domingo, 28 de fevereiro de 2010

NOTÍCIA - GENES DOS PAIS ESTÃO COMPETINDO

GENES DOS PAIS ESTÃO COMPETINDO

Genes do pai e da mãe afetam o desenvolvimento cerebral.
Autismo e esquizofrenia podem ser causados pela "briga" genética.

Benedict Carey Do 'New York Times'

Dois cientistas, esboçando sobre seus próprios poderes de observação e uma leitura criativa de recentes descobertas genéticas, publicaram uma envolvente teoria de desenvolvimento cerebral que pode mudar a forma como são compreendidas as doenças mentais como autismo e esquizofrenia.

A teoria surgiu em parte do pensamento sobre os eventos, aparte de mutações, que podem mudar o comportamento dos genes. E ela sugere caminhos inteiramente novos de pesquisa que, mesmo provando que a teoria é falha, provavelmente oferecerão novas percepções à biologia da doença mental.

Em um tempo onde a busca pelas falhas genéticas responsáveis pelas doenças mentais se tornou atolada em descobertas incertas e complexas, a nova idéia presenteia a psiquiatria com talvez sua maior teoria de trabalho desde Freud, e uma que é fundamentada em trabalhos na vanguarda da ciência. Os dois pesquisadores – Bernard Crespi, biólogo da Universidade Simon Fraser no Canadá, e Christopher Badcock, sociólogo da Escola de Economia de Londres, ambos novatos no campo da genética comportamental – publicaram sua teoria numa série de recentes artigos de jornal.

“A realidade, e imagino que os dois autores concordariam, é que muitos dos detalhes de sua teoria estarão errados; e continua sendo, neste ponto, apenas uma teoria,” disse o Matthew Belmonte, neurocientista da Universidade Cornell. “Mas a idéia é plausível. E dá a pesquisadores uma ótima oportunidade para a geração de hipóteses, algo que, na minha opinião, pode abalar o campo no bom sentido.”

A idéia é, em linhas amplamente gerais, bastante direta. Crespi e Badcock propõem que um cabo-de-guerra entre genes dos espermas do pai e dos óvulos da mãe pode, efetivamente, desviar o desenvolvimento cerebral de uma ou duas maneiras. Uma forte propensão em direção ao pai empurra um cérebro em desenvolvimento ao longo do espectro autista, com fascinação por objetos, padrões, sistemas mecânicos, em detrimento do desenvolvimento social. Uma inclinação em direção à mãe move o cérebro em crescimento ao longo do que os cientistas chamam de espectro psicótico, com a hipersensibilidade ao humor, seja o próprio ou o dos outros. Isto, de acordo com a teoria, aumenta o risco de uma criança desenvolver esquizofrenia mais adiante, assim como problemas de humor como distúrbios bipolares e depressão.

Em resumo: o autismo e a esquizofrenia representam extremos opostos de um espectro que inclui a maior parte das doenças mentais desenvolvidas -- se não todas. A teoria não faz uso das muitas categorias distintas para doenças da psiquiatria, e daria uma dimensão inteiramente nova a descobertas genéticas.

“As implicações empíricas são absolutamente enormes”, disse Crespi numa entrevista por telefone. “Se você encontra um gene ligado ao autismo, por exemplo, vai querer olhar o mesmo gene relativo à esquizofrenia; se é um gene de cérebro social, então seria esperado ter efeitos opostos nessas doenças, não importa se a expressão de gene estava ligada ou desligada”.

A teoria se baseia pesadamente na obra de David Haig de Harvard. Foi Haig quem argumentou nos anos 90 que a gravidez era, em parte, uma luta biológica por recursos entre a mãe e a criança que ainda não nasceu. Por um lado, a seleção natural deveria favorecer as mães que limitam os custos nutricionais da gravidez e têm maiores descendências; por outro lado, também deveria favorecer os pais cujas descendências maximizam os nutrientes recebidos durante a gestação, instalando um conflito direto.

A evidência de que essa luta está sendo travada no nível de genes individuais é acumulativa, mesmo que geralmente circunstancial. Por exemplo, o feto herda de ambos os pais um gene chamado IGF2, que promove o crescimento. Mas crescimento excessivo taxa a mãe, e no desenvolvimento normal seu gene IGF2 é quimicamente sinalizado, ou “carimbado,” e biologicamente silenciado. Se o seu gene estiver ativo, pode causar uma desordem de supercrescimento, pela qual o peso de nascimento do feto fica em média 50% acima do normal.

Biólogos chamam esse carimbo no gene de efeito epigenético, significando que ele muda o comportamento do gene sem alterar sua composição química. Não é questão de ligar ou desligar um gene, algo feito pelas células no curso do desenvolvimento normal. No lugar disso, é questão de cobrir um gene, por exemplo, com um marcador químico que torna difícil para a célula ler o código genético; ou alterar a forma da molécula de DNA, ou o que acontece às proteínas que ele produz. Para ilustrar como tal transformação genética pode criar opostos comportamentais -- o yin e yang que a teoria propõe -- Crespi e Badcock apontam a um extraordinário grupo de crianças que são simplesmente isso: opostos, tão temperamentalmente diferentes como Snoopy e Charlie Brown, como um Gaugin cheio de vida e um ameaçador Goya.

Aqueles com a doença genética chama Síndrome de Angelman praticamente dançam o dia todo, têm dificuldades de comunicação e necessitam de cuidados constantes. Aqueles nascidos com o problema genético conhecido como Síndrome de Prader-Willi são plácidos, complacentes e, quando jovens, não dão muito trabalho.

