terça-feira, 29 de março de 2011

Ação acontece em homenagem ao Dia Mundial do Autismo, entre os dias 31 de março e 7 de abril




 Dia Mundial do Autismo


Tudo azul! É assim que os principais monumentos do Mundo ficarão entre os dias 31 de março e 7 de abril, em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que é celebrado no dia 2 de abril, data decretada pela ONU - Organização das Nações Unidas, desde 2008.
http://www.autismoerealidade.com.br/
No Brasil, a ação ganha destaque pela ONG Autismo & Realidade, que marcará a data com a iluminação em azul, cor definida para o autismo, em vários prédios e monumentos importantes, entre eles, a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras e o Viaduto do Chá, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro - com apoio da ADEFA - Associação em Defesa do Autismo; e a Torre de Televisão de Brasília. A exemplo de outras cidades do mundo, em Nova Iorque, o Empire State Building também ganha a tonalidade da causa.



Além desta ação, acontece no dia 3 de abril, a 1ª Corrida e Caminhada Autismo & Realidade Pela Conscientização. A corrida será realizada às 8h, partindo da Ponte Estaiada, e promete ser um marco na história e permanecer no calendário da cidade de São Paulo. A inscrição custa R$40 e todo o valor arrecadado será revertido para ações de capacitação e pesquisa em prol da Autismo & Realidade Associação de Estudos e Apoio.



Este é o quarto ano do evento mundial, que pede mais atenção ao transtorno do espectro autista. Hoje, nos Estados Unidos, estima-se que uma em cada 110 crianças é diagnosticada com autismo, fazendo com que o autismo seja mais comum que o câncer infantil, o diabetes juvenil e a AIDS pediátrica juntos. O Brasil ainda não possui dados sobre quantas pessoas têm autismo no país. No mundo, cerca de 0,7% da população, de 0 aos 20 anos, ou seja 1 em cada 143 jovens tem um transtorno do espectro do autismo. Baseando-se nos dados oficiais do Censo Brasileiro de 2000, o Dr. Eric Fombone estima que mais de 470 mil brasileiros, na mesma faixa etária, teriam algum transtorno do espectro autismo.

Sobre a ONG

Criada em Julho de 2010, a ONG Autismo & Realidade tem como principal objetivo aprofundar e divulgar conhecimento atualizado sobre o Autismo, com campanhas e atividades direcionadas a motivar e orientar as famílias na sua busca por diagnóstico correto, tratamento, educação e inclusão social da pessoa com autismo.

Fundada por um grupo de pais, liderados pelo Prof. Dr. Marcos Tomanik Mercadante, a ONG Autismo & Realidade ainda luta para eliminar preconceitos, despertar interesse e boa vontade da sociedade brasileira, apoiar a formação e capacitação de profissionais e instituições para trabalhar pela pessoa com autismo, investir em pesquisas e agir para que os direitos legais das pessoas com autismo e suas famílias se apliquem corretamente.


Serviço

ONG Autismo & Realidade

www.autismoerealidade.org

Endereço: Rua Guarará, 529 - 9º andar cj. 91 - Jardim Paulista - São Paulo - SP

Tel.: (11) 2389.4332

quinta-feira, 24 de março de 2011

Acompanhamento Terapêutico e Autismo na escola

Acompanhamento Terapêutico e Autismo na escola
Por Amanda Bueno

Aumentar o foco e diminuir os estímulos não funcionais são os maiores desafios que um acompanhante terapêutico enfrenta ao trabalhar com uma criança autista.

Conhecer a criança é essencial para qualquer tipo de intervenção terapêutica. Entender o motivo pelo qual a criança está na escola é fator básico para o planejamento da ação.

Acompanhar não é “ir junto pra escola”!

Este texto tem a intenção de fornecer dicas de como acompanhar terapeuticamente na escola, uma criança dentro do espectro do autismo.

-Conheça o material pedagógico da criança
Leia os livros e conheça o que ele aprenderá. É necessário conhecer a matéria para traçar estratégias de facilitação da aprendizagem.

- Estabeleça uma rotina
Além de a criança seguir a rotina da escola, se faz necessário criar uma rotina própria. Descrita através de figuras, cartões ou texto. Esta rotina deve ser feita em frente à criança.
Todos os dias!

