segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pais de crianças com autismo usam aplicativos em tablets para estimular a comunicação

Pais de crianças com autismo usam aplicativos em tablets para estimular a comunicação
Marie Dorion,39, e os filhos Luis (à esq.), 7, e Pedro, 9, em sua casa em Jundiaí, SP
O tablet é uma espécie de melhor amigo e babá de Pedro, 9. O iPad se converteu também em uma janela de comunicação entre ele e o irmão caçula, Luiz, 7.
Os dois têm autismo, transtorno de desenvolvimento que se manifesta pela dificuldade de comunicação e de interação social.
Logo ao acordar, Pedro aciona um aplicativo, o First Then, indicado por um terapeuta americano, que o ajuda a organizar a rotina.
As imagens vão se sucedendo a um simples toque: ir ao banheiro, escovar os dentes, tirar o pijama.
“O iPad ajuda o Pedro, que tem um grau mais severo de autismo, a não se perder entre uma atividade e outra. Antes ele colocava a camiseta, mas se distraía”, diz a mãe dos garotos, a relações públicas Marie Dorion, 39.
Agora, antes de ir para a escola, Pedro aciona o aplicativo e vai ticando as atividades, como amarrar o tênis. “Não esquece mais a mochila”, diz Marie.
A família, que mora em um condomínio em Jundiaí (interior de SP), encontrou no tablet um aliado tanto nas tarefas corriqueiras quanto na hora de brincar. “Eles contam piadas um pro outro e se divertem”, conta a mãe.
A jornalista Silvia Ruiz, 42, também aposta no auxílio da tecnologia para facilitar a vida escolar do filho Tom, 3. Com o iTouch, o garoto indica quando quer ir ao banheiro, por exemplo. “Tom voltou a falar graças ao uso do tablet como reforçador da terapia.”
Como o filho tinha interesses muito restritos e não ligava para brinquedos, os pais e a terapeuta passaram a usar o tablet para incentivá-lo a fazer as tarefas e a falar. “A gente diz: ‘Você vai fazer esse quebra-cabeça e depois pode brincar no iPad’.” Tem funcionado.
WORKSHOPAutor do livro “Autismo, Não Espere, Aja Logo” (Ed. M.Books, 136 págs. R$ 42), Paiva Júnior é outro entusiasta do tablet. Pai de Giovani, 5, ele usa o aplicativo Desenhe e Aprenda a Escrever, que custa US$ 2,99, para ajudar o filho na coordenação motora para a escrita fina.
“É um aplicativo que faz a criança escrever as letras de uma forma lúdica, comandando um bichinho que come bolos”, explica.
Outro programa que tem dado resultado é o Toca Store. “É um brinquedo virtual que facilita o ensino de como funciona o uso do dinheiro.”
A experiência positiva em casa fez Paiva começar a promover workshops sobre a utilização de iPad por autistas voltados para pais, profissionais e estudantes.
“O iPad não faz mágica nem vai melhorar a criança com autismo sozinho. É preciso sempre dar orientação, estar junto”, afirma Paiva.
Segundo ele, o mais importante é migrar para o mundo real. “Se ficarmos somente no iPad, vamos incentivar o isolamento, uma das principais características do autismo que queremos extinguir.”
O pai cita o exemplo doméstico. “Giovani começou a gostar de quebra-cabeça no iPad. Quando estava montando bem, comprei vários de verdade e montamos juntos no chão inúmeras vezes.”
Especialista no tratamento de crianças com autismo, a psicóloga Taís Boselli diz que o “iPad ajuda na comunicação, apesar do temor de que se transforme em comunicação alternativa e impeça as crianças de falar”.
Boselli ressalta a importância de estímulos precoce para melhorar o quadro, em especial os visuais. “Quando lhes damos um recurso visual, eles conseguem se comunicar. Por isso o sucesso do iPad no tratamento.”
ELIANE TRINDADECOLABORAÇÃO PARA A FOLHAFonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1255768-pais-de-criancas-com-autismo-usam-aplicativos-em-tablets-para-estimular-a-comunicacao.shtml

A Potential Cause of Autism? Key Enzymes Are Found to Have a ‘Profound Effect’ Across Dozens of Genes Linked to Autism

 
Topoisomerase inhibitors reduce the expression of long genes in neurons, including a remarkable number of genes implicated in Autism Spectrum Disorders — 200 kb is four times longer than the average gene. (Credit: Concept: Mark Zylka. Illustration: Janet Iwasa.)




