segunda-feira, 30 de maio de 2011

I Congresso Brasileiro de TC (Terapias Cognitivas) da Infância e Adolescência

Período 16 a 18 junho 2011
Cidade Porto Alegre
UF RS
País Brasil
Horário 8:00 - 18:00
Maiores informacoes Em breve maiores informações

link da FBTC que ajuda na divulgação:
http://www.fbtc.org.br/fbtc/index.php?area=agenda&subarea=eventox&qual_event=93
A revista Ciência Hoje traz reportagem especial, em seu número 45, sobre o tema, com a participação do Dr. Leonardo C. de Azevedo, do Instituto Fernandes Figueira (IFF – Fiocruz), hoje presidente do Departamento de Neurologia da SBP.
AUTISMO: Ainda um enigma

Há mais de 70 anos cientistas de todo mundo se dedicam a estudar aquela que é uma das mais enigmáticas desordens neurológicas: o autismo. Embora muitos avanços tenham sido feitos na área clínica, os mecanismos moleculares, genéticos e neurobiológicos desse distúrbio permanecem em grande parte desconhecidos. Novos estudos, entretanto, parecem dar esperança para se recomendar tratamentos e medicamentos mais eficazes em um futuro próximo.
Isabela Fraga
Ciência Hoje/RJ
“Ele vive no seu próprio mundo.” A frase é bastante utilizada para descrever de forma leviana pessoas distraídas, que dão pouca atenção ao que acontece ao seu redor. As mesmas palavras, entretanto, ganham um significado muito mais enfático quando se referem a um portador de autismo – uma desordem neurológica manifestada por uma tríade de sintomas: déficit de interação social, dificuldade de linguagem e comportamento repetitivo.
A imagem clássica da pessoa autista – reproduzida em filmes, livros e seriados de televisão – é a de um indivíduo indiferente ao ambiente que o cerca, balançando para frente e para trás, sem olhar nos olhos de ninguém, conversar ou demonstrar interesse por qualquer assunto. Como todos os estereótipos, essa representação do autismo não pode ser encarada como verdade absoluta.
Afinal, o autismo não é uma disfunção única, mas sim um espectro de problemas, que variam de intensidade e tipo. Uma criança com um autismo leve como a síndrome de Asperger, por exemplo, pode conversar, frequentar escolas normais e ter uma vida independente quando envelhecer. E é justamente por abarcar uma infinidade de comportamentos e sintomas secundários que médicos e cientistas preferem classificar o distúrbio, de maneira mais geral, como desordens do espectro autista (ASD, na sigla em inglês).
Como um dos principais sintomas do autismo é a dificuldade de interação social e de comunicação, torna-se um duplo desafio para pais, médicos, neurologistas, psicólogos e psiquiatras diagnosticar e tratar de crianças que apresentam esse comportamento. Não receber resposta a perguntas simples como ‘o que há de errado?’ e não conseguir estabelecer conexão com o filho ou paciente são situações cotidianas para pessoas que lidam de perto com o autismo. “É uma charada difícil de ser desvendada, e por isso decepcionante e frustrante”, comenta o neuropediatra Leonardo de Azevedo, do Instituto Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz), no Rio de Janeiro.

