ao escolar. O projeto já existe e para sair do papel é preciso captar recursos. Uma das alternativas encontradas pela associação seriam recursos federais. Porém para receber os valores, a cidade ainda precisa ter uma legislação específica criando um conselho municipal dos direitos das pessoas com deficiência.Segundo a ASA - Autism Society of American, pessoas com autismo tem pelo menos metade dessas características:- Usa pessoas como ferramentas- Resiste a mudanças de rotina- Não se mistura com outras crianças- Não mantém contato visual- Age como se fosse surdo- Resiste ao aprendizado- Apresenta apego não apropriado a objetos- Não demonstra medo de perigos- Gira objetos de maneria bizarra ou peculiar- Apresenta risos e movimentos não apropriados- Resiste ao contato físico- Tem acentuada hiperatividade física- As vezes é agressivo e destrutivo- Apresenta modo e comportamento indiferente e arredio* Coluna Em Nome do Filho, assinada por Ticiana Fontana e Fabiana Sparremberger, publicada todas as segundas no jornal Diário de Santa Maria.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
NO MUNDO DOS AUTISTAS - Blog "Meu Filho" Click RBS
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Olá Amanda! Tudo bem?
ResponderExcluirSou psicóloga clínica há 7 anos. No meu consultório realizo avaliação psicológica e acompanhamento psicológico com crianças.
Gostei muito do seu blog acredito que sua experiência com autismo seja muito rica. Acredito que vou aprender muito com você!
abraços
www.psicologaregina.blogspot.com