Aug. 28, 2013 — Problems with a key group of enzymes called topoisomerases can have profound effects on the genetic machinery behind brain development and potentially lead to autism spectrum disorder (ASD), according to research announced today in the journal Nature. Scientists at the University of North Carolina School of Medicine have described a finding that represents a significant advance in the hunt for environmental factors behind autism and lends new insights into the disorder’s genetic causes.
“Our study shows the magnitude of what can happen if topoisomerases are impaired,” said senior study author Mark Zylka, PhD, associate professor in the Neuroscience Center and the Department of Cell Biology and Physiology at UNC. “Inhibiting these enzymes has the potential to profoundly affect neurodevelopment — perhaps even more so than having a mutation in any one of the genes that have been linked to autism.”
The study could have important implications for ASD detection and prevention.
“This could point to an environmental component to autism,” said Zylka. “A temporary exposure to a topoisomerase inhibitor in utero has the potential to have a long-lasting effect on the brain, by affecting critical periods of brain development. “
This study could also explain why some people with mutations in topoisomerases develop autism and other neurodevelopmental disorders.
Topiosomerases are enzymes found in all human cells. Their main function is to untangle DNA when it becomes overwound, a common occurrence that can interfere with key biological processes.
Most of the known topoisomerase-inhibiting chemicals are used as chemotherapy drugs. Zylka said his team is searching for other compounds that have similar effects in nerve cells. “If there are additional compounds like this in the environment, then it becomes important to identify them,” said Zylka. “That’s really motivating us to move quickly to identify other drugs or environmental compounds that have similar effects — so that pregnant women can avoid being exposed to these compounds.”
Zylka and his colleagues stumbled upon the discovery quite by accident while studying topotecan, a topoisomerase-inhibiting drug that is used in chemotherapy. Investigating the drug’s effects in mouse and human-derived nerve cells, they noticed that the drug tended to interfere with the proper functioning of genes that were exceptionally long — composed of many DNA base pairs. The group then made the serendipitous connection that many autism-linked genes are extremely long.
“That’s when we had the ‘Eureka moment,’” said Zylka. “We realized that a lot of the genes that were suppressed were incredibly long autism genes.”
Of the more than 300 genes that are linked to autism, nearly 50 were suppressed by topotecan. Suppressing that many genes across the board — even to a small extent — means a person who is exposed to a topoisomerase inhibitor during brain development could experience neurological effects equivalent to those seen in a person who gets ASD because of a single faulty gene.
The study’s findings could also help lead to a unified theory of how autism-linked genes work. About 20 percent of such genes are connected to synapses — the connections between brain cells. Another 20 percent are related to gene transcription — the process of translating genetic information into biological functions. Zylka said this study bridges those two groups, because it shows that having problems transcribing long synapse genes could impair a person’s ability to construct synapses.
“Our discovery has the potential to unite these two classes of genes — synaptic genes and transcriptional regulators,” said Zylka. “It could ultimately explain the biological mechanisms behind a large number of autism cases.”
The study’s coauthors include Benjamin Philpot (co-senior author), Terry Magnuson, Ian King, Chandri Yandava, Angela Mabb, Hsien-Sung Huang, Brandon Pearson, J. Mauro Calabrese, Joshua Starmer and Joel Parker from UNC and Jack S. Hsiao and Stormy Chamberlain of the University of Connecticut Health Center.

Tecnologia pode ajudar no tratamento de pessoas com autismo

Atração de crianças autistas por equipamentos tecnológicos tem sido aproveitada para o desenvolvimento de técnicas de ensino mais eficazes

Aline Naoe  ComCiência/Labjor/DICYT 

A atração de crianças autistas por dispositivos tecnológicos é frequentemente relatada por pais e médicos. Nos últimos anos, esse fascínio tem sido aproveitado pelos pesquisadores para o desenvolvimento de técnicas de ensino mais eficazes, por exemplo, com o uso de vídeos, PDAs (espécie de mini-computador) e realidade virtual. O espectro autista envolve, além do autismo, a Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e outros distúrbios caracterizados pelo desenvolvimento deficiente, que afeta habilidades de fala e interação social e, em alguns casos, perda das habilidades motoras.