Mas essas duas doenças, que aparecem em cerca de um a cada 10.000 recém-nascidos, derivam de rompimentos da mesma região genética no cromossomo 15. Se os genes do pai são dominantes nessa região, a criança desenvolve a síndrome de Angelman; se forem os da mãe, o resultado é a Prader-Willis, como apontaram Haig e outros. A primeira é associada ao autismo, e a segunda com problemas de humor e psicose -- exatamente como prevê a nova teoria.

Problemas emocionais como depressão, ansiedade e doença bipolar, examinados por esta lente, aparecem no lado materno da gangorra, com a esquizofrenia, enquanto a síndrome de Asperger e outras deficiências sociais estão no lado paterno.

NOTÍCIA - Dia Mundial das Doenças Raras alerta para a falta de diagnóstico precoce

Dia Mundial das Doenças Raras alerta para a falta de diagnóstico precoce



Existem mais de 7.000 tipos de doenças raras, que atingem de 6% a 8% da população mundial  Cerca de 80% das doenças raras é de origem genética

Dia 28 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial das Doenças Raras. Ao todo, existem mais de 7.000 tipos delas, que atingem de 6% a 8% da população mundial. Destas, cerca de 80% é de origem genética. Mas existem ainda doenças raras de origem infecciosa e alérgica. Segundo o presidente da SBGM (Sociedade Brasileira de Genética Médica), Salmo Raskin, a anemia falciforme, distrofia muscular e autismo são, juntas a outras 12, os  tipos de doenças raras que mais atingem aos brasileiros.

No Brasil, o Dia Mundial das Doenças Raras (Rare Disease Day, em inglês) será celebrado em um evento em São Paulo, fora outros em mais de 25 países.

Na capital paulista, haverá uma caminhada no Parque da Juventude onde cerca de 60 associações que tratam dos mais diferentes tipos de doenças raras estarão no local com estandes informativos e palestras, além de atividades lúdicas para crianças e shows. O evento visa chamar a atenção das autoridades e da sociedade para o conhecimento dessas doenças. (Veja o serviço abaixo).
Falta de conhecimento prejudica diagnóstico
Um dos grandes problemas para quem é portador de uma doença rara é o fato do diagnóstico ser tardio, muitas vezes devido à falta de conhecimento sobre a enfermidade, inclusive entre os médicos.
Segundo a médica geneticista Ana Maria Martins, doutora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e superintendente do Igeim (Instituto de Genética e Erros Inatos do Metabolismo), é fundamental assegurar a qualidade de vida dos pacientes e difundir o maior número de informações para a classe médica. "A maioria das doenças raras são pouco conhecidas e muitas vezes o paciente demora a ter o seu diagnóstico, o que prejudica o tratamento", afirma.
Destas, mais de 75% das doenças raras atingem crianças e 50% são diagnosticadas tardiamente, de acordo com Raskin.
- As doenças raras, em sua maioria, são graves, incuráveis, crônicas, frequentemente degenerativas e progressivas, além de constituírem risco de morte. A qualidade de vida dos pacientes é frequentemente afetada pela perda ou diminuição da autonomia. Os pacientes e suas famílias enfrentam o preconceito, a marginalização, a falta de esperança nas terapias e a falta de apoio para o dia a dia. Isso acontece em todo o mundo, não apenas no Brasil.
Estima-se que nos Estados Unidos uma em cada dez pessoas seja portadora de uma doença rara. Na Europa a estimativa é de uma pessoa a cada 2.000. Infelizmente no Brasil ou até mesmo na América Latina não há registros deste número. 
Segundo Raskin, das mais de 7.000 doenças raras conhecidas, menos de 10% contam com tratamento específicos. Para detectá-las e mesmo tratá-las, procure um geneticista.
Serviço
1ª Caminhada de Apoio ao Paciente de Doenças Raras 2010
Parque da Juventude
Domingo (28): 8h30
Endereço: av. Cruzeiro do Sul, 2.500,  em frente da estação Carandiru do Metrô, zona norte, SP.
Foto por Oli Scarff/15.10.2009/Getty Images

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MÚSICA E MUSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DO AUTISMO

Links, notícias e indicações a respeito de música e musicoterapia no tratamento do autismo.
O assunto é abordado por conta de um comentário que recebi hoje no blog. Foi de um professor de música do Rio de Janeiro, que espero, possa compartilhar conosco suas experiência com seu mais novo aluno.
Obrigada por desejar caminhar conosco e espero que as dicas auxiliem.


Não deixem de assistir os vídeos do grupo RAINBOW 0804, grupo de percussão formado por autistas (vídeo na barra de videos e no final do post). E nossos vídeos favoritos também: http://www.youtube.com/user/CaminhosdoAutismo
Um grande abraço a todos!!
Amanda Bueno

 Folha Online
A área de atuação do musicoterapeuta é diversificada.  
Pode se dedicar a autistas, deficientes mentais, pessoas com distúrbios neurológicos,
empresas, escolas ou meninos de rua.

