sábado, 27 de março de 2010

JI-PARANÁ É REFERÊNCIA NO APOIO A AUTISTAS


(Paulo Demétrius) A Secretaria Municipal de Educação (Semed), de Ji-Paraná, mantém uma Sala de Recursos do Atendimento Educacional Especializado de Autismo, que hoje é um setor pedagógico coordenado por um grupo de Psicopedagogos, junto com as mães das crianças atendidas por este setor.
A Sala de Atendimento Especializado, foi criada para cuidar de crianças que precisam de atendimento especial, mas, que clinicamente, não se enquadram como deficientes mentais.
O Autismo, é tecnicamente conhecido como um transtorno neurológico, que passou a ser estudado mais aprofundadamente pela medicina, somente nos últimos anos. Por isso mesmo, a forma de tratamento da pessoa autista ainda não é sistematizada e convencional. O pouco que se sabe, é que ocorre na grande maioria das vezes nos meninos (4 em cada 5 autistas são do sexo masculino), o tratamento com remédios nem sempre é recomendado e que os portadores da doença tem enormes dificuldade de sociabilização.
O CP conheceu o local, e pode confirmar que esse é o perfil dos meninos atendidos pela Sala em Ji-Paraná. Durante a oportunidade, a psicopedagoga responsável pela educação das crianças, Márcia Pereira, que pode explicar o procedimento da Semed com os autistas. “Por se tratar de crianças com sérias dificuldades na interação e na linguagem, um grupo de professores e pais criou este espaço junto a secretaria de educação, que possibilitou a sociabilização dessas crianças através de alternativas adequadas para o tratamento do Autismo”, contou a professora.
Outras profissionais do grupo, relataram outras dificuldades do tratamento da criança autista. “É complicado o convívio com o autista. Muitas vezes as pessoas não entendem o comportamento estranho, e a julgam como uma criança mal educada, quando na verdade é uma criança que sofre muito com um transtorno, que quando não é compreendido, causa males ainda piores”, explica Nádia Cristina, assessora da Sala e mãe de autista.
Cecília Ribeiro, Gerente da Educação Especial da Semed, conta que “na maioria das vezes, a sociedade, por puro desconhecimento, age da maneira errada no trato com o autista”.
Porém, mesmo com tantas dificuldades, o prognóstico do autista é bem satisfatório quando tratado da maneira correta. “Cada criança tem sua peculiaridade, cabe ao educador saber utilizar aquele detalhe para conseguir estabelecer um contato promissor com o autista”, explica a psicopedagoga responsável pelo Grupo.

O DIFERENCIAL - Márcia Pereira diz que, o que faz do tratamento dado pela secretaria de educação de Ji-Paraná ser referência, é que o método de trabalho utilizado, é pioneiro em toda a região norte do país. “Nós utilizamos o Son-Rise - eficaz método criado nos EUA para o tratamento do Autismo - que é uma abordagem inovadora e dinâmica ao tratamento do autismo, uma abordagem relacional, onde a relação entre pessoas é valorizada. Este programa, não é um conjunto de técnicas e estratégias a serem utilizadas com uma criança. É um estilo de se interagir, uma maneira de se relacionar com uma criança que inspira a participação espontânea em relacionamentos sociais” especificou Márcia.
A Sala de Atendimento Especial existe desde 2007 e é realizada com a participação de funcionários municipais junto com o apoio dos pais. “A participação da família é essencial no processo de tratamento do autismo, e aqui em Ji-Paraná, essa participação das mães, é plena”, finalizou Márcia Pereira.


Semed promove Semana do Autismo

No próximo dia 2 de abril, é comemorado o Dia Mundial de Sensibilização sobre Autismo. Em Ji-Paraná, para relembrar a data, a Sala de Atendimento Especial ao Autista, irá promover uma série de eventos para divulgar o tema para a Sociedade.
A programação terá início na próxima segunda-feira (29), onde será disponibilizado um espaço para a imprensa registrar a atuação do grupo, distribuição de panfletos e uma manifestação na próxima quinta-feira, com crianças autistas, pais, professores e funcionários em frente a Semed, onde todos estarão vestidos de branco e soltarão balões para marcar a luta contra a doença.
O ápice da mobilização será no próximo dia 6, em que uma representante dos profissionais responsáveis pela Sala, falará sobre o tema na tribuna da câmara de vereadores de Ji-Paraná.

VACINA H1N1

Vacina H1N1 - Mais detalhes - Postado por Jairo Len


- A campanha de vacinação do governo para crianças restringe-se para crianças entre 6 meses e 2 anos de idade.

- Crianças abaixo dos 6 meses não podem ser vacinadas contra influenza (nem nos postos, nem nas clínicas particulares). A vacina não tem estudos de segurança nesta faixa etária.

- Na primeira vez que uma criança (abaixo dos 9 anos de idade) recebe a vacina contra influenza, é necessária uma segunda dose, 1 a 2 meses após. Nos anos seguintes este reforço não será mais necessário - basta uma dose para imunizar. Isso sempre valeu para as vacinas contra influenza (H1N1 ou Sazonais).
Por isso coloquei no post que "o reforço" pode ser feito com a trivalente, quando ela chegar. Vale então para crianças que recebem a vacina pela primeira vez.

- Porém, adultos e crianças que receberam a vacina monovalente H1N1 na campanha podem

- A boa notícia: a vacina contra influenza trivalente (H1N1 + sazonais) chegará, com certezatrazê-la - a Solvay Pharmaceuticals (Inglaterra) e a Sanofi-Aventis (França). A data (incerta) é final de abril ou início de maio.

- Não fiquei sabendo de casos com reações importantes após a vacinação. Quanto à imunidade que cada marca de vacina confere, jamais saberemos...

- Na contra-mão: Não vacinar crianças dos 2 anos em diante é uma atitude ignorante quando se quer evitar uma epidemia. As crianças escolares, quando imunizadas, diminuem em 60% a circulação do vírus e a doença na população não-vacinada.
As mesmas crianças que ficaram 3 semanas sem aulas no ano passado. Aliás, espero que a mesma insanidade não seja cometida neste ano.
O estudo que comprova isso, atual, imunizou população dos 3 aos 15 anos.
Para quem quiser ler (resumo em inglês), segue o link:
http://pediatrics.jwatch.org/cgi/content/full/2010/324/1?q=featured_pa

APADEM NA RÁDIO AGULHAS NEGRAS

 
Na terça-feira, dia 30 às 09:30. A APADEM estará em entrevista ao vivo, por telefone, na

Radio Agulhas Negras AM 640 KHZ, de Resende/RJ.

Estaremos divulgando o autismo, o trabalho de nossa associação e os eventos em comemoração
ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
 
A APADEM conta com a audiência de vocês!

Obrigada e um grande abraço!

MÃE E FILHO LANÇAM SEUS LIVROS ESCRITOS COM DOR E ESPERANÇA

Aos 6 anos, Gabriel Marinho desenhava aviões. A professora chamou a mãe e lhe disse: “Seu filho só pensa nisso”. Aos 9, interessou-se por futebol. Inventava, criando desenhos, times, uniformes e campeonatos. Aos 10, ele sentiu medo. Ao ouvir um trovão, se escondia debaixo da cama. Uma tia psicóloga, irmã da mãe do menino, chamou-a e disse: “Esse medo não é normal. Procure um especialista”. A mãe não percebeu nada de errado. Aos 13 anos, uma tristeza sem razão invadiu a alma do adolescente. Isolou-se dos amigos e da família. A psicóloga da escola chamou a mãe. E lhe avisou, com compaixão: “Não é manha nem capricho do seu filho. Ele tá pedindo socorro”.

Começava a romaria dos pais a consultórios de psicólogos e psiquiatras. E, tempos depois, o laudo que mudaria para sempre a vida daquela família. Ele tinha síndrome de Asperger, um tipo de autismo menos comprometedor (leia Para saber mais). A poeta e servidora pública alagoana Isolda Marinho nunca tinha ouvido falar daquilo. Nem o pai, o contador carioca Geraldo de Souza.

Gabriel entrou numa depressão arrasadora. Escondeu-se do mundo que não o compreendia. Passou dois meses sem ir à escola. Na internet, ainda transtornada, Isolda procurava entender o que era a tal síndrome. Descobriu grupos de discussões virtuais, pais com os mesmos problemas. Entendeu que podia haver uma saída. O filho passou a fazer terapia e a tomar medicação específica. Isolda jurou a si mesma que o traria de volta ao mundo que era dele. Chorou noites insones. Embrenhou-se em pesquisas. Enfrentou a desinformação de alguns médicos e o preconceito de uma sociedade ainda despreparada para aceitar o que não é igual. Foi — é — uma longa caminhada.