De Azevedo realiza estudos clínicos sobre o autismo, em especial sobre a relação entre o distúrbio e o sistema imunológico do seu portador. Além dele, outros pesquisadores e médicos do Laboratório de Neurobiologia e Neurofisiologia Clínica do setor de Neurologia do instituto têm as desordens do espectro autista como objeto de estudo, como é o caso do neurofisiologista Vladimir Lazarev e do neurologista Adailton Pontes, mais voltados para a neurofisiologia da desordem.
Diagnóstico: quanto antes, melhor
O documentário O nome dela é Sabine, dirigido pela atriz francesa Sandrine Bonnaire, apresenta bem alguns aspectos da vida de uma pessoa portadora de autismo. No filme, a diretora focaliza sua irmã, Sabine, portadora de um tipo de autismo que não é explicitado ao longo do documentário. Ela tem olhar vago, está acima do peso, não estabelece contato visual, repete a mesma pergunta várias vezes, não mantém uma conversa por muito tempo e tem surtos ocasionais de violência.
Sobre essa imagem triste da irmã, a diretora contrapõe trechos de filmes caseiros antigos, nos quais Sabine está completamente diferente. Mais magra, ela parece demonstrar mais domínio sobre seu corpo, conversa com a irmã com muito mais facilidade, dança e ri. A diferença entre essas duas Sabines é enorme, e logo o espectador compreende: por falta de diagnóstico e tratamento adequados, Sabine acabou por ser internada num hospital psiquiátrico, onde permaneceu por cinco anos. O filme parece ser um mea culpa de Sandrine em relação à piora drástica da irmã.
Episódios como esse, no entanto, em que uma criança portadora de autismo é erroneamente diagnosticada e, por isso, não passa por tratamentos adequados, não são raros, mesmo hoje em dia. No Brasil, por exemplo, ainda há muitos casos de diagnóstico tardio. A dificuldade, por parte dos pais, de perceber os sintomas em seus filhos ainda bebês, juntamente com o desconhecimento em relação ao distúrbio, fazem com que a criança seja apontada como autista somente quando está mais velha.
Esse cenário está longe do ideal. É de consenso geral entre os cientistas: quanto antes for feito o diagnóstico do autismo, mais fácil e eficiente é o tratamento e, consequentemente, também a melhora. Para o médico Estevão Vadasz, coordenador do Projeto Autismo no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o ideal é que o diagnóstico seja feito quando a criança tem entre um ano e meio e dois anos. “O mais comum, no entanto, é a partir dos três anos de idade”, afirma.
Por apresentar diversos sintomas e níveis, o próprio diagnóstico para a desordem do espectro autista é bastante individualizado e subjetivo. Segundo Vadasz, a observação é a base para que se aponte se uma criança tem ou não autismo. “Observamos as três áreas mais afetadas pelas desordens autistas: a comunicação e a linguagem, a socialização; e os comportamentos repetitivos e interesses circunscritos”, explica o médico, acrescentando que não há um exame médico específico para o diagnóstico do autismo.
No Brasil, não há uma estimativa oficial do governo de casos de autismo na população e, para fins estatísticos, utilizam-se dados extrapolados de instituições estrangeiras, como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Segundo um relatório de 2006 desse instituto, uma em cada 110 crianças é portadora de uma desordem do espectro autista. O número parece bastante alto, mas os critérios do instituto provavelmente englobam muitos níveis de autismo, inclusive os mais leves.
Os vários autismos
De maneira geral, as desordens de espectro autista, que englobam uma grande variedade de comportamentos e problemas sob o ponto de vista clínico, podem ser divididas em dois ‘tipos’ de autismo. Obviamente, essa divisão é artificial e abarca em si outras muitas pequenas variações.
1) Síndrome de Asperger. Descrita pela primeira vez pelo pediatra austríaco Hans Asperger (1906–1980), é considerada uma forma de autismo mais branda. Seus portadores apresentam os três sintomas básicos (dificuldade de interação social, de comunicação e comportamentos repetitivos), mas suas capacidades cognitivas e de linguagem são relativamente preservadas. Na verdade, alguns até mesmo apresentam níveis de QI acima da média, motivo pelo qual a criança portadora da síndrome de Asperger é comumente representada como um pequeno gênio que descobre códigos e resolve enigmas. Entretanto, a síndrome de Asperger engloba aproximadamente 20-30% dos portadores de desordens do espectro autista.
2) Autismo ‘clássico’. É o tipo descrito pelo médico austríaco erradicado nos Estados Unidos Leo Kanner (1894-1981). Kanner foi o primeiro a utilizar a nomenclatura “autismo infantil precoce”, em um relatório de 1943, no qual [ele] descrevia 11 crianças com comportamentos muito semelhantes. O médico utilizou expressões como ‘solidão autística’ e ‘insistência na mesmice, que hoje são sintomas ainda tipicamente encontrados em pessoas autistas. Os portadores desse ‘autismo clássico’ têm comprometimento das capacidades cognitivas que varia de moderado a grave, além da dificuldade de interação social, de comunicação e do comportamento repetitivo. Os autistas chamados de ‘alto funcionamento’
3) Autistas do tipo regressivo. Essa variação no espectro de desordens autistas inclui aqueles que se desenvolvem normalmente até aproximadamente 1 ano e meio, e em seguida, até os 3 anos, sofrem regressão da linguagem e do comportamento tornando-se autistas.
A força da genética
Desde que o autismo foi descrito pela primeira vez, em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, um sem-número de estudos já foi feito sobre a desordem, mas ela ainda é considerada uma das mais enigmáticas da ciência. Muitas hipóteses e teorias foram levantadas para explicá-la, e um número igual delas já foi derrubado. Chegou-se a dizer, por exemplo, que vacinas poderiam causar intoxicação que levaria ao autismo; que determinados alimentos causariam o distúrbio; e até mesmo que a mãe era culpada pelo surgimento dos sintomas no filho.
