segunda-feira, 20 de setembro de 2010

AUTISTA, 77 ANOS. PRIMEIRO CASO DIAGNOSTICADO DE AUTISMO

Donald Gray Triplett - Caso 1 de Autismo      
Deixo para vocês a foto e um vídeo de Donald e logo abaixo a matéria traduzida.
 Primeiro autista diagnosticado na história.

 Abraço!

 

A revista americana The Atlantic divulgou na edição desta semana uma reportagem curiosa. Qualquer roteirista hollywoodiano mais atento trataria o caso com muito carinho. E merece.
A primeira criança diagnosticada com autismo, Donald Gray Triplett, tem hoje 77 anos. Nos anais do autismo ele é conhecido como “Case 1...Donald T”. Acho que só isso, se bem trabalhado, renderia um ótimo filme. Usando este mesmo nome “Case 1”...

A revista deu três páginas ao caso deste idoso, que um dia intrigou cientistas. Isso foi em 1943. Na época apenas outras 11 crianças foram 'catalogadas' com autismo.
E os médicos disseram coisas terríveis a respeito da doença. A afirmação mais bizarra é de que o autismo é causado por mães más, que criam os filhos em um mundo paralelo. Disseram também que a presença do glúten nos alimentos tinha relação com os casos. Ou então deficiência nutricional.
Enquanto isso, Donald Gray Triplett foi “tocando” a vida.
A história deste homem, que vive em Forest, Mississippi, inclui uma passagem interessante: quando jovem, fazia as contas mais absurdas e chegou ser considerado um fenômeno local. A cidade onde nasceu e ainda mora, tinha pouco mais de três mil habitantes e nenhum hotel quando um homem chamado Franz Polgar, resolveu levar o garoto para excursionar o país.
A descrição dos repórteres que assinam o texto, John Donvan e Caren Zucker, mostra um autista que tem uma vida normal. “Case 1” como é chamado joga golfe todos os dias no clube local, o Forest Country Club. Ele toma café da manhã com amigos, faz exercícios, assiste ao seriado “Bonanza” na TV e às 4h30 da tarde dirige sozinho seu carro pela rodovia até chegar ao clube.
Ele tem uma vida normal.
Pois eu acho tudo isso extraordinário.

Ps: de acordo com a Atlantic, nos últimos anos os casos de autismo “explodiram” nos Estados Unidos. Pelo menos uma criança em cada 110 nascem com o autismo. E só na última década a América já conta pelo menos 500 mil autistas que se tornaram adultos.

Ps2: Há muitos anos atrás, talvez seis, tive contato com um livro de Nick Hornby. Nick é um badalado escritor inglês. O filho dele é autista.
“Falando com o Anjo” reuniu dezenas de escritores em prol da TreeHouse, uma entidade que presta assistência para estas pessoas. Ótimo livro.

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Matéria original:

 Autism’s First Child 
As new cases of autism have exploded in recent years—some form of the condition affects about one in 110 children today—efforts have multiplied to understand and accommodate the condition in childhood. But children with autism will become adults with autism, some 500,000 of them in this decade alone. What then? Meet Donald Gray Triplett, 77, of Forest, Mississippi. He was the first person ever diagno
sed with autism. And his long, happy, surprising life may hold some answers.
By John Donvan and Caren Zucker



In 1951, a Hungarian-born psychologist, mind reader, and hypnotist named Franz Polgar was booked for a single night’s performance in a town called Forest, Mississippi, at the time a community of some 3,000 people and no hotel accommodations. Perhaps because of his social position—he went by Dr. Polgar, had appeared in Life magazine, and claimed (falsely) to have been Sigmund Freud’s “medical hypnotist”—Polgar was lodged at the home of one of Forest’s wealthiest and best-educated couples, who treated the esteemed mentalist as their personal guest.

Polgar’s all-knowing, all-seeing act had been mesmerizing audiences in American towns large and small for several years. But that night it was his turn to be dazzled, when he met the couple’s older son, Donald, who was then 18. Oddly distant, uninterested in conversation, and awkward in his movements, Donald nevertheless possessed a few advanced faculties of his own, including a flawless ability to name musical notes as they were played on a piano and a genius for multiplying numbers in his head. Polgar tossed out “87 times 23,” and Donald, with his eyes closed and not a hint of hesitation, correctly answered “2,001.”

Indeed, Donald was something of a local legend. Even people in neighboring towns had heard of the Forest teenager who’d calculated the number of bricks in the facade of the high school—the very building in which Polgar would be performing—merely by glancing at it.

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