Ele passou a ler, para se sentir vivo e parte de alguma coisa. E mergulhou no mundo de George Orwell, Truman Capote, Gabriel García Márquez, Isabel Allende e Machado de Assis. Espiou também a dor de Clarice Lispector. Aos 17 anos, o adolescente passou no vestibular para jornalismo no UniCeub. E escreveu, para justificar sua própria existência, no mundo que criara para si. Escrevia noites adentro. Trocou a noite pelo dia. Viajou em si mesmo. Deu vida real a personagens de ficção. Frequentou o Núcleo de Literatura do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, onde desenvolveu oficinas gratuitas de textos que o incentivaram a não parar.

Aos 19 anos, publicou o primeiro livro: O mundo depois do fim — misto de ficção científica e romance psicológico, em que aborda temas como amizade, moral e ética. A obra, com 188 páginas, foi aprovada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura do GDF. Virou sucesso de crítica. Despertou até o interesse de um cineasta e de um agente literário de São Paulo. Como contrapartida ao apoio do FAC, depois do lançamento, o autor esteve, no ano passado, em várias escolas públicas falando da sua obra e de literatura.

Tristezas e belezas
Aos 20 anos, completados nesta sexta, Gabriel lança hoje seu segundo livro: Breve sonho de esperança, romance com 312 páginas, também aprovado pelo FAC. “É a história de uma guerra, entre dois países fictícios. Os personagens principais são um piloto de caça e sua companheira, que tem transtorno bipolar. Num outro extremo, vive uma estudante de jornalismo e sua mãe alcoólatra”, explica. E diz, com o olhar longe da sala da sua casa, na 207 Sul: “Dediquei esse livro a todo mundo que se sente incompreendido”.

Na orelha do livro, a escritora Cinthia Kriemler, que apresenta a obra, escreveu: “O romance exprime a familiaridade com a dor do outro... Gabriel fala de gente que dá certo, mesmo quando em volta é um caos. Há de todas as tristezas e belezas no texto deste escritor que nos brinda encontros e trocas... Nada está em excesso, nada força posições, tendências, credos ou vivências. Tudo flui. Como a vida. Gabriel é um homem perceptivo. Um escritor fervilhante, um perscrutador de almas”.

Na tarde de quarta-feira, com o livro que lança hoje em mãos, Gabriel disse ao Correio: “Escrevo porque gosto e preciso. É a única coisa que presto para fazer”. E disse mais: “É a melhor maneira, a mais direta, pra mostrar ao mundo que existo”. O terceiro e quarto livros estão prontinhos, à espera de publicação. Em Pecado e santidade, cuja ação se passa em Brasília, o escritor narra a vida de um homem que comete um assassinato, fica11 anos encarcerado e volta ao mundo.

E a quarta obra? O escritor prefere não adiantar mais detalhes, mas diz que fala da vida de uma musicista. A história, contada em primeira pessoa, mergulha na emoção feminina. Pergunto como ele consegue entender tal universo. “Eu vejo e escuto demais. Todo protagonista tem um pouco de mim e de todo mundo”, responde. Gabriel não para de criar e se reinventar. Deixou a faculdade de jornalismo no segundo semestre. Agora, estuda cinema no Iesb. Quer compreender melhor a sétima arte. Mas não pensa em abandonar a escrita. “Quero chegar ao ponto de me salvar com a literatura”, ele diz, com maturidade que impressiona para um garoto de 20 anos.

Casa de escritores
Hoje, além do livro de Gabriel, a mãe dele, Isolda, lança o seu Beijo de tangerina. “É quase um livro de bolso”, conta a poeta. A obra, cujo projeto foi aprovado pelo FAC, passeia pela delicadeza da mulher que fez da vida sua melhor poesia. “Comecei a escrever aos 14 anos, mas não mostrava pra ninguém”, conta ela, que completou ontem 49 anos e se deu de presente a própria obra, mais uma. Escreveu até se embriagar de palavras. Povoou cadernos, de punho próprio, com emoção e percepções muito particulares. Formou-se em letras na UnB.

Ensinou português e literatura para alunos da rede pública. Contou-lhes que a palavra sempre pode salvar. Em 1993, foi aprovada no concurso da Câmara Federal. Está lotada no Núcleo de Divulgação do Centro de Formação e Treinamento (Cefor). Em 2000, lançou seu primeiro livro: Sementes de amora. Em 2004, o segundo: Viço do verso. Todos esgotados.

Ao mesmo tempo que escrevia coisas como “são quietos os domingos dentro de mim. Tem ar de sopro morno, jeito de presença longe, cheiro de qualquer prazer. São dias de preguiça boba e moleza descuidada. Contém gritinhos contidos em diversos versos. Saliva de ontem de beijo disperso”, precisava entender a autossolidão que o filho se impunha. Era necessário mergulhar no mundo de dor e silêncio dele. Ele venceu. Ela venceu. Ambos venceram. A luta é constante.

Hoje, mãe e filho lançam juntos suas obras. Mais que isso. Lançam palavras transformadas em vidas. Gabriel escreve para se sentir vivo e se salvar. Isolda, para se encantar e se achar nela mesma. Ele inventa personagens, países e histórias. Inventa vidas de mentira iguais às vidas de verdade. Tem pouco e muito dele em cada obra. Comove com sua narrativa plausível. Ela brinca com as palavras. Seduz e emociona. “Procurei por toda parte, embaixo da cama, nas gavetas, na geladeira, na prateleira da estante... na mancha de batom da maquiagem desfeita, na dobra do papel inquisidor, no apartamento ao lado, nas entrelinhas do bilhete ao lado... procurei... não encontrei a mim mesma. Onde estava eu?”

Páginas da vida
 
Os dois livros foram lançados ontem, às 20h, para um pequeno grupo de amigos. A partir de hoje, quem quiser comprar um exemplar pode ligar ou mandar e-mail para Isolda: 8153-8707 (isoldamarinho61@gmail.com) ou Gabriel: 8111-7622 (gabriel2112@yahoo.com.br). Beijo de tangerina: R$ 20. Breve sonho de esperança: R$ 30.


Trechos

Beijo de tangerina
# Isolda Marinho

Retina descolada
De tanto ver o que não podia
minha retina ficou fina
De tanto observar que não devia
minha retina ficou fina
De tanto ouvir o que a intuição dizia
minha retina ficou fina
De tanto não viver o que era poesia
ficou fina minha retina
E de tanto ficar fina
foi saindo do meu olho
despedindo-se da sina
de sorver desse tal molho
fazer mil versos sem rima
letras tolas de menina
pingo suco tangerina


Breve sonho de esperança
# Gabriel Marinho

Os segundos transformaram-se em minutos; os minutos completaram uma hora e a sucessão de horas em claro expulsou-me da cama. Nada de sonhos, por enquanto. Debrucei-me na janela, passando a observar o azul-escuro do céu contornado por constelações e esperando que o olhar fixo naquela imagem me trouxesse o sono de volta. Roncos longínquos de escapamentos chamaram-me a atenção. Era sexta-feira. Vi uma intensa claridade proporcionada pelos faróis dos carros e tonéis transformados em fogueiras. Fui, mais uma vez, plateia cativa de um espetáculo nocivo. Presenciei cavalos-de-pau e corridas valendo dinheiro, até a aparição não programada da polícia, cortando a excitação da garotada, que fugiu desenfreadamente. Diverti-me com aquilo e o sono veio quando menos esperava, atingindo-me com a mesma intensidade de um tranquilizante para animais.

» Para saber mais
Autismo de alta funcionalidade

A síndrome de Asperger (SA), transtorno de Asperger ou desordem de Asperger é uma síndrome de espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. Alguns cientistas a classificam como “autismo de alta funcionalidade”. É mais comum no sexo masculino. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários — como Vernon Smith, Prêmio Nobel de Economia em 2002. O termo “síndrome de Asperger” foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing, em 1981, num jornal médico, que pretendia, desta forma, homenagear Hans Asperger, psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990.

A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994. Alguns sintomas são: atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes do cinco anos; interesses restritos (a pessoa escolhe um assunto de interesse, que pode ser seu único desejo por muito tempo, e a atenção ao assunto escolhido existe em detrimento de assuntos sociais ou cotidianos); memorização de grandes sequências, como mapas de cidades ou cálculos matemáticos complexos; falta de autocensura (eles costumam falar tudo o que pensam); e sensibilidade exacerbada a determinados ruídos.