“Não há comprovação de nenhum fator ambiental no surgimento do autismo”, afirma o neurofisiologista Vladimir Lazarev, do Instituto Fernandes Figueira (IFF). Juntamente com o médico Adailton Pontes, também do IFF, Lazarev tem conduzido estudos sobre o perfil neurofisiológico de crianças portadoras de autismo (ver ‘Em busca do diagnóstico preciso’ em CH 224).
Fora do Brasil, a ideia geral é também que “além de processos genéticos, não se conhece outras possíveis causas cientificamente viáveis para o autismo”, nas palavras do psicólogo Ami Klin, coordenador do Programa de Autismo da Universidade de Yale (Estados Unidos). O desconhecimento de influências do ambiente, no entanto, não significa que elas não existam.
Os processos genéticos aos quais Klin se refere são, na verdade, mutações genéticas – ou seja, microdeleções, inversões ou duplicações de determinados genes – que se descobriu ter relação com o autismo. “Os fatores genéticos respondem por mais de 90% das causas para o autismo”, explica o neuropediatra Leonardo deAzevedo. Os outros possíveis fatores não são conhecidos, e podem ser, por exemplo, resultado de problemas durante a gravidez, como rubéola, toxoplasmose e acidentes.
Não há apenas um gene relacionado ao distúrbio, mas vários, o que dificulta o trabalho dos cientistas. “O envolvimento de múltiplos genes pode responder por mais de 90% dos casos de propensão para o autismo”, explica deAzevedo. Esse mapeamento, embora impreciso, é importante, pois possibilita a elaboração de possíveis tratamentos ou medicamentos que suprimam as faltas ou estabilizem os excessos causados pelas mutações genéticas.
Entre os genes-candidatos, estão dois responsáveis pelo metabolismo da serotonina, um neurotransmissor que tem um papel regulador de determinadas fases do sono. Outra possibilidade é o gene RELN, codificador de uma proteína extracelular que coordena a migração de neurônios durante o desenvolvimento do cérebro. Essa proteína, chamada de relina, tem papel importante no desenvolvimento do córtex cerebral, do hipocampo e do cerebelo – estruturas nas quais já foram identificadas anormalidades em pessoas autistas.
No Brasil, a pesquisa genética também tem bons prognósticos. O laboratório coordenado por Vadasz no Hospital das Clínicas de São Paulo tem, além de uma área de diagnóstico e tratamento para distúrbios do espectro autista, um projeto de pesquisa voltado para a identificação de genes-candidatos à desordem e células-tronco. Vadasz é otimista. Para ele, em cinco ou 10 anos, será possível realizar intervenções terapêuticas. “A ideia é tirar células-tronco dos dentes de leite de crianças autistas, colocá-las em cultura e, com o tempo, diferenciar essas células em neurônios”, explica. Em seguida, os cientistas tentarão introduzir esses neurônios no sistema nervoso para suprir algumas falhas no processamento cerebral, numa técnica chamada de ‘reengenharia dos neurônios’.
Oxitocina: o ‘hormônio do amor’?
Entre todos os genes candidatos, a descoberta de um deles tem gerado efeitos práticos mais concretos. Trata-se do gene responsável pelo controle da produção da oxitocina, um hormônio relacionado ao sistema reprodutor feminino, que é produzido no hipotálamo. Apelidada de ‘hormônio do amor’ e ‘hormônio da confiança’ graças ao seu papel nas relações interpessoais e nos comportamentos afetivos, a oxitocina tem sido analisada em vários países por seu potencial de tratamento de alguns comportamentos autistas, como a ausência de contato visual e a dificuldade de relação com outras pessoas.
“Alguns estudos já comprovaram que pessoas com algum tipo de desordem do espectro autista possuem menos oxitocina no sangue periférico”, explica Azevedo. Em experimentação em roedores, percebeu-se que a proteína CD38 regula a secreção de oxitocina. Nos roedores em que falta a proteína CD38, os níveis de oxitocina no sangue são baixos.
Foi a partir dessa constatação que instituições do mundo todo têm realizado testes que analisam os efeitos da ingestão de oxitocina em pacientes autistas sob a forma de spray nasal. Um desses estudos, publicado na revista norte-americana PNAS, foi coordenado pela neurocientista francesa Elissar Andari, do Instituto Nacional de Pesquisas Científicas da França.
Andari e seus colegas conduziram um estudo com 13 pessoas portadoras de autismo de alto desempenho – aqueles que possuem suas capacidades cognitivas preservadas. Em um jogo no qual deveriam jogar uma bola e recebê-la de volta de três outros jogadores fictícios, os cientistas analisaram a interação das crianças em relação aos outros jogadores, que eram divididos entre bons, ruins e neutros. Aquelas portadoras de autismo não diferenciavam quais jogadores tinham melhor desempenho. No entanto, após a inalação de oxitocina, esses pacientes percebiam a diferença e interagiam mais com o jogador ‘bom’, lançando uma quantidade maior de bolas para ele.
“Diz-se que a oxitocina causa melhora em alguns comportamentos autistas essenciais, como o engajamento social, mas isso ainda não é comprovado totalmente”, opina Klin. No entanto, dados os excelentes resultados em estudos como o de Andari, a expectativa é de que futuramente se poderá tratar o autismo com oxitocina.
No Brasil, o grupo de deAzevedo, em colaboração com a professora Vivian Rumjanek, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está estudando o comportamento desta proteína nas crianças autistas. Já no Hospital das Clínicas, em São Paulo, o tratamento com a oxitocina é feito por meio do contato com cães. Vadasz, coordenador do programa que realiza o tratamento, explica essa relação um tanto surpreendente: “Estudos já demonstraram que, quando temos algum contato com cães, nosso cérebro produz oxitocina”. Nos Estados Unidos, a chamada terapia assistida por cães (TAC) tem apresentado bons resultados.