O uso da tecnologia no tratamento indivíduos com distúrbios do espectro autista é um dos temas de estudo da psicóloga Linda LeBlanc, professora da Universidade de Auburn. A pesquisadora esteve no Brasil no mês de janeiro para participar da Escola São Paulo de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista, evento organizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde falou sobre as vantagens e cuidados na incorporação da tecnologia em intervenções de comportamento.

Segundo LeBlanc, automatizar determinadas intervenções utilizando a tecnologia pode aumentar sua precisão e consistência, o que pode tornar o tratamento mais eficaz, além de reduzir tempo e custos. “Além disso, a tecnologia nos permite ensinar certos tipos de habilidades com segurança quando o treinamento ao vivo seria difícil ou perigoso. Por exemplo, quando ensinamos uma pessoa a atravessar a rua em um ambiente virtual em vez de no mundo real com automóveis reais”, comenta a pesquisadora.

LeBlanc, no entanto, chama a atenção para o fato de que somente quando bem utilizada a tecnologia pode oferecer vantagens no tratamento do comportamento autista. Segundo a psicóloga, é preciso que a tecnologia dos dispositivos eletrônicos permita utilizar também o que há de melhor na tecnologia que é a aplicação prática do conhecimento. Além desse questionamento, ela aponta que é preciso fazer mais duas questões: se as necessidades clínicas coincidem com as vantagens que a tecnologia pode oferecer e se temos o conhecimento necessário, tanto da tecnologia em si como da tecnologia do tratamento comportamental. “Se a resposta a todas essas perguntas é sim, definitivamente devemos usar a tecnologia”, afirma.

Para a cientista, os princípios básicos do comportamento devem ser incorporados na concepção e implementação de intervenções baseadas na tecnologia, para que elas sejam mais eficazes e não representem somente a substituição do esforço humano. “Novas tecnologias são constantemente desenvolvidas, de modo que precisamos constantemente avaliar novos produtos e estratégias. O importante é verificar quais características da tecnologia são necessárias para produzir bons efeitos”, diz LeBlanc.

Vote no Projeto “A Fada do Dente”!!!


Finalistas - Saúde Mental e Emocional
Projeto “A Fada do Dente” 
Foto: Pedro Bolle / USP Imagens
Parece ficção futurística, mas o fato é que cientistas brasileiros, usando o método chamado reprogramação celular, conseguiram transformer a polpa dentária em uma fonte de células-tronco pluripotentes — ou seja, aquelas que, devidamente induzidas, podem se transformer nos mais diversos tipos de célula do corpo humano. 
No caso deste trabalho finalista, especialistas da Universidade de São Paulo e da Universidade da Califórnia, em San Diego (Estados Unidos), lançaram mão desse método para estudar os mecanismos biológicos por trás do autismo infantil. Eles usaram células-tronco extraídas de dentes de crianças diagnosticadas com o distúrbio para produzir neurônios e compará-los com os de indivíduos não autistas – também obtidos pela mesma técnica. 
Os sintomas do chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA) incluem dificuldades de interação social, déficits de comunicação e comportamentos repetitivos. Como o diagnóstico depende basicamente da observação dessas manifestações, ele acaba sendo feito em geral apenas por volta dos 2 ou 3 anos de idade. Por isso, conhecer melhor os mecanismos envolvidos no autismo ajudará a detectá-lo (e tratá-lo) mais cedo. 
Além disso, os neurônios obtidos em laboratório podem ser usados para testar medicamentos. A equipe hoje recebe dentes de leite de todo o país, o que possibilitou a criação de um banco de células de pacientes brasileiros com esse transtorno. Um estudo de ponta que poderá impactar na saúde mental de milhares de crianças brasileiras.
Estudo dos mecanismos biológicos envolvidos no autismo através da reprogramação de células-tronco de polpa dentária de pacientes diagnosticados com autismo clássico infantil: Projeto A Fada do Dente
Saiba mais clicando aqui.
Autores: Patricia Beltrão-Braga, Alysson Muotri, Graciela Pignatari, Fabiele Baldino Russo e Isabella Rodrigues Fernandes
Instituições: Universidade de São Paulo (USP) e Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos

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