NOTÍCIA - PARANÁ DESAFIA MEC EM POLÍTICA DE INCLUSÃO


Inclusão responsável e gradativa. Com esse lema, na próxima segunda-feira o governo do Paraná promete encaminhar à Assembleia Legislativa um projeto de lei que torna permanente a política do estado de manutenção das escolas especiais. Na última semana, o governador Roberto Requião (PMDB) já havia anunciado a prorrogação por mais três anos do convênio com as escolas mantenedoras de educação especial. As medidas contrariam a posição defendida pelo Ministério da Educação (MEC) de fechamento das instituições de educação especial e a consequente inclusão de todos os alunos no ensino regular. “A política do MEC está errada”, opina Requião.
Hoje, o Paraná conta com 394 instituições mantenedoras de escolas de educação especial – 384 são entidades filantrópicas e têm convênio de cooperação técnica e financeira com a Secretaria de Estado da Educação (Seed); outras 10 são escolas municipais e têm convênio de cooperação técnica. O Paraná também tem três escolas públicas de educação especial.
Hoje, o Paraná conta com 394 instituições mantenedoras de escolas de educação especial – 384 são entidades filantrópicas e têm convênio de cooperação técnica e financeira com a Secretaria de Estado da Educação (Seed); outras 10 são escolas municipais e têm convênio de cooperação técnica. O Paraná também tem três escolas públicas de educação especial.

Ao todo, o estado tem cerca de 80 mil alunos que precisam de atendimento especial. Desses, 37 mil estão matriculados na rede regular de ensino. Outros 41.529 estudantes estão em escolas de ensino especial. O investimento do governo paranaense com a educação especial chega a R$ 4,5 milhões por ano em folha de pagamento, além de R$ 20 por aluno da rede conveniada de educação especial.
De acordo com Requião, o projeto que está sendo encaminhado ao Legislativo fará com que a manutenção das escolas especiais fique assegurada no futuro. “É uma política de governo que será transformada em política de Estado”, disse. Na cerimônia realizada na última semana, Requião chegou a afirmar, com ironia, que o Paraná é “politicamente incorreto” ao reconhecer a importância das instituições especiais. Em vez de fechar escolas especiais como determinou o MEC, o estado aumentou sua rede – em 2008, inaugurou a Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião, em Curitiba.
Esse posicionamento do Paraná será levado ao governo federal neste mês, na Conferência Nacional de Educação. “Não somos contra a política do MEC, mas fazemos uma inclusão responsável. Daqui a um tempo podemos vir a ter a inclusão total”, contemporizou a coordenadora pedagógica de educação especial e inclusão educacional, Nanci Furtado de Menezes. Para a chefe do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional da Seed, Angelina Matiskei, não atender às especifidades das crianças é que seria uma forma de discriminação e preconceito.
Um dos opositores ao modelo pregado pelo MEC, o senador Flávio Arns (PSDB) elogia o posicionamento do Paraná. “Colocar todas as crianças no ensino regular, independentemente da dificuldade, não é possível”, opinou. Arns lembrou que o papel das escolas especiais é reconhecido em todo o mundo, e aqui não poderia ser diferente. “Meu filho, que tem deficiência mental, sempre estudou em escola especial. Hoje, com 35 anos, ele trabalha, mas com supervisão”, contou.
Para Evelise Portilho, professora do curso de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e especialista em Psicopedagogia e Educação Especial, “as escolas regulares, públicas ou particulares, têm dificuldades até para lidar com as diferenças do dia a dia entre os alunos”. A inclusão a fórceps sem a preparação institucional, segundo ela, faz com que o aluno com necessidade especial acabe mais excluído do que antes. “No curto prazo não vejo a possibilidade de acabar com as Apaes”, afirma.
O educador português José Pa­­checo, autor do livro Caminhos para a Inclusão e mentor da Escola Ponte – em funcionamento há 33 anos em Portugal e conhecida por ter rompido com o ensino tradicional ao não dividir os alunos em séries e turmas –, é categórico. “Colocar crianças e jovens com deficiências especiais em escolas que não estão preparadas é um faz de conta da inclusão. É criminoso”, opina. De acordo com ele, o resultado é uma sensação de inferioridade para esses alunos e um sentimento de frustração para os professores, que não se sentem capazes de ensinar.
Para José Raimundo Facion, psicólogo e professor doutor do Grupo Educacional Uninter, autor do livro Inclusão Escolar, uma via de mão dupla, a política adotada pelo Paraná é sensata. “Todo mundo concorda que a discriminação não pode existir, mas, para pessoas com deficiências mais complexas e invasivas, o fato de estar na educação formal não é prioridade na vida delas. Elas têm outras necessidades”, opina.
Serviço:
No Paraná, a decisão sobre a que tipo de escola deve ser encaminhado o aluno com necessidade especial é tomada em conjunto pelos pais, especialistas e pelo próprio estudante. O Centro Estadual de Avaliação e Orientação Pedagógica fica na Rua do Rosário, 144.

Convivência: Colégio para cegos é fechado
Mesmo com a política de manter as escolas especiais, o governo do Paraná resolveu fechar a Escola de Educação Especial Osny Macedo Saldanha, mantida pelo Instituto Paranaense de Cegos (IPC). A en­­­­ti­­dade atendia a 21 alunos. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seed), a medida não é um contrassenso em relação à manutenção de outras escolas especiais. Segundo Angelina Matiskei, chefe do Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional da secretaria, cerca de 3 mil alunos cegos já frequentam escola comum hoje no Paraná. “O que essas crianças têm de diferente que não podem conviver com as outras?”, questionou.
De acordo com a Seed, todas as crianças que têm condição de frequentar escola regular foram transferidas e, no contraturno, fazem aulas também em escolas especiais. Apenas cinco alunos que, além da cegueira, também têm deficiência mental foram transferidos para outras escolas especiais.
E se a estrutura fosse boa?
Especialistas defendem que a inclusão de todas as crianças com necessidade especial não é possível porque as escolas regulares não estão preparadas. E se elas estivessem?
Seria possível
Mesmo com experiências desastrosas em outros estados brasileiros, o especialista José Raimundo Facion defende que a inclusão total é possível. “Para isso seria necessário que a escola tivesse uma estrutura não só na área da educação formal, mas também da saúde. Teria de ter médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta”, diz.
É impossível
Já a professora do curso de Educação da PUCPR Evelise Portilho tem ressalvas. “Mesmo com todas as condições, acho que sempre vai necessitar de um trabalho além do realizado pela escola regular, com aulas de contraturno, estimulação específica para aquele aluno”, opina.

* * * * *
Interatividade
Que tipo de escola é mais adequado para receber alunos com deficiência?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

NOTÍCIA 25-03 - IDENTIFICADOS DOIS GENES ASSOCIADOS AO AUTISMO

ESTUDO INTERNACIONAL FOI REALIZADO EM CENTENAS DE FAMÍLIAS EUROPÉIAS


Foram identificados dois genes associados com o distúrbio o espectro autista (ASD − autistic apectrum disorders, nas siglas em inglês), num novo estudo realizado com 661 famílias.

Os investigadores, que publicaram o estudo na recente revista BioMed Central’s Molecular Autism, descobriram variações nos genes de duas proteínas cerebrais, a LRRN3 e a LRRTM3, que estão associados significativamente à susceptibilidade de ASD.

Anthony Monaco, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, trabalhou com uma equipa internacional para estudar os genes em famílias do Reino Unido, Holanda, Itália e Alemanha. O investigador garantiu que “para o nosso conhecimento, esta é uma das mais complexas análises sobre a associação entre estes genes cerebrais e a relação com o risco de ASD”.

As proteínas codificadas por estes dois genes têm implicações no desenvolvimento do cérebro, prejudicando muitas vezes os indivíduos autistas. A LRRN3 tem um papel importante no desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso enquanto a LRRTM3 faz parte do conjunto de proteínas usadas para organizar as conexões sinápticas.

Segundo Monaco, “este é um estudo centrado nos genes e na tentativa de identificar as variantes comuns na população do Reino Unido e em outras populações europeias. Os estudos futuros destes genes e da sua função vão contribuir para o desenvolvimento de informações sobre a patologia do ASD”.

Polymorphisms in leucine-rich repeat genes are associated with autism spectrum disorder susceptibility in populations of European ancestry

 Background
Autism spectrum disorders (ASDs) are a group of highly heritable neurodevelopmental disorders which are characteristically comprised of impairments in social interaction, communication and restricted interests/behaviours. Several cell adhesion transmembrane leucine-rich repeat (LRR) proteins are highly expressed in the nervous system and are thought to be key regulators of its development. Here we present an association study analysing the roles of four promising candidate genes - LRRTM1 (2p), LRRTM3 (10q), LRRN1 (3p) and LRRN3 (7q) - in order to identify common genetic risk factors underlying ASDs.