Enquanto ela não vem… Os tratamentos

A oxitocina ainda está em fase de testes para o tratamento de sintomas do autismo. Por enquanto, o tratamento para o distúrbio passa por várias áreas médicas, e o grau de efetividade depende da idade em que é iniciado. A cura, entretanto, ainda não está num horizonte próximo. “Não sabemos de uma causa específica para o autismo e, até que isso seja conhecido, será difícil falar de cura”, explica Klin. “No entanto, há tratamentos comportamentais bastante efetivos que podem ajudar crianças e adultos a superar suas dificuldades.” Para ele, o objetivo com esses tratamentos – em sua maior parte sem a utilização de medicamentos – não é curar, mas ajudar os portadores dessa desordem no seu relacionamento com outros.
É difícil precisar um tipo específico de tratamento para desordens do espectro autista, primeiramente porque elas são muitas e bastante variáveis. Há crianças autistas que simplesmente não falam; outras que repetem a mesma frase fora de contexto muitas vezes; há aquelas que não demonstram interesse por absolutamente nada, e outras que escolhem um assunto específico para se aprofundar. O espectro é, de fato, bastante amplo. Por isso, tanto psicanalistas como outros médicos e pediatras concordam que o melhor é um tratamento individualizado, de acordo com as limitações apresentadas por cada pessoa.
Autora do livro Do silêncio ao eco: autismo e clínica psicanalítica,publicado pela Edusp, a psicanalista Luciana Pires defende essa abordagem individualizada. Depois de mais de dez anos de clínica dedicada ao tratamento de crianças autistas no Brasil e na Inglaterra, Pires chegou à conclusão de que a relação do paciente com o analista é ponto de partida para que este crie condições de melhorar o desenvolvimento subjetivo e emocional da criança. “Por detrás dos mesmos sintomas, temos posições subjetivas muito diferentes. Essa compreensão orienta a ação do psicanalista na clínica do autismo”, explica ela.
Cérebro: ainda há dúvidas
Se clinicamente o autismo é bastante conhecido e suas formas de tratamento já alcançaram relativo sucesso, os mecanismos pelos quais ele atua no cérebro ainda geram dúvidas. Muitas hipóteses consideradas têm sido derrubadas por falta de comprovação. De maneira geral, a teoria mais aceita pela comunidade científica é que as mutações genéticas causam falhas de conexão entre as diferentes regiões cerebrais, o que geraria problemas em algumas estruturas, como o cerebelo, o hipotálamo (onde se sintetiza, por exemplo, a oxitocina) e o córtex.
Lazarev e Pontes, pesquisadores do Instituto Fernandes Figueira, têm utilizado a eletroencefalografia para sustentar a hipótese de que, em cérebros de pessoas portadoras de autismo, há alteração na assimetria funcional entre os hemisférios direito e esquerdo. De acordo com essa hipótese, o hemisfério direito do autista teria menor nível de ativação em comparação com a mesma região de pessoas sem o distúrbio. Ao mesmo tempo, o hemisfério esquerdo teria o que eles chamam de hiperatividade, ou seja, hiperconectividade funcional entre as diferentes regiões deste hemisfério. A hiperatividade do hemisfério esquerdo seria, portanto, uma forma de ‘compensação’ da atividade relativamente baixa do lado direito.
“Há ainda quem pense, como o psicólogo inglês Baron-Cohen, que o cérebro autista seria hipermasculino, uma vez que ele tem o hemisfério esquerdo hiperativo”, explica Lazarev. Para entender a afirmação do neurofisiologista, é importante lembrar: enquanto o hemisfério direito é ligado às emoções e às relações interpessoais, o lado esquerdo responde mais pela lógica e racionalidade. A hipótese de assimetria cerebral, portanto, converge com os principais sintomas das desordens do espectro autista.
Klin, da Universidade de Yale, entretanto, tem uma visão diferente. “A hipótese de assimetria cerebral é antiga, e alguns pensam que ela simplifica o perfil neurofisiológico do autismo”, comenta. Para ele, uma hipótese mais provável é a da ‘conectividade atípica’, que é mais recente. Segundo ela, o cérebro de um portador de autismo apresenta hipoconectividade em conexões mais longas (como entre hemisférios) e hiperconectividade em conexões mais curtas – ou ‘locais’.
Para Lazarev e Pontes, o modelo comentado por Klin, e já definido por outros autores, não vai de encontro à sua hipótese. “Esses resultados foram encontrados por meio de avaliação das oscilações bioelétricas do cérebro, que mede a conectividade de curta e longa distância entre as áreas cerebrais”, explica Pontes. “Logo, nossa hipótese está em sintonia com o modelo de conectividade atípica.”
Esses modelos, entretanto, não devem ser vistos como uma tentativa de explicar os mecanismos específicos do cérebro autista. “Essa hipótese é uma visão geral para entender os padrões de imagem do cérebro autista”, explica Klin, acrescentando que as últimas descobertas sobre a genética do autismo apontam, por exemplo, para a existência de moléculas de adesão celular que têm papel no aprendizado. “De qualquer forma, alterações cerebrais resultantes de hipóteses celulares ou moleculares ainda não foram suficientemente desenvolvidas”, resume Klin.