- Tenha uma relação próxima com os professores da criança
Ter conhecimento sobre o que é o Autismo é imprescindível, mas está não é a única característica que deve ser trabalhada. O professor precisa conhecer as características da criança. Isso fará com que o professor sempre pense na criança ao preparar seu plano de aula. Então reflita: O professor realmente conhece a criança com que você trabalha?

- Agressão:
Devemos tentar sempre antecipar as atitudes da criança. Puxões de cabelo deve ser impedidos. Uma vez que aconteçam alteram a rotina e demora algum tempo para que esta seja estabelecida novamente. É sempre necessário descobrir o motivo pelo qual a agressão se estabelece e tentar abrir outros canais de comunicação.

-Rotina escolar
Muitas vezes é difícil acompanhar toda a rotina escolar. Daí a importância de todas as dicas.
Se o professor entender e conhecer como e com qual velocidade a criança processa informação, a aula sempre terá direcionamento.
A rotina sendo estabelecida trará mais segurança.
Tudo isso diminuirá as agressões e aumentará o rendimento e a integração!

domingo, 13 de março de 2011

Autismo Guia Pratico - AMA



Para mais apresentações, melhor visualização e download, clique no link acima.
Abraços!

sábado, 12 de março de 2011

Circula reiteradamente pela internet o spam abaixo.

CENA QUE MARCOU O FILME

O filme Amargo Pesadelo estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário do posto onde ele também morava com sua mulher e filho. Este último autista e nunca saía do terreno da casa.


A equipe parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme.

Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores que sendo músico sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto.

Como houve uma 'resposta musical" por parte do garoto, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. O restante vocês verão no vídeo.

Atentem para alguns detalhes:

- O garoto é verdadeiramente um autista;
- ele não estava nos planos do filme;
- A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando
- A felicidade da mãe captada numa janela da casa;
- A reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.

Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto.

A sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria.

A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro. O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície.

Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme "Amargo Pesadelo" (Ano: 1972).





EXPLICAÇÃO:


Amargo Pesadelo(Deliverance) é um filme de 1972 dirigido por John Boorman, baseado no romance de mesmo nome escrito por James Dickey. O escritor aparece no filme, no papel de um xerife.

A cena do Duelo de Banjos não é "real". O jovem (na época, com 16 anos) Billy Redden foi escolhido na sua escola, Clayton Elementary School, devido a sua aparência, mas não é autista, nem tem qualquer outra deficiência. Ele não sabia tocar banjo e, assim, foi usado um truque de filmagem - um músico se posicionou atrás dele e tocou o banjo por dentro das mangas de sua camisa. Foi usada maquiagem para fazê-lo parecer mais "esquisito". Além disso, a cena estava nos planos do filme, pois o personagem Lonnie, com deficiência intelectual, está presente no livro que inspirou o filme.

A wikipedia o apresente como um ator americano, mas Billy trabalha na lanchonete em que é um dos proprietários em sua cidade natal, Clayton, na Geórgia.

Jon Voight, que atuou no filme, o descreveu como tendo "um desequilíbrio genético" e sendo um "camarada muito falante".

Somente em 2003 Redden reapareceu em um filme, Peixe Grande"Big Fish", de Tim Burton. Em 2004, apareceu no programa Blue Collar TV.

Por favor, divulgue esta informação, para tentarmos minimizar o impacto negativo que tem a ideia de que todo autista é"superdotado".



2 de abril - Dia Mundial da Conscientização pelo Autismo

O que VOCÊ  fará para ajudar a conscientização do Autismo se expandir?