Methods

In order to gain a better understanding of how the genetic variation within these four gene regions may influence susceptibility to ASDs, a family-based association study was undertaken in 661 families of European ancestry selected from four different ASD cohorts. In addition, a case-control study was undertaken across the four LRR genes, using logistic regression in probands with ASD of each population against 295 ECACC controls.

Results

Significant results were found for LRRN3 and LRRTM3 (P< 0.005), using both single locus and haplotype approaches. These results were further supported by a case-control analysis, which also highlighted additional SNPs in LRRTM3.

Conclusions

Overall, our findings implicate the neuronal leucine-rich genes LRRN3 and LRRTM3 in ASD susceptibility.
 

quarta-feira, 24 de março de 2010

DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

Na noite de 1 de Abril o prédio Empire State em NY estará acesso com luzes azuis em conscientização sobre o dia do Autismo em 2 de Abril.

Estão surgindo e repassando a campanha no resto do mundo para que todas as pessoas possam acender uma luz azul em suas casas.Outros prédios por todo o país e o resto do mundo estará acendendo luzes azuis.



Coisas que vc pode fazer para ajudar na conscientização do autismo:

1 - Usar o pin azul com o desenho de uma peça de quebra cabeça durante todo o mês de abril e qdo as pessoas perguntarem vc, vc pode falar sobre o autismo e o pq vc esta vestindo.

2- Mudar as fotos do orkut e perfil no twitter ou facebook com a peça azul do quebra ou com o logo da campanha light it up: Blue e repassar para 10 amigos.

3- Digitar todos os seus emails em AZUL e colocar o logo Light It Up Blue na assinatura durante todo o mês de Abril.

4- No dia 2 de Abril vestir uma peça de roupa azul, camiseta ou calça e pedir pra seus amigos, familiares ou colegas de trabalho pra vestir tbm e tirar fotos e repassá-las, pra gente aqui no grupo tbm !! Se possiível colocá-las nas galerias do Flickr,orkut,twitter,facebook.

5- Cozinhar um bolo com o desenho da peça de quebra-cabeça Azul, preferencia todo em azul e levar pra escola, pro trabalho e dividir com seus amigos explicando o pq.

6- Igrejas, Congregações, avisar aos responsáveis para que falem do dia em seus Cultos, Missas e Celebrações, etc.
 NO BRASIL:

Eventos da APADEM:

PROGRAMAÇÃO

Segunda- dia 29/03 – 19:00Tema do dia: Irmãos de Autistas
Abertura: Apresentação de Maria Clara Portela (teclado)
Exibição do filme Black Balloon –
Comentários Erica V. Lacerda (Fonoaudióloga)
Local: Auditório SME (Secretaria Municipal de Educação/VR)
Rua Santa Helena, nº.22 – Niterói- Volta Redonda

Terça –dia 30/03 – 14:00Tema do dia: Divulgando o Autismo
Caminhada, Panfletagem e Divulgação na Mídia
Concentração: Praça Brasil – Vila Santa Cecília

Quarta –dia 31/03 – 18:00Tema do dia: A Arte Autista
Exposição de telas de pessoas com Autismo
Artistas: SEMEIA, Escola Dayse Mansur, Escolas Inclusivas, entre outros, de todo o Brasil.
Local: Auditório da SME

Sexta- dia 09/04- 14:00Tema do dia: A Nutrição dos Autistas
Mini palestra, mini oficina, degustação e venda de produtos sem glúten e sem caseína
Nutricionista responsável: Lívia Eller
Local: Sede da APADEM
Rua Beira-rio ,413- Voldac- VR

Sábado- dia 10/04- 18:00Tema do dia: O Autismo
Palestra: Autismo e a Importância do Diagnóstico Precoce
Palestrante: Mônica Accioly (Rio de Janeiro). Fonoaudióloga, Membro fundador e Coordenadora Técnica da Associação Mão Amiga/RJ
Homenagem: Entrega da placa “Prefeito Amigo dos Autistas”
Ao Exmo Sr. Prefeito Municipal Antonio Francisco Neto.
Local: Auditório da SME

Maiores informações:
APADEM - Tel 24 3337 3683-

A MOTHER’S COURAGE – FILME ESTRÉIA NO DIA INTERNACIONAL DO AUTISMO HBO

TRADUÇÃO: AMANDA BUENO.
O DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO (World Autism Awareness Day) é dia 2 de abril, o que torna essa data apropriada para o lançamento do novo documentário da HBO: "'A Mother's Courage: Talking Back to Autism'".
O filme/documentário mostra a jornada de uma mãe na procura de maneiras de entender a mente do filho autista. O filme é narrado pela vencedora do Oscar ® Kate Winslet e dirigido por Fridrik Thor Fridriksson (o indicado ao Oscar ® "Children of Nature").
"A Mother's Courage: Talking Back to Autism" é a história real  de Margret, cujo filho de 10 anos é severamente autista. Tendo uma insaciável sede de conhecimento sobre o autismo, Margret tentou vários tratamentos para ajudar seu filho.
 Margret viaja de sua casa na Islândia para os Estados Unidos e Europa, para se reunir com cientistas e especialistas em autismo. Ela também entra em contato com outras famílias de autistas.
Margret se preocupa com o fato de que seu filho possa nunca ser capaz de expressar-se ou de ser auto-suficiente, Conforme viaja Margret aprende como os cérebros das crianças autistas são diferentes dos cérebros das crianças "normais". Aprende sobre novos tratamentos que podem oferecer esperança às crianças autistas.
Conforme Margret se relaciona com famílias de crianças autistas, ela descobre que não está sozinha em sua luta. As famílias compartilham histórias sobre diferentes experiências médicas, intermináveis visitas ao médico, tratamentos e complicações. Muitas das famílias compartilham informações sobre novas terapias promissoras, dando-a um sentimento de esperança.
Após a volta para casa, Margret diz: "Antes, nós costumávamos falar sobre Keli na frente dele, mas agora vamos falar com ele."Com uma nova esperança para o futuro, ela acrescenta: "Agora eu posso começar a conhecer o meu próprio filho."
Entre os especialistas e envolvidos que Margret encontrou estão:
Dr. David G. Amaral, Dr. Simon Baron-Cohen, Dr. Geraldine Dawson, Dr. Temple Grandin, Joseph E. Morrow e Soma Mukhopadhyay, Margret também se reúne com Portia Iverson e Shestack Jonathan, pais de uma criança autista e fundadores da Cure Autism Now.

EVENTO: SINAIS PRECOCES DE TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


* DIA 26 DE MARÇO DE 2010


SINAIS PRECOCES DE TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Palestrante: PROF. DR. FRANCISCO BAPTISTA ASSUMPÇÃO JR

HORÁRIO:
18:30Hs as 19:30Hs RODA DE CONVERSA (atividade extra para associados da ABENEPI-PR)

20:00Hs as 21:30Hs Palestra - SINAIS PRECOCES DE TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Obs: sem taxa de inscrição

LOCAL: CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁ
Rua Victório Viezzer, 84 - Vista Alegre CEP: 80810-340 - Curitiba-PR
Auditório localizado no andar S1


Informações e inscrições: 041-3039-8020 ou secretaria@abenepipr.com.br
www.abenepipr.com.br

ARTIGO NA ÍNTEGRA - INDICAÇÃO


Indicação de artigo. Link para artigo na íntegra em formato pdf. O autor estará presente em Curitiba para a ministrar a palestra: SINAIS PRECOCES DE TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA.
Dia 26/03/10.

Alexsandra V. EliasI; Francisco B. Assumpção JrII
IPsicóloga, Mestre em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (FCM-UMICAMP), Campinas SP, Brasil
IIPsiquiatra, Professor Livre Docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo SP, Brasil 

RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida (QV) de crianças com transtornos invasivos do desenvolvimento.
MÉTODO: 20 meninos autistas, entre 4 e 12 anos, submetidos à escala de traços autísticos-ATA e a Vineland adaptive behavior scales, necessitando obter nesta, nível de desenvolvimento adaptativo igual ou maior que 70. Os dados sobre a QV foram obtidos pela Escala de Qualidade de Vida - AUQEI e comparados a partir da aplicação da Vineland e da AUQEI em 20 crianças normais, pareadas quanto a sexo e idade.
RESULTADOS: Os índices da Vineland sugerem que crianças normais apresentam melhor desempenho adaptativo do que crianças autistas (p=0,0196). Nos dados sobre QV, verificou-se que os índices gerais são iguais para ambos os grupos, indicando QV positiva (p=0,744), entretanto no subdomínio autonomia, crianças autistas apresentaram índices mais elevados (p=0,0048).
CONCLUSÕES: Crianças autistas apresentam índices QV iguais aos índices de crianças normais.
Palavras-chave: qualidade de vida, infância, autismo.

 Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.64 no.2a São Paulo June 2006

terça-feira, 23 de março de 2010

ENTIDADES REALIZAM MOVIMENTO A FAVOR DOS AUTISTAS

 

O Grupo de Estudos e Apoio a Profissionais e Pais de Autistas (Geappa) e o Movimento Luta e Trabalho pelos Direitos dos Autistas (MLTDA) realizam no dia 1º de abril, evento em favor dos direitos dos autistas com uma parada que acontece a partir das 8h, na Praça Antônio João, e a partir das 19h no Shopping Avenida Center, em Dourados.


Entre os objetivos dos grupos está o de conscientizar a população e buscar o apoio na luta pelos os direitos dos autistas e reivindicar aos órgãos públicos que tais direitos sejam respeitados e atendidos.
 Autismo 
É uma disfunção neurológica que não tem cura e o melhor tratamento é a estimulação em todas as áreas. Sabe-se que ele afeta o desenvolvimento relacionado à comunicação, interação social e imaginação e que, na maioria das vezes, dificulta o exercício da vida autônoma, dentro dos padrões ditados pela “normalidade”, daí a necessidade de que a criança seja estimulada e atendida o mais cedo possível.

Pesquisas recentes revelam que a proporção da incidência do autismo é de 1 em cada 175 nascimentos. Apesar de ser uma das síndromes que mais cresce na atualidade, em nossa cidade e em nossa região, não há um centro de atendimento especializado para tratamento dessas crianças.
http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=35992

Nota da Amanda: Quando o texto fala da incidência de autismo devemos considerá-la como incidência de desordens pertencentes ao espectro do autismo. Atenção!!!

segunda-feira, 22 de março de 2010

NOTÍCIA - MINISTRO JOAQUIM BARBOSA DETERMINA IMEDIATO RESTABELECIMENTO DE PENSÃO POR MORTE PAGA A RAPAZ AUTISTA

MINISTRO JOAQUIM BARBOSA DETERMINA IMEDIATO RESTABELECIMENTO DE  PENSÃO POR MORTE PAGA A RAPAZ AUTISTA

Supremo Tribunal Federal 

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que seja restabelecido imediatamente o pagamento de pensão alimentícia a um jovem absolutamente incapaz, em razão de ser portador de doença mental (autismo). Ele recebia pensão alimentícia após a morte do avô, servidor público federal, em julho de 2002, de quem era dependente. O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou ilegal o pagamento do beneficio por considerar não comprovada a dependência econômica do menor em relação ao avô.
O ministro concedeu liminar no Mandado de Segurança (MS 28540) impetrado pelo pai do rapaz, Luiz Walter Ayres de Albuquerque, que é também seu curador. Citando decisão semelhante do ministro Celso de Mello (no MS 28187), Barbosa afirmou que o recebimento da pensão por tão longo período de tempo fez surgir no beneficiário a justa expectativa e também a confiança de que os atos estatais praticados (pagamentos mensais do benefício) eram regulares, não se justificando a ruptura abrupta da situação de estabilidade.
“Portanto, a abrupta suspensão de benefício de caráter alimentar, após decurso de longo período de tempo, abala a segurança jurídica e o princípio da boa-fé objetiva. Ademais, o periculum in mora é evidente, tendo em vista o caráter alimentar do benefício e, no caso dos autos, a efetiva necessidade de cuidados médicos especiais decorrentes da enfermidade de que padece o impetrante”, afirmou Barbosa em sua decisão.
Reservando-se o direito a uma análise mais detida do caso quando do julgamento do mérito do mandado de segurança, o ministro Joaquim Barbosa deferiu liminar para suspender a decisão do TCU até o julgamento final do MS. Nas informações prestadas ao relator do caso, o TCU alegou que o pedido de guarda judicial do rapaz pelo avô teve “o nítido propósito de transformar o benefício previdenciário em herança”, visto que o avô já contava com idade avançada (73 anos) quando a ação de guarda foi ajuizada.
VP/LF

NOTÍCIA - DESCOBERTA QUE ABRE CAMINHO PARA TRATAR AUTISMO


Cientistas do Carnegie Mellon conseguiram perceber como cérebro codifica substantivos
2010-03-19

Os neurocientistas Marcel Just e Vladimir Cherkassky e os cientistas informáticos Tom Mitchell e Sandesh Aryal, da Universidade de Carnegie Mellon, parceira de nove instituições do Ensino Superior de Portugal, conseguiram determinar como é que o cérebro organiza representações de substantivos, combinando imagens cerebrais e técnicas de aprendizagem mecânica. O estudo foi publicado na revista científica «PLoS One».

Esta novidade surge como uma espécie de Pedra de Roseta neural, e um importante avanço para o tratamento de doenças do foro psiquiátrico e neurológico, ao permitir compreender como é que o cérebro codifica os substantivos.

“Descobrimos como é que o dicionário cerebral está organizado”, explica Marcel Just, professor de Psicologia e director do Center for Cognitive Brain Imaging. “Não é apenas uma ordem alfabética ou segundo cores e tamanhos. Fá-lo através de três características básicas usadas pelo cérebro para definir substantivos comuns como ‘apartamento’, ‘martelo’ e ‘cenoura’”.

Este estudo permitiu, pela primeira vez, identificar pensamentos estimulados por palavras isoladas com precisão, através de imagens cerebrais, ao contrário de estudos anteriores que recorriam a estímulos visuais ou combinados com palavras. A equipa foi também capaz de prever onde se daria a activação mediante um substantivo apresentado aos participantes. A comparação de imagens sobre os resultados esperados e obtidos mostram que as teorias geram previsões bastante precisas.

Nas doenças psiquiátricas e neurológicas, os significados de certos conceitos estão, por vezes, distorcidos. Estas novas técnicas tornam possível a medição dessas distorções e apontar um caminho para as contrariar. Por exemplo, uma pessoa com agorafobia, medo de espaços abertos, pode ter uma codificação exagerada da dimensão abrigo. Uma pessoa com autismo pode ter uma codificação mais fraca em contacto social.

Três códigos, três fundamentos

Os três códigos ou características relacionam-se com três fundamentos: como é que nos relacionamos fisicamente com o objecto (como o seguramos, por exemplo); como é que está relacionado com o acto de comer; ou com a ideia de abrigo.

Os três factores, cada um codificado entre três a cinco diferentes áreas do cérebro, foram descobertos através de um algoritmo, que procurou pontos comuns entre zonas cerebrais dos participantes que respondiam a 60 substantivos que descrevem objectos físicos. Por exemplo, a palavra “apartamento” provocou alta activação nas cinco áreas que codificam palavras relacionadas com “abrigo”.

A investigação demonstrou também que o significado dos substantivos é codificado de forma similar no cérebro dos vários participantes. “Este resultado demonstra que, quando duas pessoas pensam sobre a palavra ‘martelo’ ou ‘casa’, os padrões de activação cerebral são bastante similares”, confirma Tom Mitchell, responsável pelo Machine Learning Department na School of Computer Science.

Moldar o cérebro
Jaime Cardoso, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, está desde Janeiro neste departamento da Universidade de Carnegie Mellon – no âmbito do programa de intercâmbio de professores –, a colaborar na área de investigação em aprendizagem automática (machine learning), visão computacional e em sistemas de apoio à decisão que beneficiem as duas áreas anteriores.

Trata-se de uma iniciativa que se traduz numa oportunidade única para os académicos e para as instituições, pela imersão cultural dos docentes e pela promoção de mudanças positivas através da adopção das melhores práticas na educação, na investigação e na inovação.

Esta descoberta tem ainda implicações no desenvolvimento e nos testes a nível neural: “Nós ensinamos a mente, mas estamos a moldar o cérebro, e agora podemos testar o cérebro sobre o quão bem aprendeu um conceito”, conclui Marcel Just.

sexta-feira, 19 de março de 2010

ESPECIALISTAS ESCLARECEM BOATOS SOBRE A VACINA CONTRA GRIPE A

 ESPECIALISTAS ESCLARECEM BOATOS SOBRE A VACINA CONTRA GRIPE A

Mensagens anônimas que circulam na internet assustam e põem em dúvida a população

Mariana Ortiga | mariana.ortiga@diario.com.br Foto: Nereu de Almeida

Quando o vírus da gripe A surgiu no ano passado, muitos boatos apareceram junto com ele. Agora, os rumores chegam por e-mail e dizem respeito à vacinação, por enquanto aplicada em profissionais da saúde e indígenas.

Uma mensagem anônima que circula na internet desde a semana passada assusta e põe em dúvida a população, mas especialistas garantem que a vacina é segura. A mensagem eletrônica afirma que o medicamento possui substâncias capazes de provocar de autismo entre crianças a problemas no sistema imunológico humano.