Vermes contra o autismo por Alysson Muotri


por Alysson Muotri |


Casos como o de um pai de uma família americana em Nova York, que luta pra encontrar um caminho que possa atenuar os efeitos do espectro autista em seu filho, são cada vez mais comuns. O filho, Lawrence, com 13 anos, foi diagnosticado com dois anos de idade e em pouco tempo já não se entrosava socialmente, exibia um comportamento repetitivo. Com os anos, sua personalidade foi ficando cada vez mais agressiva: batia a própria cabeça na parede, mordia os colegas e demonstrava muita ansiedade e agitação. Difícil pra família, pior para Lawrence.
O pai, Stewart, tentou diversos tratamentos. Começou buscando terapia do comportamento, modificações na dieta, terapia musical e, por fim, diversas combinações de medicamentos. Na maioria das vezes, a melhora era temporária e o tratamento deixava de fazer efeito após um curto período de tempo.
Como muitos pais, Stewart procurou por alternativas fora da medicina convencional. No entanto, ao invés de seguir métodos sem uma base racional, ele começou a pesquisar em sites como o PubMed por literatura especializada, que traria informações e pesquisas cientificas sobre os tipos de sintomas apresentados pelo seu filho.
Numa dessas buscas, deparou-se com o trabalho de um grupo de pesquisadores que conseguiu tratar pacientes com a doença de Crohn, usando vermes de porcos conhecidos como Trichuris suis. Como outras doenças autoimunes, o sistema imunológico do próprio paciente ataca as paredes intestinais, levando à formação de úlceras e a desconforto.
Nesse caso, os parasitas do porco estariam modulando a resposta imunológica, diminuindo a inflamação (Summers e colegas, Gut, 2005). Stewart também encontrou evidências de que alguns dos sintomas presentes no autismo podem ser frutos de um ataque imunológico em células da glia no cérebro (Vargas e colegas, Annal Neurol 2005).
Para ele não foi difícil juntar os pontos: os vermes do porco poderiam também ajudar na modulação imunológica de seu filho. Sem medo do ridículo, escreveu uma pequena revisão e apresentou suas ideias a um grupo que pesquisava autismo no Albert Einstein College of Medicine. Os pesquisadores acharam inusitado, mas concluíram que valia a pena testar a hipótese. Através desse grupo, Stewart consegui comprar ovas de T. suis para tratamento de uma empresa europeia chamada OvaMed.
Stewart também conseguiu permissão do FDA americano para testar a droga em seu filho, sob supervisão dos pesquisadores e médicos. Cada frasco carrega 2.500 ovas e é, em geral, consumido a cada duas semanas, com um custo de 600 euros por mês. Depois de ingeridas, as ovas tentam se alocar no intestino humano. Encontrando um ambiente hostil, a maioria morre. As ovas que sobrevivem dão origem a larvas que persistem no intestino por alguns dias. É nesse estágio que acontece a modulação do sistema imunológico.
Não se sabe ainda exatamente como isso acontece, as bases moleculares do fenômeno estão sendo pesquisadas. As larvas sobreviventes morrem logo em seguida e são dissolvidas no intestino – nada sai nas fezes.
Como o T. suis evoluiu para infectar porcos, a colonização no trato intestinal humano é limitada. Os vermes não conseguem se reproduzir e são eliminados com o tempo. Além disso, o ciclo de vida do verme requer um estágio fora do hospedeiro, sendo incapaz de infectar outros membros da família.
É um medicamento considerado seguro, sem nenhum efeito colateral. No caso de Lawrence, a melhora no comportamento começou depois de 8 semanas de tratamento. Depois da décima semana, os sintomas tinham desaparecido por completo. A narrativa dessa história pelo próprio Stewart pode ser encontrada aqui.
Os resultados promissores foram apresentados em 2007 ao FDA e deram inicio a um ensaio clínico mais completo – em andamento – que servirá para mostrar se o tratamento é realmente efetivo ou se foi apenas um caso de sorte, com alguma variável não controlada fazendo efeito na criança.
A saga desse pai e o sucesso da história traz uma perspectiva interessante para o entendimento do autismo, a “hipótese da higiene”. Segundo essa ideia, a industrialização e a falta de contato com elementos naturais acabam desestabilizando o sistema imunológico humano.
Evoluímos juntamente com nossos parasitas e assim que os eliminamos do nosso ambiente, a homeostase do nosso corpo tenta se estabilizar novamente. Durante a evolução, criamos diversas “armas imunológicas” contra esses parasitas que não estariam mais sendo utilizados no ambiente moderno.
A hipótese da coevolução é válida para a doença de Crohn, outras síndromes autoimunes como esclerose múltipla e provavelmente para alguns casos de autismo, como o de Lawrence. Ou seja, ao invés de existir “algo” no ambiente urbano que contribua para a incidência de autismo, seria mesmo a falta desse “algo”, no caso, nossos parasitas.
Acho que existe algo de muito importante nessa história. A investigação cientifica cautelosa desse e de outros casos semelhantes vai contribuir para entendermos melhor como o sistema imunológico interage com o sistema nervoso no estado normal e no estado autista.