A musicoterapia aplicada em autistas tem dado resultados positivos. A música é a única ponte de comunicação possível para os portadores deste tipo de transtorno neurológico.
Nesses pacientes, a música não verbalizada é decodificada no hemisfério direito do cérebro (subjetivo e emotivo). Ela se move até o centro de respostas emotivas, localizado no hipotálamo, e passa para o córtex (responsável pelos estímulos motores e do intelecto).
Os sons verbais, no entanto, não "funcionam" dessa forma porque são registrados no hemisfério esquerdo, na região cortical (analítica e lógica) diretamente do aparelho auditivo. Em resumo, no autista, a música atinge em primeiro lugar a emoção para depois passar para reações físicas, como o batucar, por exemplo, nas pessoas normais. Dessa forma, o autista consegue interagir com o terapeuta. Pacientes que sofreram lesão do lado direito do cérebro, podem ter a percepção melódica comprometida. O tratamento com musicoterapia, nesse caso, utiliza estímulos sonoros nas adjacências da área lesada, que criará novas conexões cerebrais.
Em casos com pacientes em coma, os resultados também foram bons. Com fones de ouvido, o paciente ouve fitas gravadas com vozes das pessoas queridas, músicas preferidas, sons da casa e da natureza. Os depoimentos de pessoas que saíram do coma confirmaram o auxílio da musicoterapia: elas tinham as lembranças reavivadas com os sons, o que motivava o indivíduo a viver.
A terapia também atua em hospitais, principalmente no auxílio a crianças emocionalmente instáveis, portadoras de doenças graves. Crianças que desenvolveram câncer, por exemplo, fazem uma sessão de musicoterapia antes de serem "bombardeadas" pela quimioterapia.
Na área social, há iniciativas com meninos de rua que visam trabalhar a auto-estima, aumentar a confiança e ensinar a se autovalorizem. (Jorge Blat)

Fontes: Maristela Pires da Cruz Smith, presidente da Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São Paulo, e Conceição Rossi, musicoterapeuta e terapeuta holística da Endocrino-Clínica de São Paulo.

MUSICOTERAPIA


Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas.
A Musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor organização intra e/ou interpessoal e, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida, através da prevenção, reabilitação ou tratamento.

Qualquer pessoa é susceptível de ser tratada com musicoterapia. As mais indicadas são aquelas pessoas virgens de conhecimentos musicais, em que há maior facilidade para se introduzir no contexto não-verbal. Particularmente são indicados no autismo e na esquizofrenia, onde a musicoterapia pode ser a primeira técnica de aproximação. O paciente com conhecimentos musicais prévios pode entrar em confronto com o musicoterapeuta, e é difícil romper com as defesas musicais ao pretender trabalhar com seus aspectos mais regressivos.
A musicoterapia é aplicável ainda em outras situações clínicas com certas adaptações, pois atua fundamentalmente como técnica psicológica, ou seja, reside na modificação dos problemas emocionais, atitudes, energia dinâmica psíquica, que será o esforço para modificar qualquer patologia física ou psíquica. Pode ser também coadjuvante de outras técnicas terapêuticas, abrindo canais de comunicação para que estas possam atuar eficazmente.


Aqui seguem indicações para interessados no assunto:

Marisa do Carmo Prim Padilha  - Tese de Mestrado


Leomara Craveiro de Sá


Vídeo Raibow 0804




Notícias relacionadas ao assunto:



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TESTE PARA ASPERGER

TESTE PARA ASPIE

http://omundomaravilhosodosautistas.blogspot.com

Olhando o blog no link acima (que aliás é muito bom! leiam a sessão "Pérolas do Breno" - muito lindo!), acessei e fiz este teste online para traços de Asperger.
Ele é apenas um teste online. É impossível fazer um diagnóstico assim, ok?
Por outro lado, sinaliza apectos interessantes.
Aqui está o link:
http://www.rdos.net/br/
Vale a pena fazer, por curiosidade mesmo!

Um grande abraço!!!

CURSO - COMO DETECTAR OS SINAIS DE AUTISMO

 http://in360.globo.com/mg/noticias.php?id=5669  

Associação Norte Mineira de Apoio ao Autista, ANDA, realizará em Montes Claros, um curso para diagonóstico em crianças 



Na próxima sexta-feira (26) e no sábado(27), a Associação Norte Mineira de Apoio ao Autista, ANDA, realizará em Montes Claros, um curso para diagnóstico em crianças portadoras do problema. O curso surgiu da dificuldade que as famílias carentes encontravam em conseguir um diagnóstico. A falta de profissionais especializados nessa área em nossa região , obrigava as famílias a procurar tratamento em Belo Horizonte.

Uma longa jornada para conseguir o auxílio, que possibilitasse maior interação social para seus filhos junto à sociedade. A melhora da convivência e da qualidade de vida da famílías é possível com acompanhamento médico e terapêutico. Uma das intenções da ANDA é a construção do centro para atender as crianças.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ARTIGO - DINÂMICA FAMILIAR DE CRIANÇAS AUTISTAS

DINÂMICA FAMILIAR DE CRIANÇAS AUTISTAS


Maria Helena S. Sprovieri1, Francisco B. Assumpção Jr2

Como eu havia dito no último post, segue resumo e link para artigo completo em formato PDF.
Ótima pesquisa abordando a família do autista nas suas relações.
Atentem para os resultados sobre stress nas famílias.
NÃO PODEMOS FOCAR APENAS A CRIANÇA!

Um grande abraço!
Amanda Bueno

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

 RESUMO - Avaliamos 15 famílias de autistas, 15 de portadores da síndrome de Down e 15 de filhos saudáveis, com indivíduos na faixa etária de 5 a 15 anos. Os pais (ambos os genitores) desses três grupos familiares foram avaliados quanto ao à dinâmica familiar, visando relacionar tais sintomas com o funcionamento de famílias de autistas, em estudo comparativo. 

Detalhou-se a família, o quadro autístico, a família do autista, a família e a saúde mental, suas limitações e dificuldades ao longo do ciclo vital. A pesquisa de campo foi realizada mediante o uso dos instrumentos de dinâmica familiar da Entrevista Familiar Estruturada, (Carneiro,1983). Os dados coletados foram comparados estatisticamente. 