Além disso, o e-mail sugere uma armação entre autoridades de saúde e fabricantes da vacina para ter lucro com a aplicação, feita gratuitamente pelo governo em determinados grupos.

Irresponsabilidade

Cansada de mensagens do tipo, a vice-presidente nacional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Isabella Ballalai, classificou o alerta como "irresponsável". Ela disse que as vacinas já foram usadas nos Estados Unidos e na Europa com êxito. Segundo Isabella, não houve registro de mortes nem de efeitos colaterais graves até agora.

Especialistas na área acham que é natural as pessoas terem dúvidas diante do excesso de críticas ao medicamento recebidas pela rede mundial de computadores, mas ressaltam que não há perigo.

A médica Susana Dalcastagne, e as enfermeiras Priscila Tramontina e Renata Machado não pensaram duas vezes antes de receber a dose. Por falta de tempo não vacinaram-se no primeiro dia, mas no segundo. Elas garantem que não se sentem diferentes e que não tiveram nem reação no local da aplicação.

Indígenas não apresentaram efeitos colaterais

Na população indígena, das 9,3 mil pessoas que serão vacinadas no Estado, metade já havia tomado a dose na semana passada. Não há notificação referente a problemas em consequência da vacina, de acordo com a responsável pela imunização da Funasa, Janete Ambrósio.

A última avaliação realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em dezembro de 2009, registrou que os efeitos provocados pela vacina são reações leves, como dor local, febre baixa e dores musculares, que passam em torno de 48 horas.

— Penso que a polêmica começou em função do uso de substâncias na vacina como o timerosal, que é um derivado do mercúrio. Na França, desde o ano 2000, a Agência Francesa de Medicamento recomenda que ela não seja usada, mas há permissão da OMS por causa da pandemia. Tanto os governos quanto as indústrias se anteciparam para fazer a vacina contra um vírus que não é perigoso como se imaginava — comenta a doutora em microbiologia, Andréa de Lima Pimenta.

Especialistas tiram dúvidas

1. A vacina H1N1 contém mercúrio — a segunda substância mais perigosa do planeta depois do urânio. O veneno de uma cascavel é menos perigoso que o mercúrio. A substância em outras vacinas está ligada à epidemia de autismo entre crianças.

O que dizem os especialistas: há um derivado do mercúrio na vacina, o timerosal, usado para conservar o medicamento. Como a quantidade é pequena, não há registros de danos ao corpo. O Ministério da Saúde recomenda que pessoas alérgicas à substância consultem um médico. Pesquisas recentes não confirmam associação entre a substância e o autismo.

2. Ela contém esqualeno, uma substância que quando injetada no corpo pode fazer o sistema imunológico humano voltar-se contra si mesmo!

Especialistas: assim como o derivado de mercúrio, o esqualeno é um componente comum em vacinas. Segundo o Ministério da Saúde, ele é um complemento alimentar retirado do fígado do tubarão e não oferece risco para o sistema imunológico.

3. Ela contém células de câncer de animal que pode provocar câncer nas pessoas!

Especialistas: não há esse tipo de células na vacina. Usou-se células animais em vacinas que estão saindo do mercado, como a antirrábica, mas sem nenhuma relação com câncer.

4. O governo federal não está confiante quanto à segurança da vacina H1N1, é por isso que foi dada às indústrias farmacêuticas imunidade contra ações judiciais. Isto significa que se seu filho ou esposa ficar inválido ou morrer por causa da vacina H1N1, você não poderá processar a indústria farmacêutica que fez a vacina.

Especialistas: quando há dúvida sobre uma medicação, ela não é liberada. O Ministério da Saúde não assinou nenhum termo de imunidade judicial com empresas. Elas são responsáveis pelos produtos que fabricam.

5. A entrada no mercado da vacina foi acelerada, o que significa que todos os efeitos colaterais a médio e longo prazo não são conhecidos.

Especialistas: a entrada foi acelerada, mas isso não quer dizer que a vacina não seja segura. A medicação é semelhante à usada na prevenção da gripe comum. A principal diferença é que o vírus morto usado é o do H1N1.

6. Em 1976 o instituto médico afirmou que havia uma situação crítica relativa à gripe suína. As pessoas começaram a morrer ou ficaram inválidas após tomarem a vacina contra a gripe suína.

Especialistas: na ocasião, houve casos de gripe A entre recrutas americanos. Eles tomaram a vacina e, em alguns casos, houve complicações, interrompendo a campanha. O que se ressalta é que a vacina de hoje não é a mesma e não tem registros de problemas até agora.

7. As estatísticas e os fatos estão sendo manipulados para provocar pânico! O número de pessoas que supostamente estão com o H1N1 são somente estimativas, não números reais. Os testes usados para o H1N1 não são aprovados pela FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos), e esses testes não são confiáveis.

Especialistas: ao contrário, médicos e outros profissionais da saúde tentam amenizar o medo da população, ressaltando que a gripe A é apenas uma variação da gripe comum.

8. De acordo com as declarações dos Centros de Controle de Doenças, Agência de Drogas e Alimentos e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o H1N1 é uma doença moderada da qual muitas pessoas se recuperam em uma semana sem medicação.

Especialistas: a maioria das pessoas que adoecem realmente se recuperam bem. A vacinação tenta impedir que os grupos considerados de risco, como as gestantes, tenham prejuízos à saúde, como ocorreu no inverno passado.

Fontes: Ministério da Saúde, infectologista Gustavo de Araújo Pinto e a doutora em microbiologia Andréa de Lima Pimenta.


quarta-feira, 17 de março de 2010

RASTRO DE NOTÍCIAS FALSAS QUASE NUNCA SE APAGA

Rasto de notícias falsas quase nunca se apaga
Efeitos da divulgação de fatos inventados são difíceis de parar e estudos mostram que até alvos sofisticados são manipuláveis.
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Em 1998, Andrew Wakefield e mais 12 co-autores acusaram, no jornal The Lancet, uma vacina infantil de provocar autismo. Como relata a revista Scientific American (SciAm) no artigo "Factor de impacto: pode uma retracção científica mudar a opinião pública?", o caso é tanto mais estranho quanto desde aí foram feitas nove correcções. O artigo original teve um impacto na comunidade autista e gerou "um declínio nos níveis de vacinações das crianças".
Em Fevereiro, o The Lancet retractou-se porque o artigo tinha incorrecções mas, num conjunto de entrevistas feitas no ano passado e publicadas já no início de Março na revista Pediatrics, quase 25% dos 1552 pais inquiridos continuavam a insistir que as vacinas podiam provocar autismo. "É muito difícil 'desassustar' as pessoas depois serem assustadas", afirmava Paul Offit, director do Vaccine Education Center no The Children's Hospital de Filadélfia. E "pode haver mais casos nos quais a opinião pública perpetua [o erro] muito depois de desmentido".
A falsa ameaça de uma invasão russa à Geórgia, transmitida no sábado num canal de televisão deste país, gerou um conflito diplomático e político. O aviso de que se tratava de uma ficção foi emitido antes, mas não durante a emissão na Imedi TV.
Com o conflito com a Rússia em 2008 ainda presente, muitos georgianos que não viram o aviso acreditaram num ataque verdadeiro. Se a verdade foi reposta, o efeito da mentira mantém-se e vários estudos demonstram que as correcções têm menor efeito do que as notícias falsas.
O número de revistas e de correcções de artigos científicos aumentou. Segundo a SciAm, apenas cinco de 690 mil artigos científicos foram corrigidos em 1990 mas aumentaram para 95 em 1,4 milhões em 2008.
Também a Internet ajuda a promover erros, científicos ou não, e "notícias" relatadas de forma errónea ou como piada acabam disseminadas como verdadeiras. Em 2004, a Internet Satirical Newspaper Association contava mais de 200 membros, cujo objectivo era fabricar ou divulgar notícias inexistentes - à semelhança do que os jornais sérios fazem a 1 de Abril.
O efeito das notícias falsas revela que mesmo os "leitores mais sofisticados" acabam convencidos, segundo um estudo europeu revelado pela revista Miller-McCune, e qualquer um pode "sucumbir à manipulação mediática e alterar as suas posições políticas quando é bombardeado longamente com notícias tendenciosas".
O trabalho Time Bomb? The Dynamic Effect of News and Symbols on the Political Identity of European Citizens, publicado por Michael Bruter, da London School of Economics and Political Science, avaliou 1200 pessoas relativamente às suas posições sobre a União Europeia. Durante dois anos, Bruter enviou uma com notícias tendenciosas - retiradas de jornais e a favor ou contra assuntos específicos - para 200 pessoas em Portugal, Alemanha, Bélgica, França, Reino Unido e Suécia. Os resultados "sugerem que até audiências sofisticadas são susceptíveis à manipulação" e, assim, "a maior lição para os media é que tenham responsabilidade" no que emitem.