CORA - I Seminário do Autismo 11/06




Data: 11/06/2011
Horário:  08:00 às 14:00h
Local: UERJ – auditório 11, 1º andar, bloco F
Público-alvo: Pais, Profissionais, mediadores, graduandos...
Investimento:
R$ 60,00
Forma de pagamento: através de depósito bancário
Banco: Caixa Econômica Federal
Ag: 0224
c/c: 1023-8
Centro de Otimização para a Reabilitação do Autista – CORA
inscrição será validada após confirmação de depósito através de e-mail: financeiro@corautista.org
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Programação:
07:20 - Credenciamento
08:00- abertura
08:00 às 09:00h –  palestra “ Avaliação Psicopedagógica Inicial e continuada de Alunos com Autismo” – Dayse Serra
09:00 às 10:00h - palestra “ Teoria da Mente e aquisição de habilidades sociais” – Rita Thompson
10:00h às 10:30h – Coffe Breack
10:30 à 12:30 - palestra “ Autismo: uma visão da Neuropediatria” – Dr Jair Moraes
12:30 à 13:30 – palestra “ Autismo e Odontologia” – Dr Cleitom Alves
13:30 às 14:00h - Perguntas 
14:00h – Encerramento e entrega de certificado

Obrigada ao José Deguchi pela dica! 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

CURSO AMA SP - Ensinando a brincar e a jogar e promovendo o desenvolvimento de pessoas com autismo




Tutor: Mariana Colla
Brincadeiras e jogos com frequência são excluídos do dia a dia de crianças e jovens com autismo, ou acontecem de forma estereotipada. Entretanto, estas atividades fazem parte de um desenvolvimento normal e saudável, e podem ser ensinados, proporcionando prazer e desenvolvimento cognitivo. Esta é a proposta deste curso. É um curso de 6 horas, das 8h às 15h. Local: Rua do Lavapés, 1123 esquina com Rua Luis Gama, 890. Aos sábados, entrada pela Rua Luis Gama.
Turmas:
Valor de R$ 120,00 até 28-05-2011, após acréscimo de 50%, valor R$ 180,00
04/06/2011 08:00
  Quero me inscrever

Mensagem da Coordenação do Centro Pró-Autista

Repassando pedido que recebi por email:



Solicita-se a colaboração na aquisição de materiais para utilização nas terapias do Centro Pró-Autista, tanto na unidade I (Rua Jureia, 1024), como na unidade II (Rua Santo Irineu, 617), que está em fase final de reforma.
A doação pode também ser feita por deposito em nossa Conta Corrente ou boleto bancário.

DEPÓSITO - Banco Itaú - Agência: 2923 - Conta Corrente: 04850-4 - Centro Pro Autista

CNPJ 03.763.483/0001-74

BOLETO BANCÁRIO - favor enviar nome,endereço e valor da doação pelo e-mail cpa@centroproautista.org.br [1] ou ligue para o Tel. 11-5595-8553 com Vanessa ou Thais.

Por gentileza, repassem.

mensagem de Claudio Rocha via orkut



segunda-feira, 23 de maio de 2011

CURSOS Presenciais Regulares na AMA-SP


Cursos disponíveis
Atividades Básicas da Vida Diária (ABVDs) 
Tutor: Carolina Ramos e Camila Soares
Datas:
18/06/2011 08:00
Valor de R$ 80,00 até 11-06-2011, após acréscimo de 50%, valor R$ 120,00 

Quero mais informações sobre este curso
Curso ABA - Análise do Comportamento Aplicada para pessoas com desenvolvimento atípico 
Tutor: Fernanda Marques e Luciane Lopes

Datas:
09/07/2011 08:00
Valor de R$ 500,00 

Quero mais informações sobre este curso
Curso de Atividade Física e Fisioterápica baseada no método TEACCH 
Tutor: Giselle Taiuni e Murilo Nosella

Datas:
28/05/2011 08:00
Valor R$ 80,00
após 21-05-2011 valor de R$ 120,00

Quero mais informações sobre este curso
Ensinando a brincar e a jogar e promovendo o desenvolvimento de pessoas com autismo 
Tutor: Mariana Colla
Datas:
04/06/2011 08:00
Valor de R$ 120,00 até 28-05-2011, após acréscimo de 50%, valor R$ 180,00 