Considerando a população estudada (n = 45 famílias) constatou-se que as famílias dos autistas e portadores da síndrome de Down são dificultadoras da saúde emocional dos elementos do grupo, constituindo as dos autistas maior porcentagem. Concluimos que a dinâmica familiar do autista é dificultadora da saúde emocional dos membros do grupo, seus pais apresentam estresse, sendo as mães com scores mais significativos mas semelhantes nos outros dois grupos.

Print version ISSN 0004-282X

Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.59 no.2A São Paulo June 2001

doi: 10.1590/S0004-282X2001000200016  

1Assistente Social, Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Terapeuta familiar; 2Psiquiatra, Professor Livre Docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Diretor do Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP.

REPORTAGEM ISTO É - O OUTRO LADO DO AUTISMO

O OUTRO LADO DO AUTISMO

N° Edição:  2065

Portadores da síndrome de Asperger, um tipo pouco conhecido do distúrbio, se mobilizam para melhorar sua integração na sociedade

Mais uma reportagem na íntegra. Hoje à noite postarei mais um link de artigo.

Um grande abraço!!!  Amanda Bueno 

 
CONEXÃO Rodolfo e outros portadores compartilham experiências

Durante três décadas, o paulista Rodolfo Vinícius Leite se sentiu distante de todo mundo: "Era como se eu fosse um alienígena na Terra." Embora levasse uma vida aparentemente normal, não conseguia acompanhar os interesses dos amigos. Aos 32 anos, foi diagnosticado com um transtorno de desenvolvimento pouco conhecido no Brasil, mas que afeta uma entre 500 pessoas: a síndrome de Asperger. Trata-se de um tipo de autismo considerado mais leve.

Entre suas características estão a dificuldade de socialização e o interesse restrito a poucos assuntos. Apesar da fala articulada, não compreendem bem figuras de linguagem, como ironias e metáforas, e têm problemas para interpretar os sentimentos dos outros. Mas, ao contrário de muitos autistas, não sofrem nenhum tipo de deficiência cognitiva e costumam ter habilidades surpreendentes, como excelente memória.
À medida que a síndrome se torna mais conhecida, começam a surgir no Brasil grupos de apoio e acompanhamento para portadores. A intenção é dividir experiências e mostrar que, com ajuda especializada, eles podem ser capazes de ter uma vida autônoma e bem-sucedida.

Com apenas seis meses de criação, um desses grupos se reúne às quartas- feiras, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Conversamos sobre nossas dificuldades e nosso dia a dia", conta Leite, um dos 20 participantes. Eles também compartilham experiências em um blog na internet. Para Leite, foi um passo importante para se compreender melhor. "Hoje eu respeito minhas limitações", diz. Graduado em letras, ele trabalhou oito anos como bancário, mas hoje está desempregado. "Tenho poucos assuntos de interesse. Só gosto de música, filmes, seriados de tevê, desenhos e carros", conta. "Não aprecio futebol e política, assuntos sobre os quais as pessoas geralmente conversam. Fico sem assunto."
 

Segundo o coordenador do projeto, o psiquiatra Estevão Vadasz, esse tipo de dificuldade causada pela síndrome pode fazer com que o indivíduo se isole socialmente - provocando ansiedade e até depressão. É isso que os encontros pretendem evitar. "Criamos uma espécie de clube social', diz Vadasz. Também em São Paulo, a Associação dos Amigos do Autista iniciou este mês uma série de reuniões para jovens com Asperger. "Queremos conhecer suas necessidades", diz a psicóloga Mariana Colla. Na internet, proliferam blogs e listas de discussão de portadores e familiares, além de comunidades dedicadas ao tema.

Nos Estados Unidos e na Europa, organizações de aspies - como se denominam os portadores - foram mais longe: lançaram um movimento argumentando que a condição não é um transtorno, mas um estilo de vida. A Aspies for Freedom combate tentativas de "normalizar" os indivíduos. No Brasil, a luta contra o preconceito está começando, mas especialistas tendem a seguir uma abordagem diferente: dizem que reconhecer a existência de uma desordem ajuda o indivíduo a sofrer menos. "Se não se adaptar, a tendência é que ele seja excluído", alerta o psiquiatra Fábio Barbirato, da Santa Casa do Rio de Janeiro.

O diagnóstico da síndrome, causada por características genéticas que afetam o funcionamento do cérebro, é feito por entrevistas e testes linguísticos. O tratamento com remédios só é necessário em casos de depressão ou ansiedade. Especialistas recomendam o acompanhamento com a terapia comportamental, que ajuda o portador a decifrar os códigos sociais. Foi assim que o estudante carioca Vinícius Souza de Moura, 18 anos, diagnosticado na infância, deu a volta por cima depois de cair em depressão.

Apesar da memória incrível - sabe datas exatas de eventos casuais e históricos, como as dos títulos do seu time, o Botafogo -, ele sente dificuldade de relacionamento. "Na terapia, trabalho conflitos, aprendo a olhar nos olhos e ser mais delicado." Cursando o terceiro ano do ensino médio, ele pretende prestar vestibular para história. Seu esforço é acompanhado do apoio da família e dos amigos, fundamental para que qualquer pessoa, com ou sem a síndrome, sinta-se acolhida no mundo.

 

 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ARTIGO - AUTISMO E DOENÇAS INVASIVAS DO DESENVOLVIMENTO




Este artigo é um bom começo para linguagem científica acerca de estudos sobre o Autismo. Curto, direto, com tabelas esclarecedoras e referênciais preciosíssimas. 