NOTÍCIA - MÉDICO DO BUTANTAN DESMENTEM BOATOS SOBRE VACINA CONTRA NOVA GRIPE

MÉDICO DO BUTANTAN DESMENTEM BOATOS SOBRE VACINA CONTRA NOVA GRIPE

E-mails que se espalharam na internet dizem que imunizante é perigoso.
Efeitos colaterais são iguais à vacina contra gripe comum, diz especialista.


Boatos que têm se espalhado pela internet estão questionando a eficácia – e até o objetivo – da campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1). Para esclarecer dúvidas que chegaram por e-mail por inúmeros telespectadores, o Jornal Nacional ouviu o diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, que estudou a vacina importada.

Veja o site do Jornal Nacional  e assista a reportagem

Entre as mensagens que circulam pela rede de computadores está uma dizendo que a vacina contém mercúrio e óleo de esqualeno, que seriam tóxicos.


“A quantidade de mercúrio que tem nessa vacina é muito pequena e considerada não prejudicial à saúde das pessoas”, afirma Alexander Roberto Precioso, do Butantã. Segundo o médico, o mesmo vale para a substância esqualeno. 

Um outro e-mail associa o mercúrio a incidência de autismo, um distúrbio mental, entre crianças.  “Não é possível afirmar neste momento que o mercúrio é responsável pela ocorrência de autismo”, afirma o médico do Butantan.

Em relação aos efeitos colaterais, o médico esclarece que eles são iguais aos da vacina da gripe comum: febre, dor no corpo e calafrios, mas a maioria das pessoas não tem nenhuma reação.


A segunda etapa de vacinação começa em 22 de março e vai até 22 de abril. Nesse período, devem receber a vacina apenas as grávidas, pessoas com doenças crônicas e crianças de seis meses a um ano e onze meses de idade.
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CUIDADO!!!!! EMAILS E NOTÍCIAS SOBRE NÃO TOMAR A VACINA CHEGAM A TODOS OS MOMENTOS.


Fiquem atentos.





NOTÍCIA 15/03/10 - AUTISTAS QUEREM CENTRO DE REFERÊNCIAS

AUTISTAS QUEREM CENTRO DE REFERÊNCIA
Mato Grosso do Sul, Segunda-Feira, 15 de Março de 2010 - 14:26
 
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) se reuniu na manhã de sábado (13) com um grupo de pais de crianças autistas e com membros do Grupo de Estudo e Apoio a Profissionais e Pais de Autistas (GEAPPA).

O objetivo do encontro foi definir o apoio do deputado, que é presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Pessoas com Deficiência, na criação de um Centro de Referência em Estudo e Atendimento de Crianças Autistas e Demais Transtornos do Desenvolvimento na região da Grande Dourados.

Segundo a coordenadora do GEAPPA, a psicóloga Morgana Agostini Martins, o objetivo do Centro seria o de oferecer atendimento aos pais no contra-turno escolar, promovendo o desenvolvimento da criança. “Podemos dizer que se hoje existisse um centro especializado como este que estamos propondo ao deputado, atenderíamos mais de duas mil crianças por mês em diversos tipos de especialidades”, afirma.

O Centro de Referência contaria com a participação efetiva de profissionais especializados nas mais diversas áreas como: neurologia, psiquiatria, psicologia, teoria ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, pedagogia, educador físico, dentista e nutricionista. O local serviria também como projeto de extensão escolar universitária, para formação de professores e de conscientização da população em geral.

O deputado Geraldo Resende declarou apoio integral ao projeto e se comprometeu a buscar recursos para construção do prédio. “Eu me sensibilizo com essa causa. Como agente político, sou totalmente favorável, mesmo porque a Frente Parlamentar que presido engloba esse assunto e temáticas sobre deficiências. O sonho desses pais será o meu sonho também e por isso podem contar comigo”, disse.

Ao final da reunião com o deputado Geraldo Resende, o Grupo se comprometeu em se organizar, elaborar um projeto, conseguir a área para construção do Centro a fim de que o deputado possa trabalhar na viabilização dos recursos necessários para construção.

O GEAPPA fará um evento de conscientização no dia 1 de abril, às 8h, nas intermediações da Praça Antônio João; e às 18h o shopping de Dourados receberá o Grupo, que pretende conscientizar a comunidade sobre a importância do assunto, onde o deputado Geraldo Resende também estará presente. O dia 02 de abril é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.

terça-feira, 16 de março de 2010

NOTÍCIA - 16/03/2010 - NO RASTRO GENÉTICO DO AUTISMO

NO RASTRO GENÉTICO DO AUTISMO

Testes de diagnóstico mais fiáveis do que outros

As intervenções terapêuticas com crianças que demonstrem ter Transtorno do Espectro Autista (TEA) devem começar desde cedo. Existem vários testes cuja finalidade é detectar anomalias no DNA que possam causar problemas para um diagnóstico precoce. Um trabalho publicado na revista «Pediatrics» defende a generalização do uso de um deles.

Na maioria dos casos, os sintomas aparecem antes dos três anos, mas podem igualmente ser diagnosticados muito depois dessa idade. Portanto, pessoas que tenham um filho ou outro familiar afectado têm a probabilidade de virem a ter descendentes com a doença e a resposta está, por isso, nos genes.

Hoje, sabe-se que os factores genéticos que aumentem o risco de desenvolver TEA são variados e isso dificulta a detecção precoce. Os guias de diagnóstico genético recomendam o uso de testes como: Cariótipo dos cromossomas, que permite identificar grandes alterações; e o teste da síndrome do X frágil (também conhecida como síndrome de Martin & Bell), já que em 30 por cento destes têm autismo; mas o potencial destes é bastante limitado.

O estudo então publicado por investigadores do Hospital Infantil e do Consórcio do Autismo de Boston (EUA) sublinham a Análise Cromossómica por Microarray (CMA), por considerarem ter uma taxa de detecção de anomalias genéticas três vezes superior aos seus antecessores.

Os autores testaram as três provas genéticas em 933 pacientes, entre os 13 meses e 22 anos. O cariótipo detectou anomalias em 2,3 por cento, o segundo teste apenas em 0,46 por cento e o CMA em 7,3 por cento dos participantes., para a análise do genoma completo (caso se limitasse a examinar determinadas regiões, potencial descendência).
Ferramenta importante

“O CMA detecta claramente mais alterações do que os outros testes genéticos considerados de standard clínico", explicou David Miller, do Departamento de Genética do Hospital Infantil de Boston. Miller espera que, agora, as companhias de seguros cubram os testes, dada a sua capacidade para detectar anomalias genéticas no DNA.

Os investigadores consideram que o CMA será uma ferramenta importante no futuro, e não só para o diagnóstico do TEA, mas também para estabelecer as causas genéticas e tentar clarificar a origem. A análise poderá avaliar e confirmar a presença do transtorno proporcionando um diagnóstico para intervenção precoce e posteriormente contribuir para uma evolução significativa dos pacientes.

segunda-feira, 15 de março de 2010

NÃO CHOREM POR NÓS - JIM SINCLAIR

NÃO CHOREM POR NÓS

Por Jim Sinclair, um "Autista Asperger"

Jim Sinclair*


Este artigo foi publicado na revista da Rede Internacional de Autismo (Autism Network Internetional), Nossa Voz, volume 1, No 3, 1993. É uma mostra do discurso de Jim, que é um autista asperger, na Conferência Internacional de Autismo em Toronto e foi dirigido principalmente aos pais.
Os pais geralmente contam que reconhecer que seu filho é autista foi a coisa mais traumática que já lhes aconteceu. As pessoas não autistas vêem o Autismo como uma grande tragédia, e os pais experimentam um contínuo desapontamento e luto em todos os estágios do ciclo de vida da família e da criança.
Mas este pesar não diz respeito diretamente ao autismo da criança. É um luto pela perda da criança normal que os pais esperavam e desejavam ter, as expectativas e atitudes dos pais e as discrepâncias entre o que os pais esperam das crianças numa idade particular e o desenvolvimento atual de seu próprio filho causam mais estresse e angústia que as complexidades práticas da convivência com uma pessoa autista.
Uma certa quantidade de dor é normal, até os pais se ajustarem ao fato de que o resultado e o relacionamento que eles estavam esperando não vai se materializar. Mas esta dor pela criança normal fantasiada precisa ser separada da percepção da criança que eles realmente têm: a criança autista que precisa de adultos cuidadosos, pode obter um relacionamento muito significativo com essas pessoas que cuidam dela, se lhes for dada a oportunidade. Atentar continuamente para o autismo da criança como a origem da dor é prejudicial tanto para os pais como para a criança e impede o desenvolvimento de uma aceitação e de um relacionamento autêntico entre eles. Em consideração a eles próprios ou à suas crianças, eu conclamo os pais a fazerem mudanças radicais nas suas opiniões sobre o que o autismo significa.
Eu convido vocês a olharem para o nosso Autista e olharem para o seu luto sob a nossa perspectiva.