Quero mais informações sobre este curso
Ensinando Matemática 2 e Gramática para crianças com autismo 
Tutor: Marli Bonamini Marques e Marcia Pauluci
Datas:
02/07/2011 08:00

Quero mais informações sobre este curso
Ensinando Matemática e Alfabetização Fonética para crianças com autismo 
Tutor: Marli Bonamini Marques e Márcia Pauluci

Datas:
11/06/2011 08:00
Valor de R$ 120,00 até 04-06-2011, após acréscimo de 50%, valor R$ 180,00 

Quero mais informações sobre este curso
Treinamento no Modelo Educacional da AMA 
Tutor: Marli Bonamini Marques e equipe da AMA
Datas:
06/06/2011 08:00
Valor de R$ 400,00 até 30-05-2011, após acréscimo de 50%, valor R$ 600,00 

Quero mais informações sobre este curso

ÚLTIMAS ATUALIZAÇÕES SOBRE O CASO BEATRIZ CUNHA:



Marido de falsa psicóloga é preso em casa, na Zona Sul do Rio, diz polícia

...haja vista que foram diversas as famílias atingidas quando entregaram, por erro, seus filhos, portadores de autismo, aos cuidados da ré, sempre escorada por seu marido, uma vez que propagavam as maravilhas de um tratamento diferenciado...
G1 | Última atualização: 49 minutos atrás

Justiça do Rio decreta prisão preventiva de falsa psicóloga e marido

...haja vista que foram diversas as famílias atingidas quando entregaram, por erro, seus filhos, portadores de autismo, aos cuidados da ré, sempre escorada por seu marido, uma vez que propagavam as maravilhas de um tratamento diferenciado...
G1 | Última atualização: 2 horas e 37 minutos atrás

Falsa psicóloga consegue liberdade pela segunda vez

Ela se dizia especialista no tratamento de crianças autistas, no Rio e está fora da cadeia desde o último domingo (8). Beatriz da Silva Cunha, de 32 anos, disse que estudou psicologia, mas não chegou a se formar.
Jornal Globo News | Última atualização: 12/05/2011 17h18

Falsa psicóloga volta ser presa no Rio

Delegado Maurício Luciano Almeida explica o 'método terapêutico' usado por Beatriz Cunha com crianças autistas
Extra | Última atualização: 07/05/2011 16h56

Falsa psicóloga Beatriz da Silva Cunha engana familiares de crianças com autismo

Falsa psicóloga abriu clínica, firmou convênios com a Marinha e a Aeronáutica para tratar de crianças com autismo
Extra | Última atualização: 29/04/2011 23h35
http://busca.globo.com/Busca/g1/?query=AUTISMO

Causa da ansiedade pode estar no intestino

             Bactérias intestinais podem estar relacionadas com casos de ansiedade e depressão, aponta um estudo da McMaster University. Publicada na edição online da revista Gastroenterology, a pesquisa comprova a tese especulada por muitos cientistas de que alguns transtornos psiquiátricos, como o autismo de início tardio, podem ser associados com um teor anormal de bactérias no intestino.



             A pesquisa mostra que as bactérias do intestino podem influenciar a química do cérebro e o comportamento, e medicamentos como os antibióticos podem influenciar no funcionamento do intestino.
            Uma pessoa saudável tem cerca de 1.000 bactérias trillium no seu intestino. Essas realizam uma série de funções vitais para a saúde: colectam energia da dieta, protegem contra infecções e fornecem alimentação para as células do intestino. Contudo, quando esse nível está maior ou menor, são percebidas alterações comportamentais.
            A pesquisa envolveu ratos saudáveis que, tratados com antibióticos, tiveram a sua flora intestinal modificada, e passaram a apresentar mudanças comportamentais. A interrupção dos antibióticos resultou na volta ao comportamento normal.

           Os resultados da pesquisa são importantes porque vários tipos comuns de doenças gastrointestinais, incluindo a síndrome do intestino irritável, são frequentemente associadas com ansiedade ou depressão. Agora, sabendo-se os possíveis motivos, o tratamento pode ser mais eficaz. 

Polícia Militar realiza Olimpíadas Especiais da Equoterapia

A Olimpíada Especial de Equoterapia da Polícia Militar do Pará, mostrou o avanço das crianças atendidas pelo projetoCláudio Santos/ Ag. Pará

    O atleta Rafael Cavaleiro com sua mãe Fábia Cardoso durante a abertura das Olimpíadas Especiais da Equoterapia
    Cada movimento que as crianças conseguiam realizar com o cavalo, por mais simples que fosse, era comemorado por todos. Na plateia, ao invés de barulho, viam-se mãos erguidas e tremulando (palmas para surdos). Assim foi a I Olimpíada Especial da Equoterapia da Polícia Militar do Pará, realizada na manhã desta quinta-feira, 19, no Complexo Hípico Sócio-Operacional Cassulo de Melo.
Foi a primeira vez que as crianças que fazem parte do programa, todas portadoras de deficiência ou alguma necessidade especial, participaram de uma competição, colocando em prática tudo o que aprenderam durante as aulas de equoterapia. O primeiro competidor a subir no cavalo foi o pequeno Sandro Heitor, 6 anos, portador de autismo. Com o apoio de um policial militar e de uma fonoaudióloga, ele montou no cavalo e completou todo o trajeto da prova. “É impressionante o desempenho que ele está tendo desde que começou a praticar a Equoterapia. Antes, ele não falava, não apresentava vínculo afetivo e não aceitava o toque. Hoje, ele é outra pessoa”, disse a fonoaudióloga Bruna Silva.