ACESSE NOSSO CANAL NO YOUTUBE:
CaminhosdoAutismo - Youtube

Letra da música, Fantine Thó, "Até o Fim" (vídeo) 

Cuidar de você
Sem saber a causa dessa dor profunda
Cuidar de você
Sem conhecer a medicina que te cura

Fechando os olhos
Posso ver a cor de sua sinfonia
O ardente toque do amor
Abandonado em pleno dia

Quero saber o que é preciso dizer
Mesmo sabendo que o tempo é mestre
No toque, no olhar você vai entender
Que respirar é a nossa prece

Os mares podem secar
O som deixar de existir
A mais linda cor apagar
Com você eu vou até o fim
O que quiser passar
Por menos que eu esteja aqui
Mais perto que o ar vai estar
Com você o melhor de mim

Com teus olhos
Veja meu pensamento
Refletindo a obra do seu ser
Sem palavras 
vozes sábias dizem o que é o viver

Os mares podem secar
O som deixar de existir
A mais linda cor apagar
Com você eu vou até o fim
O que quiser passar
Por menos que eu esteja aqui
Mais perto que o ar vai estar
Com você o melhor de mim

Se eu pudesse meus passos te dar
O que andei, o que senti, o que já vi
Entregaria meus dias pra'um só
Pra te ver sorrir

Os mares podem secar
O som deixar de existir
A mais linda cor apagar
Com você eu vou até o fim
O que quiser passar
Por menos que eu esteja aqui
Mais perto que o ar vai estar
Com você o melhor de mim

sexta-feira, 11 de março de 2011

Entrevista com Patricia Piacentini: Especialista explica como identificar o autismo

Orientações da terapeuta Patrícia Piacentini são principalmente para os pais

Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo
O autismo é descrito por autoridades no assunto dos Estados Unidos e da Europa como uma epidemia atual. O Brasil não possui estatística sobre a síndrome. Dados de 2007 apontam apenas para uma estimativa.  De acordo com o Projeto Autismo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), num universo de cerca de 190 milhões de habitantes, havia aproximadamente um milhão de casos de autismo.

No mundo, segundo a ONU, acredita-se ter mais de 70 milhões de pessoas com autismo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. A incidência em meninos é maior, tendo uma relação de quatro meninos para uma menina com autismo. 

SINTOMAS
Segundo a terapeuta Patrícia Piacentini (foto 1), os sintomas podem ser percebidos após o nascimento da criança através da questão motora e a habilidade dela se comunicar com os outros em volta. “As estereotipias podem surgir, porque é justamente a transição dessas crianças de se autoregular. Se seu corpo não está funcionando do jeito que você espera, você vai criar movimentos de autoregulação, que é justamente o que a gente trabalha”, disse.

Hoje, já é possível identificar o autismo em crianças a partir dos seis meses. Patrícia Piacentini diz que os pais podem ajudar os filhos que tem a síndrome brincando com eles. “O pai não precisa ser terapeuta, só ser pai, brincar com as crianças, estimulando a questão motora. É claro que os pais precisam de ajuda, mas podem ajudar nessa intervenção e trazê-las para o convívio social”, explicou. 

WORKSHOP
Desde 2009, o Recife tem atraído pais e profissionais interessados nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), em especial os do espectro autista. Vários segmentos tomaram a iniciativa de promover cursos e debates a respeito do tema.

Pela terceira vez no Recife, a especialista em Desenvolvimento Infantil Patrícia Piacentini vai oferecer o workshop “Autismo: Intervenções e Acomodações através do modelo DIR/Floortime”. O evento acontecerá entre esta sexta-feira (8) e domingo (10), no Hotel LG INN, no bairro de Boa Viagem. Durante o encontro, haverá o lançamento do livro “Autismo: um guia de orientações para pais”. Informações pelos telefones: 9917.5520 / 8823.2859.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Calendário APADEM para a Concientização do AUTISMO


Sábado – dia 02/04
TEMA DO DIA

Diagnóstico e Intervenção Precoce no Autismo
Palestra com Dr. Walter Camargos Jr.

Psiquiatra da Infância e Adolescência, especialista nos Transtornos do Espectro Autista – UFMG
Belo Horizonte – MG
Assuntos: Espectro Autista, Conceito, diagnóstico/tratamento Diagnóstico em Bebês, tratamento e prognóstico.
Horário – 08:30 às 11:30 h
Local: Universidade Federal Fluminense (UFF) – Auditório Central – Bloco B - Rua Des. Ellis Hermydio Figueira, 783, Aterrado – Volta Redonda - RJ