Deseja mais artigos?
Deixe uma mensagem e eu pesquiso!

Um grande abraço,

Amanda

Carlos A. GadiaI; Roberto TuchmanII; Newra T. RottaIII

Jornal de Pediatria

Print version ISSN 0021-7557

J. Pediatr. (Rio J.) vol.80 no.2 suppl.0 Porto Alegre Apr. 2004

doi: 10.1590/S0021-75572004000300011 


RESUMO
OBJETIVO: Revisar os aspectos neurobiológicos do autismo e das doenças invasivas de desenvolvimento. Oferecer ao pediatra informações atualizadas sobre diagnóstico e tratamento.
FONTES DOS DADOS: Revisão bibliográfica, abordando o tema por meio do sistema MEDLINE e procura direta.
SÍNTESE DOS DADOS: Conforme dados da literatura, o autismo é a terceira mais comum desordem no desenvolvimento, ocorrendo em 40 a 130 casos por 100.000. O diagnóstico é clínico, baseado nos critérios do DSM-IV. Os exames de neuroimagem e neurofetologia e os estudos genéticos contribuem para o melhor entendimento da neurobiologia do autismo.
CONCLUSÃO: O pediatra é o primeiro médico a entrar em contato com o paciente autista e deve estar apto para reconhecer os desvios do desenvolvimento e orientar a investigação e o tratamento multidisciplinar.
Palavras-chave: Autismo, comportamento infantil, desenvolvimento infantil.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

NOTÍCIA - 18-02-2010 - DIA INTERNACIONAL DO ASPERGER É ASSINADO HOJE

Alguém sabe de alguma comemoração no Brasil? Só encontrei movimentos em Portugal.

Aspie's do Brasil? Onde estão vocês?

Entrem em contato!

Um grande abraço!

DIA INTERNACIONAL DO ASPERGER

«Einstein nunca amou» é o título do livro lançado hoje para ajudar a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger.

Assinala-se hoje o Dia Internacional do Asperger com o lançamento do livro «Einstein nunca amou». A obra é da autoria do professor José Eduardo Carvalho que quis reverter os lucros para a a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), segundo informações da presidente, Maria Piedade Monteiro.




A síndrome de Asperger (SA) pode ser definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações, sobretudo na interacção social e na comunicação e comportamento. Actualmente a SA é considerada um subgrupo do espectro do autismo, com critérios de diagnóstico específicos.


 O diagnóstico deve ser sempre feito por um especialista, mas há alguns sintomas que prevalecem como:

- Atraso significativo na linguagem, combinações pobres;
- Interpretação literal dos enunciados;
- Linguagem pedante, características peculiares no ritmo entoação e prosódia, ecolálias;
- Dificuldades no pensamento abstracto e de conceitos;
- Dificuldade de relacionamento social, designadamente na interacção com os pares;
- Dificuldade na compreensão de regras sociais;
- Comportamento social e emocional desajustado, dificuldade na expressão não verbal (expressão facial pobre, contacto visual inter-pessoal limitado, distância corporal);
- Dificuldade em entender e expressar emoções;
- Jogo simbólico e actividade imaginativa pobres ou ausentes;
- Número limitado, mas intenso, de interesses;
- Obsessão com determinados temas;
- Comportamentos repetitivos e ritualistas;
- Dificuldade na adaptação e alterações de rotina e ou procedimentos;
- Atitudes bizarras ou excêntricas;
- Resistência às mudanças;
- Atraso de desenvolvimento motor e ou falta de coordenação motora;
- Dificuldade na motricidade fina;
- Hipersensibilidade sensorial (a ruídos, cheiros, sabores, texturas, luz) ;
- Baixo nível de tolerância à frustração.

A fase adulta é a mais complicada. Apesar de poderem ter formação profissional (inclusive um curso superior), é difícil integrar quem tem SA, dadas as suas características sociais serem desajustadas em relação às outras pessoas. 


NOTÍCIA - 03-02-10 - ARTIGO QUE ASSOCIA VACINA A AUTISMO É CONDENADO

ARTIGO QUE ASSOCIA VACINA A AUTISMO É CONDENADO

Revista médica britânica que publicou estudo em 1998 retirou o material de seu arquivo público

Matéria pubicado no Estadão - 03-02-10

A revista médica britânica The Lancet anunciou ontem que retirou de seu arquivo público um polêmico artigo publicado em 1998 que relacionava a vacina tríplice viral - contra sarampo, caxumba e rubéola - ao desenvolvimento de autismo e doenças intestinais.

A retratação veio um dia depois de uma publicação concorrente, a British Medical Journal, ter divulgado, sob embargo, um comentário em que pedia a retratação formal do estudo.

O comentário deveria ter vindo a público somente hoje. Segundo o texto, desde a publicação do estudo, encabeçado pelo médico britânico Andrew Wakefield, há 12 anos, "seus resultados foram considerados cientificamente comprovados por muitas pessoas, e o horrível drama social da demonização da vacina ganhou vida".

Embora estudos subsequentes não tenham conseguido comprovar a ligação entre a vacina e o autismo, muitos pais pararam de vacinar seus filhos, levando ao ressurgimento do sarampo no Reino Unido. A taxa de vacinação nunca mais voltou a subir e surtos da doença tornaram-se comuns.

Dez dos 13 coautores da pesquisa repudiaram as conclusões do trabalho há vários anos. A própria Lancet já havia declarado que o artigo jamais deveria ter sido publicado por existir um conflito de interesses - Wakefield trabalhava para advogados de pais que achavam que seus filhos tinham sido prejudicados pela vacina.