O autismo não é um apêndice
O autismo não é algo que uma pessoa tenha, ou uma concha na qual ela esteja presa. Não há nenhuma criança normal escondida por trás do autismo. O autismo é um jeito de ser, é pervasivo, colore toda experiência, toda sensação, percepção, pensamento, emoção e encontro, todos os aspectos da existência. Não é possível separar o autismo da pessoa. E se o fosse, a pessoa que você deixaria não seria a mesma com a qual você começou.
Isto é importante, então tire um momento para considerar que o autismo é um jeito de ser. Não é possível separar a pessoa do autismo.
Por conseguinte, quando os pais dizem:
"Gostaria que meu filho não tivesse Autismo"
O que eles realmente estão dizendo é:
"Gostaria que meu filho autista não existisse, e eu tivesse uma criança diferente em seu lugar"
Leia isto novamente. Isto é o que ouvimos quando vocês lamentam por nossa existência. É o que percebemos quando vocês nos falam de suas mais tenras esperanças e sonhos para nós: que seu maior desejo é que, um dia, nós deixemos de ser, e que surjam os estranhos que vocês possam amar surjam de dentro de nós.

Autismo não é uma parede impenetrável
Você tenta falar com seu filho autista e ele não responde. Ele não te vê. Você não consegue alcançá-lo. Não há adentramento. É a coisa mais difícil de lidar, não é? A única coisa é que isso não é verdade.
Veja novamente: você tenta falar como pai de uma criança, usando seu próprio entendimento de uma criança normal, seus próprios sentimentos sobre relacionamentos. E a criança não responde de forma que você possa reconhecer como sendo parte desse sistema.
Isso não significa que a criança esteja totalmente incapacitada para se relacionar. Só significa que você está assumindo um sistema compartilhado, um entendimento compartilhado de sinais e significações do qual a criança em questão não participa.
É como se você tentasse ter uma conversa íntima com uma pessoa que não tem compreensão de sua linguagem. É óbvio que a pessoa cuja linguagem não vai entender o que você está falando; não vai responder da forma que você espera; e pode mesmo achar confusa e desprazeirosa toda a interação.
Dá mais trabalho se comunicar com uma pessoa cuja linguagem não é a nossa. E o autismo vai mais fundo do que a linguagem e a cultura. Os autistas são estrangeiros em quaisquer sociedades. Você vai ter que abrir mão de toda a sua apropriação de significados compartilhados. Você vai ter que aprender a voltar a níveis mais básicos, sobre os quais provavelmente você nunca tenha pensado, vai ter que abandonar a certeza de estar em seu próprio território familiar de conhecimento, do qual você está a serviço e deixar seu filho lhe ensinar um pouco de sua linguagem, guiá-lo um pouco para dentro de seu mundo .
Mesmo que você tenha sucesso, ainda não será um relacionamento normal entre pai e filho. Sua criança autista pode aprender a falar, pode ir para séries regulares na escola, pode ir à universidade, dirigir um carro, viver independentemente, ter uma carreira - mas nunca vai conversar com você como outras crianças conversam com seus pais. Ou, sua criança autista pode nunca falar, pode passar de uma sala de educação para programas de oficina protegida, ou residências especiais, podem precisar por toda a vida de cuidado e supervisão de tempo integral - mas essa tarefa não está completamente fora do seu alcance. As formas que relatamos aqui são diferentes. Levam para coisas que suas expectativas dizem que são normais, e você vai encontrar frustração, desapontamento, ressentimento, talvez até raiva e ódio. Aproxime-se respeitavelmente, sem preconceitos e com abertura para aprender novas coisas, e você vais encontrar um mundo que nunca poderia ter imaginado .
Sim, isto dá mais trabalho que falar com uma pessoa não autista. Mas pode ser feito - a não ser que as pessoas não autistas estejam muito mais limitadas que nós em sua capacidade de se relacionar. Levamos a vida inteira fazendo isso. Cada um de nós que aprende a falar com vocês, cada um de nós que funciona bem na sua sociedade, cada um de nós que consegue alcançar e fazer um contato com vocês está operando em um território estranho, fazendo contato com seres alienígenas. Passamos a nossa vida inteira fazendo isso. E então, vocês vêm nos dizer que não podemos falar.

Autismo não é morte
Certo, o autismo não é o que muitos pais esperam e se preparam quando antecipam a chegada de uma criança. O que esperam é que uma criança vai parecer com eles, vai pertencer ao seu mundo e falar com eles sem um treinamento intensivo para um contato alienígena. Até se a criança tem alguns distúrbios diferentes do autismo, os pais esperam estarem aptos a falarem com ela de modo que pareça normal para eles, e na maioria dos casos, mesmo considerando a variedade de distúrbios, é possível formar um tipo de laço que os pais têm estado almejando.
O que acontece é que se esperava uma coisa que era extremamente importante e desejada com grande contentamento e excitação, e talvez, gradualmente, talvez abruptamente, teve-se de reconhecer que a coisa almejada não aconteceu. Nem vai acontecer. Não importa quantas crianças normais você tenha, nada vai mudar o fato de que agora, a criança que você esperava, desejada, planejada e sonhada não chegou.
É parecido com a experiência parental de ter, por pouco tempo, uma criança recém-nascida e esta morrer logo na infância. Não se trata de autismo, mas de expectativas cortadas. Sugiro que o melhor lugar para direcionar estes assuntos não seja as organizações voltadas para o autismo, mas no aconselhamento das aflições parentais e grupos de apoio. Nesses espaços eles aprendem a dar termo à sua perda - não esquecê-la, mas deixá-la no passado onde o luto não bate mais no seu rosto a todo momento da vida. Aprendem a aceitar que sua criança se foi para sempre e que não voltará mais. O mais importante é que aprendam a não trazer seu luto para as crianças que vivem. Isto é de importância fundamental quando estas crianças chegam ao mesmo tempo que a outra está sendo lamentada pela sua morte.
Não se perde uma criança para o autismo. Perde-se uma criança porque a que se esperou nunca chegou a existir. Isso não é culpa da criança autista que, realmente, existe e não deve ser o nosso fardo. Nós precisamos e merecemos famílias que possam nos ver e valorizar por nós mesmos, e não famílias que têm uma visão obscurecida sobre nós por fantasmas de uma criança que nunca viveu. Chore por seus próprios sonhos perdidos se você precisa. Mas não chore por nós. Estamos vivos. Somos reais. Estamos aqui esperando por você.
É o que acho sobre como as sociedades sobre autismo devem ser: sem lamentações sobre o que nunca houve, mas deve haver explorações sobre o que é. Precisamos de você. Precisamos de sua ajuda e entendimento. Seu mundo não está muito aberto para nós e não conseguiremos se não tivermos um forte apoio. Sim, o que vem com o autismo é uma tragédia: não pelo que somos, mas pelas coisas que acontecem conosco. Fique triste com isso se quiser ficar triste com alguma coisa! Melhor que ficar triste com isso é ficar louco com isso - e então faça alguma coisa. A tragédia não é porque estamos aqui, mas porque o seu mundo não tem lugar para com que nós existamos. Como pode ser de outra forma se nossos próprios pais ainda se lamentam por nos terem trazido para este mundo?
Olhe, alguma vez, para o seu filho autista e tire um momento para dizer para si mesmo quem aquela criança não é. Pense: "Essa não é a criança que esperei e planejei. Não é aquela criança que esperei por todos aqueles anos de pregnância e todas aquelas horas de sofrimentos. Não é aquela que fiz todos aqueles planos e dividi todas aquelas experiências. Aquela criança nunca veio. Não é esta criança". Então vá fazer do seu luto não importa o que - e comece a aprender a deixar as coisas acontecerem.
Depois que você começar a deixar as coisas acontecerem, volte e olhe para o seu filho autista novamente: "Esta criança não é a que eu esperava e planejava. É uma criança alienígena que caiu em minha vida por acidente. Não sei o que é essa criança ou o que vai ser. Mas sei que é uma criança naufragada num mundo estranho, sem pais com formas próprias de cuidado. Precisa de alguém com cuidados para isso, para ensinar, para interpretar e para defender. E devido a essa criança alienígena cair na minha vida, esse trabalho é meu, se eu quiser" .
Se esta busca te excita, então nos acompanhe, na resistência e na determinação, na esperança e na alegria. A aventura de uma vida está toda diante de você.

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