Terça-Feira – dia 05/04

TEMA DO DIA

Autismo e Políticas Públicas

Audiência Pública Municipal
Horário - 17:00 h
Exposição de Arte Autística no hall de entrada da Câmara Municipal
Apresentação do Tenor Autista Saulo Caulas – Rio de Janeiro
Local: Câmara Municipal de Volta Redonda
Av. Lucas Evangelista nº 511 – Aterrado – Volta Redonda - RJ

Quinta-feira – dia 07/04

TEMA DO DIA

Divulgando o Autismo

Horário - 14:00 h
Passeata de pais, familiares, profissionais e amigos dos autistas –
Local: Praça Brasil – Vila Santa Cecília, Volta Redonda - RJ

Sábado – dia 09/04

TEMA DO DIA

A Família e o Autismo
Palestra com Nilton Salvador

Pai de Autista 
Autor dos livros:
Vida de Autista, Autismo Deslizando nas Ondas, Autismo – Deficiência ou Eficiência? e Vivências Autísticas
Curitiba - PR
Horário - 09:00 às 11:00 h
Local: Universidade Federal Fluminense (UFF)  Auditório Central – Bloco B -

VAGAS LIMITADAS
Inscrições para as palestras pelos telefones:
...24-33373683/ 33431458/33430827

Robô ajuda crianças inglesas com autismo a identificar emoções



Alastair Grant/AP
Eden Sawczenko, 4, que tem autismo, reage ao robô Kaspar, em escola ao norte de Londres

Eden Sawczenko se retraía quando outras meninas seguravam sua mão e ficava imóvel quando a abraçavam.
Neste ano, Eden, de quatro anos, que sofre de autismo, começou a brincar com um robô que ensina sobre emoções e contato físico.

"Ela está mais afetuosa com seus amigos e, agora, até toma a iniciativa de abraçar", afirma Claire Sawczenko, mãe da menina.
Eden frequenta uma pré-escola para crianças autistas em Stevenage, ao norte de Londres, onde pesquisadores levam um robô com feições humanas do tamanho de uma criança uma vez por semana para uma sessão supervisionada.
As crianças, cujos níveis de autismo variam de leve a severo, brincam com o robô por dez minutos, enquanto um cientista controla o aparelho por controle remoto.
O robô, chamado Kaspar, é programado para sorrir, franzir, rir, piscar e balançar os braços. Foi construído por cientistas da Universidade de Hertfordshire a um custo de 1.300 libras (R$ 3.475).
Kaspar ainda está em fase experimental, e os pesquisadores esperam que ele possa ser produzido em massa por um preço menor.
INTERAÇÃO
O robô faz poucos truques, como dizer: "Olá, meu nome é Kaspar. Vamos brincar". Ele ri quando encostam em suas laterais ou nos seus pés, levanta os braços e, se leva um tapa, põe as mãos no rosto e grita: "Ai, isso dói".
"Crianças com autismo não reagem bem às pessoas porque elas não entendem as expressões faciais", diz Ben Robis, pesquisador de ciências da computação na Universidade de Hertfordshire e especialista em autismo.
"Robôs são mais seguros para elas porque há menos a interpretar, eles são bem previsíveis", afirma.
Há projetos similares no Canadá, no Japão e nos EUA, mas a pesquisa inglesa é uma das mais avançadas. Até agora, cerca de 300 crianças com autismo já brincaram com Kaspar naquele país.
Especialistas sem ligação com o projeto afirmam que a ideia é promissora.
Para Abigael San, representante da Sociedade Britânica de Psicologia, é possível que as crianças transfiram o que aprenderam com o robô para suas casas.
Mas ela alerta que especialistas e pais não podem depender tanto assim de robôs.
"Não queremos que crianças com autismo fiquem muito acostumadas aos robôs. Elas precisam aprender a se relacionar com pessoas."
Kerstin Dautenhahn, pesquisadora da Universidade de Hertfordshire e responsável pelo projeto, diz que o robô também pode ser usado para crianças com síndrome de Down e outros problemas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

