WASHINGTON (Reuters) - Vacinas que contêm um preservativo à base de mercúrio chamado thimerosal não podem causar autismo por si mesmas, determinou na sexta-feira uma corte especial dos Estados Unidos, em uma decisão que representou novo revés para pais que buscam atribuir a vacinas a culpa pela doença de seus filhos.
A Corte Federal Especial de Queixas estabeleceu que as vacinas não poderiam ter causado o autismo do menino William Mead, do estado do Oregon, encerrando assim o pedido de reembolso por parte de sua família.
"Os Meads acreditam que as vacinas com thimerosal causaram o autismo regressivo de William. Como explicado abaixo, concluiu-se que os Meads não apresentaram uma teoria sólida cientificamente", escreveu em seu parecer o perito especial George Hastings, que já atuou como especialista em restituição de impostos no Departamento de Justiça norte-americano.
Em fevereiro de 2009, o tribunal proferiu sentença contrária a três famílias que atribuíam a vacinas a causa do autismo de seus filhos, alegando terem sido "enganadas por médicos que são culpados, no meu ponto de vista, de erro grosseiro na avaliação médica".
As famílias pediam pagamento por meio do Programa Nacional de Compensação por Danos de Vacinas, um sistema que não requer verificação de culpa e conta com um fundo de 2,5 bilhões de dólares, originário de um imposto de 75 centavos de dólar sobre cada dose de vacina.
Em vez de juízes, três "peritos especiais" acompanharam os três casos-testes que representavam milhares de outras pessoas com a mesma causa.
As famílias perguntavam se a combinação de vacinas para sarampo, caxumba e rubeola (a Tríplice Viral ou SRC) e um preservativo que contém mercúrio, chamado thimerosal, havia provocado os sintomas nas crianças.
Mais de 5.300 ações foram apresentadas por pais que acreditam ter sido a vacinação a causa do autismo em seus filhos. O sistema do programa de compensação foi criado para proteger fabricantes de vacinas de processos que tornaram o negócio das vacinas inviável para muitas empresas.
O autismo é uma condição misteriosa que afeta 1 em cada 110 crianças nos EUA. As consequências variam de uma moderada síndrome de Asperger até retardo mental severo e incapacidade de convívio social. Não há cura ou tratamento.
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