Agora a revista confirmou, por meio de nota, que o texto contém afirmações "falsas", que colocam em dúvida todo o processo de pesquisa.

A decisão da Lancet ocorreu dias após o Conselho Geral de Medicina do Reino Unido ter criticado o médico britânico - que atualmente vive e trabalha nos Estados Unidos - por não ter obtido a devida aprovação do comitê ético para efetuar seus testes clínicos.

Segundo a entidade, Wakefield demonstrou "desprezo brutal" pelas crianças usadas no estudo e agiu com falta de ética. Para realizar o estudo, o médico retirou amostras de sangue de convidados da festa de aniversário de seu filho e pagou £ 5 (cerca de R$ 15) a cada criança pela contribuição. Wakefield e outros dois colegas que não repudiaram o resultado do estudo correm o risco de perder o direito de praticar a medicina.

SAIBA MAIS

Autismo é uma disfunção comportamental causada por mudanças em áreas do cérebro. Afeta a capacidade de comunicação e relacionamento

As causas são desconhecidas. Acredita-se que exista relação com fatores genéticos e com a exposição do cérebro em desenvolvimento a toxinas ou infecções.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PROFESSORES DE CRIANÇAS AUTISTAS

Olá amigos!

Hoje o post é dedicado ao professores de crianças autistas.
Abaixo segue um link com dicas de conduta. O link maior é da fonte do texto. Univerdade da Carolina do Norte - USA.



Indicações de livros e textos:

Exemplo de inclusão aqui no Brasil. Em Porto Alegre numa escola da rede municipal. Sim, É POSSÍVEL!

Já este livro é o mais recente lançado. Simplemente interessante! Recomendo!!!



Link para livro completo. Visualização no google livros.


Para o professor que realmente se interessar, este texto é ótimo para começar:


Abaixo um texto muito interessante para professores:

ONZE COISAS QUE TODO ALUNO COM AUTISMO GOSTARIA QUE A PROFESSORA SOUBESSE

Traduzido de Ellen Notbohm por Heloiza Goodrich, TO

1. Comportamento é comunicação .Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem faze-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.
2. Nunca presuma nada. Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pego um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.
3. Procure primeiro por problemas sensoriais. Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.

5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa. “Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é:“ por favor lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
6. Tenha uma expectativa razoável. Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades. Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extra no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
8. Não torne pior uma situação ruim. Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos mas não as palavras.Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.Fazer acusações sem provas.Adotar uma medida diferente da dos outros.Comparar com um irmão ou outro alunoLembrar episódios prévios ou não relacionadosColocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.
9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva? A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
10. Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais. Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer...?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora?” ou “ você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o porque:▫ ”não posso deixar você escolher nesta situação porque éperigoso. Você pode se machucar.▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio(teria um efeito negativo sobre outra criança).▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser aescolha do adulto.A última palavra: acredite. Henry Ford disse: “quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”.
11. Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.


Professor!!!

Nunca fale sobre a criança na frente dela, como se ela não estivesse ali. A percepção deles é diferente da nossa, e muitas vezes até além. Você gostaria que fizessem isso com você?
Conheça a criança. Cada um tem seu tempo de entendimento. Ela sempre te surpreenderá.
Pesquise!

O blog está a disposição para responder dúvidas. Pergunte!!!! CAMINHAREMOS JUNTOS ATÉ A RESPOSTA!

Um grande abraço!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CONGRESSO - 22/04/2010 - 1º ENCONTRO BRASILEIRO PARA PESQUISA EM AUTISMO



Oi pessoal!!!!


Será em Porto Alegre - RS nos dias 22, 23 e 24 de abril deste ano.


A programação segue abaixo. Pra quem não fala inglês não se preocupe!!! Haverá tradução simultânea!!!

Estarei lá com certeza. E você? Estará?
VAMOS CAMINHAR JUNTOS???

Amanda.

Quinta – 22 de abril

Manhã:

08:20 - Abertura - Coordenação: Rudimar Riesgo (UFRGS)
08:30 - Newra Rotta (UFRGS) - “O desafio do diagnóstico precoce”
09:10 - Carlos Gadia (USA) - “Challenges in psychopharmacotherapy”
09:50 - Discussão
10:10 - Intervalo
10:30 - Cleonice Bosa (UFRGS) - “ProTID: experiência clínica”
11:10 - Carmem Gottfried (UFRGS) - “ProTID: experiência na pesquisa experimental”
11:50 - Discussão
12:10 - Almoço

Tarde:

13:50 - Abertura - Coordenação: Lavínia Faccini (UFRGS)
14:00 - José Salomão Schwartzman (UPM - SP) - “Cérebro, gênero e autismo”
14:40 - Eric Fombonne (Canada) - “Epidemiology of autism”
15:20 - Discussão
15:40 - Intervalo
16:00 - Décio Brunoni (UPM-SP) - “Aspectos genéticos no autismo”
16:40 - Roberto Tuchman (USA) - “Delineating the autism spectrum disorders”
17:20 - Discussão
17:40 - Encerramento

Sexta – 23 de abril

Manhã:

08:20 - Abertura - Coordenação: Cleonice Bosa (UFRGS)
08:30 - Ana Ferraz (MS - Brasil) - “Autismo e o SUS”
09:10 - Martinha Dutra dos Santos (MEC - Brasil) - “Autismo e Educação”
09:50 - Discussão
10:10 - Intervalo
10:30 - Andy Shih (USA) - “The Autism Speaks’s contributions and opportunities”
11:10 - Roberto Tuchman (USA) - “Autism and epilepsy”
11:50 - Discussão
12:10 - Almoço

Tarde:

13:50 - Abertura - Coordenação: Cristiane S. Paula (UPM)
14:00 - Márcia T. Pauluci (AMA) - “A Associação de Amigos do Autista”
14:40 - Marcelo Goldani (UFRGS) - “DOHaD e autismo”
15:20 - Discussão
15:40 - Intervalo
16:00 - Cristiane S. Paula (UPM - SP) - “A produção brasileira em Transtornos do Espectro Autista e os desafios para realização de pesquisas no Brasil”
16:40 - Eric Fombonne (Canadá) - “Clinical challenges in autism”
17:20 - Discussão
17:40 - Encerramento

Sábado – 24 de abril

Manhã:

08:20 - Abertura - Coordenação: Carmem Gottfried (UFRGS)
08:30 - Carolina Lampréia (PUC-RJ) - “Identificação precoce do autismo”
09:10 - César de Moraes (UNICAMP) - “Autismo e comportamentos repetitivos”
09:50 - Discussão
10:10 - Intervalo
10:30 - Marcos Mercadante (UNIFESP) - “Tratamento do autismo no Brasil”
11:10 - Carlos Maragotto (Cuba) - “Tratamento do autismo em Cuba”
11:50 - Discussão
12:10 - Almoço

Tarde:

13:50 - Abertura - Coordenação: Rudimar Riesgo (UFRGS)
14:00 - José Ferreira Belisário Filho (UFMG) - “Inclusão do aluno autista”
14:40 - Carlos Gadia (USA) - “Aprendizagem e autismo”
15:20 - Discussão
15:40 - Intervalo
16:00 - Fernanda Fernandes (USP) - “Caracterização da linguagem no autismo”
16:40 - Marcos Mercadante (UNIFESP) - “Neurobiologia do autismo”
17:20 - Discussão
17:40 - Fundação da Sociedade Brasileira para Pesquisa em Autismo (SBPA)
18:00 - Encerramento do Evento

Evento paralelo: Encontro com a comunidade

Sábado - 24 de abril

Manhã:

08:00 - Rudimar Riesgo (UFRGS) - “Aspectos neurobiológicos do autismo”
09:00 - Carlos Gadia (USA) - “Autismo nos Estados Unidos”
10:00 - Intervalo
10:20 - Cristiane Paula (Mackenzie) - “Epidemiologia e Caracterização Clínica do Autismo ao redor do mundo”
11:20 - Andy Shih (USA) - “Autism Speaks: contribuições e oportunidades”
12:20 - Almoço

Tarde:

13:00 - Carmem Gottfried (UFRGS) - “Pesquisas em laboratório para autismo”
14:00 - Marcos Mercadante (UNIFESP) - “Tratamento do autismo no Brasil”
15:00 - Intervalo
15:20 - Cleonice Bosa (UFRGS) - “Diagnóstico precoce do autismo”
16:20 - Lavínia Faccini - “Aspectos genéticos do autismo”
17:20 - Encerramento do Evento com a Comunidade

Organizadores:

Presidente:


Rudimar Riesgo (UFRGS)

 

Comissão Organizadora:

Carmem Gottfried (UFRGS)


Cleonice Alves Bosa (UFRGS)


Cristiane Silvestre de Paula (Universidade Mackenzie - SP)

Lavínia Schüler-Faccini (UFRGS)

NOTÍCIA - 10-02-10 GESTANTES MAIS VELHAS CORREM MAIOR RISCO DE TEREM FILHOS AUTISTAS

SEGUE MARCADO NO TEXTO O LINK DA REVISTA AUTISM RESEARCH, RESPONSÁVEL PELA PUBLICAÇÃO.

Lembrando! Quando eu publico notícias apenas as repasso com as devidas fontes. Qualquer dúvida ou não concordäncia com a publição é só me solicitar e eu pesquiso mais a respeito.

ABRAÇOS!!!

10.02.2010 | 01h01

  UOL/Blog Boa Saúde
Quanto mais tempo a mulher espera para ser mãe, maiores são os riscos de ter um filho com autismo - distúrbio cerebral que interfere na capacidade do indivíduo em se comunicar e relacionar com outras pessoas -, segundo estudo publicado na edição de fevereiro da revista Autism Research. A comparação dos casos de autismo ocorridos na Califórnia no período de 1990 a 1999 - mais 12 mil crianças em 5 milhões de nascimentos - com as outras crianças do registro do Estado indicou que mulheres que ficam grávidas com mais de 40 anos de idade correm maior risco de terem um filho com autismo.

As taxas de autismo apresentadas pelo estudo foram crescentes, acompanhando o aumento da idade da mãe: 1,6 por 1000 mulheres com menos de 25 anos; 2,3 por 1000 mulheres na faixa etária de 25 a 29 anos; 3,1 por 1000 mulheres com 30 a 34 anos de idade; 3,85 por 1000 mulheres entre 35 e 39 anos; e 4,4 per 1000 mulheres com 40 anos ou mais. Entre os homens, por sua vez, os efeitos da idade seriam bem menores.

Apesar de os resultados indicarem que a idade da mãe pode influenciar no risco de autismo do filho, os pesquisadores destacam que esse é apenas um dos fatores implicados nesse distúrbio. De acordo com os autores, essa tendência de a mulher ter filhos mais tarde conta por menos de 5% do aumento do autismo na Califórnia no período. “Esse estudo não diz que a idade da mãe ou do pai causa o autismo”, destacou a pesquisadora Geraldine Dawson. “A idade dos pais é apenas um fator de risco que está interagindo com outros fatores genéticos e ambientais que levam uma criança a desenvolver o autismo”, completou a especialista.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NOTÍCIA 02/02/2010 - CIENTISTAS TENTAM DESENVOLVER PÍLULA CONTRA O AUTISMO

Amigos, meu dever não é só divulgar informação, mas também pesquisar sobre ela. Notícias são escritas dessa maneira para causar impacto mesmo. MUITAS VEZES SE UTILIZANDO DE INFORMAÇÕES PARCIAIS!

