segunda-feira, 26 de março de 2012

Mapeamento genético rápido chega a consultórios até 2015



A gerente Grazielle Bellis, o marido e os filhos Rodrigo e Rafael 
Imagine chegar a um consultório médico e, em 15 minutos, ter em mãos o seu genoma mapeado. Mais ainda: saber a quais doenças está predisposto. A cena, segundo Salmo Raskin, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Genética, está bem perto de se tornar realidade. 

No mês passado, cientistas da Universidade de Harvard (EUA) anunciaram uma nova tecnologia que permite mapear o genoma humano em apenas 15 minutos e por US$ 1.000. A tecnologia deve chegar ao Brasil em, no máximo, três anos, diz Raskin. Segundo ele, a tendência é que a tecnologia fique cada vez mais barata e precisa. 

Há cerca de dez anos, o teste genético para doenças específicas parecia ficção. Hoje, é praticamente um procedimento padrão na medicina. Nos EUA, já existem empresas que oferecem o mapeamento genético completo por cerca de US$ 10 mil. Mas os resultados ainda são imprecisos, e o diagnóstico, demorado, explica Thiago Pitangui, diretor geral do laboratório Genetika, de Belo Horizonte.

Segundo o geneticista Sergio Danilo Pena, professor da UFMG, o Laboratório de Genômica Clínica na Faculdade de Medicina da UFMG, na capital mineira, já faz análises de genomas humanos completos no nível de pesquisa.

Em 2000 - quando o sequenciamento do genoma humano foi concluído após dez anos, e a um custo de US$ 3 bilhões -, a artista plástica Rossana Jardim, 53, teve que ir ao laboratório acadêmico mais especializado do país, em São Paulo, para saber se era portadora do gene da distrofia muscular. Seu irmão havia morrido com a doença, e ela temia que seu futuro bebê tivesse o gene. "Naquela época, precisamos participar de um projeto de pesquisa", lembra.

A gerente financeira Grazielle Bellis, 34, sofreu durante os três primeiros anos de vida do filho Rodrigo, 7, que tinha sérios problemas alimentares e vivia doente. Grazielle visitou dezenas de especialistas e fez centenas de exames, até que um médico recomendou o teste genético. O DNA de Rodrigo indicou a presença de um gene associado à intolerância à frutose. Hoje, ele é um garoto saudável. "A única restrição é a ingestão de frutas e doces", comemora Grazielle. "Se não fosse diagnosticado, o garoto poderia ter falência renal ou hepática", diz Pitangui.

Cerca de 2.000 doenças já são identificadas por testes genéticos - como hemofilia e distrofia muscular -, mas muitas ainda não têm sequer prevenção. Por isso, o estudante de economia André Medina, 24, não quer saber se herdou o gene de uma doença degenerativa que acometeu seu pai. "Prefiro não saber o meu futuro". 

Um comentário:

  1. Olá

    Penso que quanto
    mais conhecemos,
    mais aprendemos
    a amar,
    e amar exige pressa,
    exige abraço apertado
    e carinhos com o coração.


    Que haja sempre perfume
    de sonhos em tua vida.

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