REPORTAGEM: Brasil pode entrar para a vanguarda na luta contra o autismo

04/04/2010
Senado


Paulo Marcio Vaz , Jornal do Brasil

BRASÍLIA - Um projeto de lei prestes a tramitar no Senado poderá colocar o Brasil na vanguarda da luta contra o autismo. O texto, elaborado por diversas entidades ligadas à causa, prevê a criação do Sistema Nacional Integrado de Atendimento à Pessoa Autista. Se aprovada, a legislação será uma das primeiras no mundo a priorizar o autismo como caso de saúde pública em nível nacional, incluindo a capacitação de profissionais de saúde, a criação de centros de atendimento especializado e a inclusão do autista no hall das pessoas portadoras de deficiência, além de criar um cadastro nacional. No Brasil não há dados oficiais sobre a quantidade de portadores da síndrome, considerada epidêmica nos EUA.
Um acordo feito no âmbito da Comissão de Direitos Humanos do Senado garante a relatoria ao senador Paulo Paim (PT-RS), que, de antemão, já garantiu parecer favorável à aprovação do texto.
– A abordagem será suprapartidária e espero que o projeto tramite já este mês – diz Paim.
Drama
O drama pelo qual passam os pais de autistas, na maioria das vezes sem diagnóstico precoce e tratamento adequado para seus filhos, não é uma exclusividade brasileira. Recentes descobertas de um grupo de médicos e bioquímicos americanos, todos eles pais de autistas, têm causado polêmica e espantado uma parte da comunidade científica mais tradicional, a partir de evidências de que, ao contrário do que se pensava, o autismo não seria um mero transtorno mental, mas resultado de uma grave intoxicação, seja pela ingestão de alimentos contaminados com agrotóxicos, ou mesmo por substâncias químicas, incluindo metais pesados, que podem entrar no organismo das crianças por meio de diversos fatores, incluindo pelo uso de determinados medicamentos.
A nova abordagem a respeito do autismo assombra a indústria farmacêutica e divide a opinião de profissionais de saúde.
Semana passada, numa conferência em Brasília, médicos e cientistas brasileiros e americanos foram praticamente unânimes ao reforçar a nova tese. Segundo eles, os autistas têm muita dificuldade de eliminar toxinas do organismo, e a situação seria agravada por uma disfunção gastrointestinal que facilita a absorção de toxinas pelo intestino, fazendo com que as mesmas entrem na corrente sanguínea e cheguem ao cérebro, o que justificaria o comportamento autístico.
Boa notícia
A boa notícia é que a nova abordagem diagnóstica levou a novos tipos de tratamentos, de caráter multidisciplinar, e que vêm obtendo resultados bastante animadores. A terapia é baseada em dietas alimentares específicas, prática de terapias comportamentais, suplementação vitamínica e fortalecimento da flora intestinal. Como resultado, muitas crianças que antes sequer olhavam nos olhos dos pais, ou mesmo pareciam ser surdas devido à total falta de interação com o mundo, hoje conseguem falar, olhar nos olhos e demonstrar afeto. A adoção de tratamentos baseados neste novo tipo de abordagem está prevista no projeto de lei que chegará ao Senado.
Lado sombrio
O médico brasileiro Eduardo Almeida, doutor em saúde coletiva pela Uerj e um dos que se empenham nas novas pesquisas sobre a síndrome, considera o autismo “o lado sombrio da medicina acadêmica” e defendeu, durante sua palestra em Brasília, mudanças radicais na forma como a medicina tradicional aborda a questão.
– Estamos numa espécie de encruzilhada da medicina alopática – analisou Almeida.
O professor emérito de química e bioquímica da Universidade de Kentucky (EUA) Boyd Haley também defende a tese segundo a qual o autismo tem muito a ver com uma intoxicação por substâncias como os metais pesados, principalmente o mercúrio. Durante a conferência, ele apresentou estudos feitos nos EUA que reforçam a tese.
Abordagem holística traz melhora a crianças
Em geral, médicos e outros profissionais de saúde que aderem às novas teses sobre diagnóstico e tratamento de autismo são pais de crianças que sofrem da síndrome. Ao não encontrarem solução na medicina tradicional, eles iniciam pesquisas por conta própria, e formam grupos cada vez mais coesos que defendem abordagens holísticas, incorporando ao tratamento aspectos da biomedicina e medicina ortomolecular, além de terapias comportamentais, dietas restritivas e a administração de suplementos.