Me comprometo a pesquisar mais e tentar escalarer mais este assunto.

Abraços!!!

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PSIQUIATRIA



CIENTISTAS TENTAM DESENVOLVER PÍLULA CONTRA O AUTISMO


Publicada em 02/02/2010 às 14h53m


http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/02/02/cientistas-tentam-desenvolver-pilula-contra-autismo-915763862.asp


Pesquisadores do Instituto da Mente, da Universidade da Califórnia, entre outros cientistas, estão tentando desenvolver uma pílula para aliviar sintomas de uma doença genética chamada síndrome do cromossomo X frágil, a causa herdada mais comum de atraso mental e uma das formas conhecidas de autismo.


Só nos Estados Unidos, estima-se que cem mil americanos sofrem dessa síndrome, e as indústrias farmacêuticas investem na pesquisa do novo medicamento. 

- Estamos entrando numa nova era, a de reverter a deficiência intelectual - afirma o cientista Randi Hagerman, diretor do Instituto da Mente.


"Estamos entrando numa nova era, a de reverter a deficiência intelectual", afirma o cientista Randi Hagerman, diretor do Instituto da Mente.

A síndrome X frágil, mais comum em homens que mulheres, pode causar desde dificuldade de aprendizado a um problema cognitivo mais grave, além de dificuldades emocionais e de comportamento. O defeito genético interrompe uma das bases da aprendizagem: a forma como as células respondem a experiências formando conexões entre elas, as chamadas sinapses.

Nas pessoas com a síndrome, a sinapse não está danificada, mas é muito imatura para funcionar corretamente.


- O processo de aprender nessas pessoas é muito mais difícil, mas não impossível, porque a sinapse não apresenta um defeito importante - disse o pesquisador Stephen Warren, especialista em genética na Universidade de Emory, que descobriu o gene alterado do X frágil
.


Drogas experimentais, chamadas mGluR5 antagonistas, tentam fazer com que o cérebro se ajuste simplesmente bloqueando um receptor que tem papel importante nas sinapses debilitadas. O objetivo é reforçá-las para tornar o aprendizado mais fácil e o comportamento próximo ao normal. Esses estudos são preliminares e foram iniciados em adultos para descobrir possíveis efeitos secundários. Se esse fármacos funcionarem, qualquer ação será maior nos cérebros de crianças.


- Os cientistas estão seguindo de perto essas experiências porque apontam um caminho promissor para resolver também alguns tipos de autismo - disse a doutora Andrea Beckel-Mitchener, do Instituto Nacional de Saúde Mental. - A organização, junto ao grupo Fraxa, que representa pacientes, ajudou a financiar a investigação.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

NOTÍCIA - 27/01/2010 SUS PODE HABILITAR ATENDIMENTO PARA AUTISTAS

Em ano de eleição estes projetos tomam mais forma, não é?
Devemos cobrar mudanças e não simplesmente nos darmos por satisfeitos apenas com iniciativas.
Este projeto ainda não foi para a segunda votação.

Enviei um email para a ouvidoria da Assembléia Legislativa do Mato Grosso pedindo detalhes sobre o projeto.

Vamos direcioná-lo aos políticos de nossos Estados.
Precisamos CAMINHAR JUNTOS.   




SUS DEVE SE HABILITAR PARA ATENDER AUTISTAS
Cuiabá / Várzea Grande, 27/01/2010 - 14:20.




A Comissão de Constituição Justiça e Redação do Poder Legislativo está analisando um projeto de lei que poderá habilitar o Sistema Único de Saúde de Mato Grosso (SUS), a prestar atenção integral ao diagnóstico precoce e ao tratamento dos sintomas da Síndrome do Autismo. Na matéria, que deve ser apreciada em segunda votação este ano, o autor deputado Nilson Santos (PMDB) destaca que, mesmo no setor privado, são raros os centros capacitados para lidar com os autistas.
Entre as diretrizes expostas na proposta está o envolvimento e a participação da família do portador da síndrome e da sociedade civil. O autista terá direito à medicação e a equipes multi e interdisciplinares para tratamento médico nas áreas de pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia. Eles terão direito ainda à assistência psicológica, fonoaudiológica e pedagógica; a terapia ocupacional, a fisioterapia e a orientação familiar e, também, ensino profissionalizante e de inclusão social.
De acordo com o autor da proposta, o poder público poderá firmar convênios com entidades e clínicas afins, visando o repasse de recursos para custeio ou remuneração de serviços.
“Os maiores problemas enfrentados pelos pais e mesmo pelas entidades voltadas ao tratamento são os elevados custos. Isso se dá quando é necessária uma gama muito alta de profissionais e também à falta de recursos financeiros para a compra de medicamentos”, explicou o parlamentar.
No projeto, as ações programáticas relativas à Síndrome do Autismo, assim como às questões a ela ligadas, serão definidas em normas técnicas e elaboradas pelo Executivo. Já as direções do SUS, Estadual e Municipais, garantirão o fornecimento universal e gratuito dos medicamentos, além do tratamento sob todos os aspectos, com a disponibilização de profissionais das diversas áreas.

Reportagem completa: http://www.odocumento.com.br/noticia.php?id=321419

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