Enquanto esperava sua vez de competir, Rafael Cardoso, 12 anos, portador da Síndrome de Down, olhava o percurso que iria ter que cumprir. “Quero fazer tudo certinho, do jeito que aprendi”. E assim ele fez, com um dos melhores tempos, ele completou a prova. A mãe dele, Fábia Cardoso, ficou emocionada ao ver o filho interagindo. “Depois que ele começou a frequentar as aulas de equoterapia, ele virou um menino mais feliz. Ficou mais carinhoso e muito mais alegre”, contou. Ao final da competição, as crianças receberam medalhas como premiação e participaram de um lanche com os pais, os profissionais que trabalham no programa e os policias militares.
“Um gesto de amor”. É assim que o tenente coronel Cláudio Polaro, coordenador do Centro Interdisciplinar de Equoterapia (Cieq/Belém), define o trabalho dos Policiais Militares que participam do programa. “O principal objetivo é prestar assistência em equoterapia às pessoas com necessidades especiais, contribuindo para sua reabilitação e educação”, disse.
O programa que já existe desde 1993, conta com 15 policiais militares que auxiliam os deficientes no processo de reabilitação. “Acaba sendo uma troca de experiência. Nós ensinamos as coisas técnicas e aprendemos muito mais com eles. Para nós, eles são um exemplo de superação”. O tenente coronel Polaro disse também que no início, os policias ficavam um pouco receosos, com vergonha de demonstrar seus sentimentos. “Mas, não há como não se envolver. Nós nos emocionamos e ficamos felizes com cada conquista. É muito bom ver aquele aluno que não conseguia nem andar e hoje já até corre, compensa qualquer coisa”.
Exemplo
Um ex-participante do Programa de Equoterapia da PM virou um exemplo para todos. É o jovem Bruno Silva, 26 anos. Ele, que tem paralisia cerebral, participou do programa durante 10 anos e hoje é campeão nacional de paraolimpíada. “Tudo começou por causa do meu contato com o cavalo. Quando comecei, eu tinha medo do cavalo. Depois tirei de letra e passei a me interessar por outros esportes”.

Atualmente o atendimento do programa de Equoterapia da Polícia Militar atende 63 pacientes, de forma gratuita, quatro vezes por semana pela manhã, com cinco pacientes para cada horário, o que totaliza mensalmente uma média variável de 250 sessões. Os policiais militares têm a função de preparar o local das sessões de equoterapia, preparar os cavalos e atuar como auxiliar–guia. Já a equipe interdisciplinar, composta por profissionais da área de saúde, educacional e equitação, são responsáveis pela elaboração do plano terapêutico, condução dos trabalhos nas sessões e pela elaboração das avaliações e registros.
O Tenente Coronel Polaro explicou que não é possível determinar a duração do tratamento, já que é acompanhado por avaliações periódicas da equipe técnica. Segundo ele, o atendimento passou a ter a duração de um a dois anos, de acordo com o plano terapêutico individual para cada paciente. Atualmente existe uma lista de espera com mais de 600 pessoas que têm interesse em fazer parte do programa.
Bruna Campos - Secom

BRASIL: CCJ aprova renda mínima para autistas e deficientes

19/05/2011 12:11


J. Batista
Jutahy Junior
Jutahy Junior apresentou parecer favorável à proposta.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quinta-feira (19) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 528/10, do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que dispensa pessoas com deficiência intelectual, com autismo ou com deficiência múltipla da comprovação de renda familiar mínima para ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas). O BPC-Loas é pago mensalmente e corresponde ao valor de um salário mínimo.
O relator da PEC, deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), apresentou parecer pela constitucionalidade e juridicidade da matéria. Ele destacou que a proposta tem altíssima relevância social por garantir que todas as pessoas com deficiência e autistas tenham acesso a uma renda mínima, nos moldes do que ocorre hoje com o BPC-Loas.
Pelas regras atuais, para ter direito ao BPC, os portadores de deficiência precisam comprovar renda mensal familiar per capita de até 1/4 do salário mínimo. A exigência é a mesma para idosos. Pela Lei 8.742/93, que estabelece os critérios para concessão do benefício, o interessado também deve comprovar incapacidade para o trabalho.
Tramitação
A proposta seguirá para uma comissão especial, a ser criada especificamente para analisá-la, e depois será votada pelo Plenário.
*Matéria atualizada às 14h01.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Pierre Triboli

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