A dentista Josélia Louback, 38 anos, mãe de um menino autista de 6, comemora as conquistas do filho. Segundo ela, Arthur só começou a melhorar depois do novo tratamento.
– Ele teve ganhos de concentração e melhorou muito seu comportamento – garante.
Nos exames de seu filho foram encontradas grandes quantidades de metais pesados como cádmio, alumínio e bismuto. Aflita também com a possibilidade de contaminação da criança por mercúrio (por não ser excretado, o metal não é detectado nos exames), Josélia teme que os anos em que passou manipulando a substância em seu consultório, confeccionando amálgama dentário, tenham contribuído para a contaminação de seu filho.
A bióloga Eloah Antunes, presidente da Associação em Defesa do Autista (www.adefa.com.br), também vê melhoras significativas em seu filho, Luan, de 8 anos. Eloah foi uma das pioneiras na adoção dos novos tratamentos relacionados ao autismo. O diagnóstico da síndrome foi dado por ela mesma – posteriormente confirmado por um pediatra – depois que vários médicos descartaram a possibilidade.
– Infelizmente, a medicina acadêmica ainda sabe pouco a respeito do autismo. – reclama Eloah. – Aprendi muito sobre a síndrome pela internet, mantendo contato com profissionais nos EUA, pais de autistas que também se rebelaram contra os médicos tradicionais de lá. (P.M.V.)
“A dieta correta significa 60% da recuperação”
A analista de sistemas equatoriana Andrea Lalama jamais havia pensado em ser homeopata. Radicada nos Estados Unidos, ela se casou e teve dois filhos, ambos autistas. A falta de médicos capazes de tratar adequadamente seu primeiro filho a fez se inscrever num curso de homeopatia e pesquisar, praticamente por conta própria, uma forma eficaz de tratamento. Hoje, aos 8 anos, seu filho mais velho apresenta traços mínimos do espectro autista, e a mais nova é considerada uma criança normal. Andrea agora vive rodeada por pais de autistas, muitos deles médicos, que buscam sua consultoria. A homeopata é uma das vozes mais ativas dos Estados Unidos em prol da adoção e do reconhecimento dos novos diagnósticos e tratamentos para o autismo que, segundo ela, a medicina tradicional se recusa a reconhecer.
Como estão seus filhos?
Estão muito bem. Meu segundo filho não tem mais traços de autismo. Meu primeiro tem alguns traços, mas são mínimos. Ele vai à escola regular e leva uma vida praticamente normal. Tentando ajudar meu primeiro filho, tive que estudar muito e me tornei homeopata. Até hoje, costumo ir a muitos seminários sobre medicina ortomolecular e energética, medicina tradicional chinesa, enfim, qualquer tipo de medicina integrativa e alternativa. Com isso, acabei absorvendo o que era útil. Cada terapia tem um pouco a oferecer, e se você combina tudo isso, faz o que eu chamo de abordagem holística. Foi isso que ajudou meus filhos.
Qual o papel da alimentação na recuperação?
Uma dieta correta representa 60% da recuperação do autista. Mas há regras nutricionais muito específicas, pois é preciso reparar as disfunções gastrointestinais presentes nas crianças.
Quais os pontos mais importantes da dieta?
A alimentação orgânica é imprescindível, e a preparação dos alimentos também tem de ser especial. Se não houver uma preparação adequada, toxinas entrarão no organismo e causarão mais sintomas de autismo. O intestino do autista é bastante poroso e transfere essas toxinas para a corrente sanguínea, fazendo-as chegar ao cérebro. Para prevenir isso, até que você consiga fortalecer as paredes intestinais, é preciso reduzir a toxidade. Outro fator importante é que as crianças autistas não digerem bem os alimentos, pois têm carência de enzimas. Então, a comida deve ser pré-digerida.
Então, há um componente de alergia alimentar relacionado ao autismo?
O autista tem um intestino poroso. Portanto, praticamente tudo o que eles ingerem vai para o sangue. Numa criança normal, isso não acontece. Alguns protocolos recomendam remover a comida das crianças e a substituir por cápsulas contendo enzimas, probióticos, vitaminas e coisas do gênero. Não digo que está errado, mas eu não apoio esse procedimento, porque Deus não criou cápsulas, mas comida limpa e orgânica para ser bem preparada. Se seguirmos as regras, podemos reparar as disfunções gastrointestinais. Por causa da comida industrializada e de elementos químicos presentes em diversas substâncias artificiais, os autistas estão 100% intoxicados.
Há algum tipo de retardo mental no autista?
Não há retardo mental, há intoxicação. Os autistas têm uma enorme deficiência para se livrar dessas intoxicações, se intoxicam mais rápido do que se desintoxicam.
Os médicos tradicionais concordam com essa tese?
Um médico que jamais esteve numa conferência sobre autismo dirá que somos loucos. Eles só dizem que o autismo é causado por uma disfunção cerebral. Mas já provamos a verdade.
Então, há uma briga entre os defensores de sua tese e os médicos tradicionais?
Não há briga. Há negação. As fundações e comunidades ligadas ao autismo nos EUA já convidaram a American Medical Association (Associação Médica Americana) para sentar à mesa conosco e ver as evidências. Eles se recusaram. É uma verdade inconveniente dizer que as toxinas que desencadeiam o autismo nas crianças vêm da comida e de vacinas, por exemplo, porque alimentos e drogas são duas instituições que geram muito dinheiro. Como o governo vai apoiar a ideia de frear essa indústria?
Quando há muita discordância entre profissionais de saúde, não há o risco de surgirem oportunistas com supostas soluções milagrosas?
Os pais têm que ser céticos em relação a tudo o que lhes dizem. Mas é obrigação deles sentar em casa e pesquisar. Hoje, ir à internet é mais fácil do que ir à livraria, e você encontra provas de que as crianças estão intoxicadas. Temos provas científicas das disfunções gastrointestinais nos autistas. Se seu filho se comporta como autista e um médico diz que ele está bem, desafie-o a provar. Faça testes de laboratório, examine a microflora intestinal e veja se está tudo bem. Exames de sangue mostram que ele está doente. Exames do fio de cabelo podem comprovar a intoxicação. Quem diz que a análise do fio de cabelo não é segura está mentindo. Seria como dizer que não existe genética.
Mas por que os médicos tradicionais não aceitam essas evidências?
Nos EUA, muitos médicos tradicionais são orgulhosos e egoístas. Quando são desafiados e confrontados com questões que não sabem responder, eles atacam. Quem realmente acha que é bom médico não deve temer. Os médicos da comunidade autista estão dispostos a conversar, os médicos tradicionais não. Eles não querem saber, não retornam nossas ligações, não aceitam as novas evidências e não têm filhos autistas.
Universidades brasileiras começam a fazer pesquisas
Duas universidades brasileiras realizam pesquisas focadas, respectivamente, nos indícios de alergia alimentar e na intoxicação por metais, que, segundo especialistas americanos, teriam conexão com a incidência de autismo.
Em Niterói, a Universidade Federal Fluminense (UFF) vai verificar se realmente há ligação entre a síndrome e a intoxicação por metais pesados. Já a Universidade de Brasília (UnB) aproveita um estudo sobre doença celíaca para observar se há prevalência da intolerância ao glúten entre autistas.
A pesquisa feita em Niterói faz parte da tese de mestrado da biomédica Mariel Mendes, que conta com uma equipe multidisciplinar formada por nutricionista, psicóloga e farmacêutico. A universidade disponibilizará exames completos e atendimento gratuito a crianças, que estão sendo cadastradas.
– A pesquisa visa comprovar não só a ligação entre autismo e a intoxicação por metais pesados, mas também a eficácia dos novos tratamentos propostos – afirma a psicóloga Sandra Cerqueira, que faz parte da equipe sob orientação do doutor em farmacologia e toxicologia da UFF Luiz Querino.
Em Brasília, o pediatra e professor titular da UnB Ícaro Batista quer, em sua tese de doutorado, comprovar a prevalência da doença celíaca (intolerância ao glúten) em crianças autistas. Segundo ele, na literatura médica já há menção a um maior número de ocorrência da doença em autistas, mas faltariam pesquisas mais aprofundadas comprovando esta associação.

Fonte:  JB Online

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